domingo, 19 de dezembro de 2010

O melhor elogio..

Que se pode fazer a Carlos Pinto Coelho, é que quando o "Acontece" acabou, para mim, acabou a 2 como veículo PÚBLICO de divulgação cultural. Um serviço público que deveria ser feito todos os dias...

terça-feira, 23 de novembro de 2010

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Justifica-se?

A cimeira da Nato que se realiza em Lisboa é uma prova evidente de que estamos numa posição demasiado fragilizada no que à segurança diz respeito.

Uma semana para não deixar entrar gente suspeita, para prender anarquistas que se manifestam contra a polícia. Uma semana para patrulhar a zona ribeirinha de Lisboa, não vá haver nenhum talibã marítimo capaz do pior.

Justifica-se ter de se fechar demasiados acessos para que o Presidente dos EUA tenha descanso? Justifica-se que zonas da cidade sejam "evacuadas" durante dois dias para que uns senhores discutam qual a melhor maneira de regular o Mundo?

Eu creio que não. Creio que uma Cimeira da Nato, como outra qualquer cimeira requer uma organização concertada, mas não mais do que isso. Não é necessário privar as pessoas de terem acesso a zonas da cidade, sem que o bicho papão do terrorismo ande sempre presente na figura de um polícia.

Mais uma vez, marionetas de um sistema. Mais uma vez, reféns das nossas próprias limitações. Mais uma vez, Portugal...

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Interpol no Campo Pequeno

BRMC na Aula Magna

Uma semaninha de música da boa

Na segunda, viagem à Aula Magna para ver Black Rebel Motorcycle Club, numa das salas mais propícias para concertos deste género.
A Aula Magna dá sempre aquela sensação de que temos de ver um concerto sossegado, como se estivéssemos a assistir a uma aula. Mas ao fim de uma hora, foi impossível conter o rock'n'roll dos BRMC, que em duas horas e dez deram um espectáculo digno de se ver. Muito rock, muita vontade de brilhar e um bom concerto para alegrar uma noite chuvosa.

Sexta-feira, Interpol no Campo Pequeno, onde claramente se vê que os Interpol são uma banda para estúdio. Para espaços ainda mais pequenos, mais intimistas. Mesmo assim, bom concerto de hora e meia onde foi visível que é uma banda que tem muitos seguidores em Portugal, apesar dos preços quase proibitivos (o mais barato era 30 Euros).

domingo, 31 de outubro de 2010

Se houve acordo no OE...

Porque é que o PSD se vai abster?

Momentos marcantes

Na passada sexta-feira, passavam poucos minutos depois das 20h30, quando estava concentrado numa tarefa ao computador. À minha frente, estavam 20 televisores a dar diferentes canais, onde todos os dias, tenho de ter alguma atenção. Naquela sexta-feira, algo me puxou a ver a Sport TV e o jogo do Benfica. Foi no preciso momento em que Pablo Aimar pega na bola e faz isto:


A beleza do movimento, a condução da bola, a simulação de corpo e o remate colocado fizeram daquele momento em que me lembrei de olhar para a televisão como que se fosse um chamamento para ver o que o de melhor o futebol pode oferecer, de preferência nos pés de Pablo Aimar, ele que nessa semana tinha decidido dar os parabéns ao melhor jogador de futebol que vi jogar: Diego Maradona.

E continuando com o futebol, o convidado de Mário Crespo no Jornal das 9 era António Lobo Antunes. Na passagem para o Frente-a-Frente, tive de o ir buscar a estúdio, e enquanto autografava um dos seus livros, perguntou-me como tinha corrido a "conversa" com o seu amigo Mário. Eu, humildemente disse-lhe (perdoando a ofensa) que tinha preferido ficar a ver o "nosso" Benfica em deterimento da sua conversa. Imediatamente me disse: "Então não há problema. Mas estamos a ganhar, não estamos?"

O futebol tem disto. Distintas pessoas, distintas personalidades, feitios, complexos, alegrias e tristezas têm sempre um denominador comum que as afasta e une em torno de um simples objecto redondo. E quando falamos do Benfica, há logo algo que nos transfigura como se de uma obrigação se tratasse.

O resto do caminho entre o estúdio e a maquilhagem foi feito a discutir Roberto, o próximo jogo com o FC Porto e a capacidade da equipa em responder ao ambiente. A conversa, os livros, a morte, a vida e tudo o resto ficará para uma próxima oportunidade. O importante, na altura, foi termos discutido o que realmente interessa, e ali, naquele espaço de tempo, a importância tinha uma cor e um símbolo associados.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Voto de Protesto

Hoje, após a aparição quase sebastiónica a que assistimos no Centro Cultural de Belém do "salvador" de todos nós e mais alguns, tomei a decisão em que já vinha a matutar há algum tempo na minha cabeça. Pela primeira vez, enquanto cidadão responsável pelos meus actos de civismo, como é o de votar, vou votar nulo. E vou votar nulo pelas mais diversas razões:
- Cavaco Silva - A boçalidade do seu discurso de cerca de 20 minutos, onde parecia que estava num comício político-partidário, sem se referir uma vez que seja ao verdadeiro papel de Presidente, é a verdadeira amostra do que foram os 5 anos do seu mandato. Estranhamente, em Portugal, a simpatia por Cavaco é algo que não consigo entender. Foi um dos responsáveis pelo de mais conservador se pôde ser, continua a ser um chorrilho de lamúrias e dislates, e mesmo assim, consegue convencer este povo civicamente iliterado que é a melhor solução...
- Manuel Alegre - Toda a panóplia de disparates que diz, uns atrás dos outros, com a conivência do PS e do BE, baseando-se numa eleição totalmente diferente de há 5 anos, aliado ao seu estilo bardo e preocupado com os ideais de esquerda que se esqueceu de defender no Parlamento enquanto deputado, fazem com que aquela que poderia ser uma verdadeira alternativa de esquerda que fizesse aplicar a Constituição e o verdadeiro papel do Presidente da República caíssem por terra...
- Francisco Lopes - Nem com todo o colectivo apostado em ajudar, a figura frágil que emana do distrito de Setúbal faz com que chame algo ou alguém numa causa onde o PCP continua a batalhar consequentemente para se fazer ouvir. Uma candidatura partidária para uma posição individual retira toda e qualquer credibilidade à eleição que se concorre, fazendo lembrar tempos idos, onde o Partido teve de voltar atrás nas suas convicções tão próprias. Nem um tão propalado projecto para o país emana de um discurso já esbatido que continua a tentar atingir os mesmos dogmas...
- Fernando Nobre e Defensor Moura - São candidaturas de alguém que pretende os seus cinco minutos de fama. Escudados no poder que é atribuído aos cidadãos de que se podem candidatar ao cargo, tentam nestas eleições dividir ainda mais um eleitorado que nunca chegou a ser unido...
- Sistema Político - Este sistema político que nos arrasta cada vez mais para a lama e não para a modernidade fez com que chegasse a este ponto. Não há vergonha, não há seriedade, não há vontade de escolher quem nos é dado a escolher, porque as diferentes alternativas nada acrescentam de valor à sociedade que somos. De promessas não cumpridas, a discursos de falácia, a apoios menos claros e a situações preversas que não eram supostas haverem, de tudo os políticos nos deram nestes últimos anos. Verdades absolutas e concretizações é que nem vê-las...
- Voto de Protesto - Daí o voto de protesto, que é precisamente o que vou escrever no Boletim de Voto. Voto de Protesto contra esta política medíocre, que em vez de pensar nos cidadãos, pensa nos políticos e nos amigos. Voto de Protesto contra as pessoas deste País, que gostam de viver como vivem, lamuriando-se do azar deste e daquele, sem no entanto, fazerem nada para mudar. Voto de Protesto porque é tempo das pessoas dizerem o que pensam e essa seria a melhor forma de mostrar e efectuarem o melhor dos direitos cívicos que lhes assiste: o da sua própria escolha...

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O problema não está em acabar com as borlas...

...Na Ponte 25 de Abril em Agosto.

O verdadeiro problema está é em os utentes da Margem Sul que usam a Ponte 25 de Abril para irem trabalhar para Lisboa terem de pagar para entrar na cidade, sem que haja uma verdadeira alternativa à mesma Ponte.

Os anos sucessivos em que a portagem se paga na Ponte, com os sucessivos aumentos não servem só para as obras de manutenção. Servem também para alimentar os bolsos dos gestores competentes que grassam nesse exemplo de lucidez contabilística que dá pelo nome de Estradas de Portugal.

E também dá para encher os bolsos de Ferreira do Amaral, o mesmo que foi Ministro e que assinou um protocolo com a Lusoponte para a cedência dos direitos de utilização das duas pontes sobre o Tejo durante 25 anos. Ferreira do Amaral é actualmente o Presidente da Lusoponte.

O buzinão da semana passada foi só o primeiro aviso de que as pessoas não andam a dormir...

O PSD até pode votar contra o OE

O verdadeiro papel está aqui:

Nº Total de Deputados - 230
PS - 97
PSD - 81
CDS - 21
BE - 16
CDU - 15

Votos a Favor - PS - 97
Abstenção - CDS - 21
Soma = 118, superior a 115, nº mínimo elegível para aprovar o OE

E agora?

Os mentirosos, os Velhos do Restelo e os arautos da desgraça

Portugal tem sempre tradição em tudo o que é de mau. Está na nossa cultura, no nosso sangue, na nossa educação. Se ao final de uma semana cheia de sol aparece a previsão de umas nuvens , logo vem o mau tempo. Se, como esta semana, davam muito frio para a noite, seria o início do Inverno (mesmo assim, continuo a andar de t-shirt) and so on, and so on...

Vivemos da e para a desgraça e nada nos vai fazer mudar, porque parece que gostamos e não damos volta a isto.

Outra das nossas características muito próprias é que gostamos de mentirosos. Gostamos também daquele tipo de pessoas que dizem uma coisa hoje, mas amanhã já mudam. E gostamos tanto, que até os colocamos a mandar no país. Não é preciso ir buscar exemplos rabuscados de Soares, Cavaco, Guterres e Durão. Façamos a busca mais recente. E encontramos um Engenheiro formado ao fim-de-semana, com especialização em Inglês Técnico que nos conseguiu mentir durante alguns anos. O caos em que o país se tornou fez com que a máscara caísse, mas mesmo assim, já tem um digno sucessor. O líder da chamada oposição disse a semana passada que não negociava nada do OE que tivesse aumento de impostos. Parece que ontem já mudou de opinião. O líder da chamada oposição disse a semana passada que não negociava nada do OE que colocasse mais em risco a vida dos portugueses. Parece que ontem já mudou de opinião. E se ainda o faz como líder da oposição, como fará quando for um líder a sério? Talvez da mesma espécie do Engenheiro que lá está agora...

Os Velhos do Restelo, como país da desgraça que somos, hoje em dia são mais do que aqueles que no séc. XV punham em causa as ideias do Infante. Hoje, são mais sofisticados. Andam de portátil, têm telemóveis com acesso a e-mails e blogam. E também pertenceram a governos ou tiveram posições de alguma importância na esfera política, económica e social do país. Não deixam de continuar a ser Velhos do Restelo, porque onde quer que vão, dizem e escrevem sempre que estamos na penúria e que não nos vamos safar. E quando eles não eram Velhos do Restelo? Também acreditaram no Infante? Ou foi só para fazer boa figura?

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Em casa de ferreiro, espeto de pau

"Veio referido hoje até no Twitter, no Facebook, na opinião publicada, e nós já fomos confirmar: desapareceram contratos relativamente às Sete Maravilhas, que tinha sido feito um patrocínio por parte do Governo de quase um milhão e cem mil euros, uma festa na Bolsa de Lisboa de 196 mil euros também desapareceu da base de dados da contratação pública", apontou o deputado e vice-presidente do grupo parlamentar do PSD Luís Menezes.
Em declarações aos jornalistas, no Parlamento, Luís Menezes afirmou: "O que nós queremos é esclarecimentos. Ou seja, queremos perceber se foi um lapso, se há correcção a estes valores ou se estes valores pura e simplesmente desapareceram porque se pessoas querem esconder os gastos que andaram a fazer por terem sido supérfluos".
O PSD exige que o Governo preste esses esclarecimentos "com urgência" e vai apresentar um requerimento no Parlamento nesse sentido, adiantou."

Pois é, menino Luis, mas parece que em casa, tem um belo exemplo para seguir:

"Gaia, 26 abr (Lusa) - O vice-presidente da Câmara Municipal de Gaia afirmou hoje que a autarquia "será sempre das mais endividadas do País", realçando que a mesma é a que apresenta a menor dívida per capita.
"A Câmara de Gaia será sempre das mais endividadas do País. Com a diferença que temos um grau de autonomia financeira superior a 62 por cento (em receitas próprias do município)" o que "revela autonomia e sustentabilidade", disse hoje à Lusa Marco António Costa.
Segundo os dados das Contas de Gerência relativas a 2009, a que a Lusa teve acesso, o endividamento total da autarquia de Gaia atingiu os 284 milhões de euros, mais 9,4 milhões que em 2008."

O BASE que temos...




Objecto do contrato:
Aquisição de Serviços para Elaboração de Projecto de Execução de Estabilidade da Escarpa da Mundet, no Seixal - Gabinete de Mobiliário Urbano

Data da celebração de contrato:
17-03-2010

Preço contratual :
24.900,00 €

Prazo de execução:
90 dia(s)

Local de execução: Portugal - Setúbal - Seixal

E o povo, pá?

Os banqueiros, esses amigos

Os banqueiros foram ter com o menino, para lhe dizer que tenha juízo. Os banqueiros, esses paladinos da verdade e da candura, estiveram reunidos com quem no futuro, lhes tentará fazer ainda melhor do que este Governo "socialista".

E o que é que os banqueiros disseram? Para haver calma, ponderação e juízo na discussão do próximo Orçamento. Sim, porque eles, uma vez mais, não são nem serão afectados. Enquanto estiveram reunidos com Passos Coelho, ganharam mais uns milhões, seja na especulação financeira, seja nos juros das casas, seja em qualquer coisa, onde o custo do dinheiro traz sempre um maior retorno.

Esses paladinos da justiça que são os banqueiros, que se preocoupam sempre com o povo, com quem lhes dá de comer e que ontem me enviaram uma carta por causa do meu cartão de débito, que será renovado, e que se eu não fizer 20 ou mais compras por mês com o cartão, terei de pagar 7,68 € de anuidade. Que amigos que eles são, sempre preocupados com o bem-estar das pessoas...

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Razão tem o Bernardino

Passos Coelho teve uma moção de censura para aprovar na Assembleia. Não a quis, sabemos agora porquê. Para alimentar o espectáculo de show-off que está a preparar para o próximo mês de Maio.

Pode ser que o espectáculo saia noutra cor que não a dele...

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

11 de Outubro

Dia Internacional de Combate à Obesidade

Sempre com os mesmos

As gasolineiras aumentaram os preços novamente. E de forma descarada. Com a perda do dólar face ao euro, é neste novo argumento que funciona a limpeza mental ao mais distraído dos humanos.

Depois dos impostos sobre impostos, da subida do crude, é agora a perda do dólar face ao euro. Já noutros tempos foi pedido à Autoridade da Concorrência (uma dessas autoridades que só serve para aumentar a despesa, tão em voga nos dias de hoje) que verificasse se existia oligopólio em Portugal, no sector dos combustíveis.

Manuel Sebastião, o presidente da mesma Autoridade, amigo do peito de Manuel Pinho, disse que não havia razão para tal. Um exemplo prático de ver se existe ou não oligopólio é olhar para os preços dos combustíveis nas respectivas áreas de serviço ou bombas.

A diferença de 0,001 Euro não é desculpa para dizer que o preço não é igual. É mais uma das falácias tão queridas que nós, Portugueses, gostamos.

Para além do aumento, também se fala no aumento do gás e em mais uma taxa, desta vez por causa do uso do sub-solo (???) e que as autarquias estipularão. As mesmas autarquias que estão atoladas em dívidas e que nos últimos dias têm sido arrasadas com os seus gastos no BASE.

Para isto, há uma palavra: vergonha! Que é a que ninguém tem, seja a mandar, seja a receber. O estado decrépito a que nós chegámos dá para tudo e isto é só mais um exemplo.

Uma Oportunidade Perdida

O PCP é actualmente a mais pequena força política no Parlamento. É também a única força política que apresenta um candidato próprio às Presidenciais.

E decidiu comentar a atribuição do Prémio Nobel da Paz a Liu Xiaobo da seguinte forma: "Face a solicitações de vários órgãos de comunicação social sobre a atribuição do prémio Nobel da Paz deste ano, o PCP divulga o seguinte:
A decisão da atribuição do Prémio Nobel da Paz a Liu Xiaobo – inseparável das pressões económicas e políticas dos EUA à República Popular da China - é, na linha da atribuição do Prémio Nobel da Paz de 2009 ao Presidente dos EUA, Barack Obama, mais um golpe na credibilidade de um galardão que deveria contribuir para a afirmação dos valores da paz, da solidariedade e da amizade entre os povos."

Ou seja, o PCP acha que tem de dar satisfações só quando os órgãos de comunicação social solicitam. É uma medida errada. Deveria ser ele próprio a dizer o que pensa, antes de lhe perguntarem.
O PCP continua a achar que existem pressões económicas e políticas dos EUA à China, quando o Prémio Nobel é anunciado na Noruega.
E acha que é um golpe na credibilidade do Prémio, na mesma linha do anterior, em 2009. Se neste ponto, discordo da atribuição do Nobel a Obama, este ano discordo do PCP no timing, no modo e no discurso sobre alguém que está preso por exprimir a sua opinião.

Se são tão lestos a comentar as atrocidades em diferentes países, neste caso, deveriam ser um bom exemplo.

E é com exemplos destes que o PCP continua na sua rota própria de auto-destruição.

sábado, 9 de outubro de 2010

Há 70 Anos, nascia um dos grandes

Por falar em medalhas a 7600 Euros



Castelo de Alter do Chão, Alto Alentejo, Portugal

A República que nos é deixada

Não tive tempo para comentar o que quer que fosse relacionado com a República. Nem o discurso de um amorfo Presidente da República, nem o discurso de um Primeiro-Ministro a prazo e cansado, nem sequer o espectáculo de meia-hora que a Comissão liderada por um banqueiro arranjou para entreter o séquito de deputados, deputadas, ex-Presidentes, Presidentes de Câmara e todos os outros títulos remanescentes, para além do habitual "povo" que gosta de espiolhar tudo e todos.

O que me permite escrever, e atendendo a tudo o que foi dito e escrito por ocasião do dia 5 é que na III República que atravessamos, o país continua a ter analfabetos (Como tinha em 1910), as diferenças entre litoral e interior continuam a agravar-se (como eram em 1910) e a esperança de uma vida condigna é uma incógnita (como era em 1910).

Cem anos depois, tudo parece continuar na mesma e sem sentido de evolução. Sem sentido prático de continuidade e de mudança. O que olhamos para uma República de 100 anos é ditadura, PREC's e sanções. De positivo, só conseguimos olhar para uma bola e para o nosso triste Fado, já que nem Fátima ou outra força exterior nos ajuda...

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Austeridade (III)

Austeridade (II)

Passos Coelho e o seu bando de acólitos já podem respirar de alívio.
A birra que fizeram, juntamente com o Governo, já deu os seus proveitos e assim, estão abertas as negociações novamente para encerrar esta guerrinha que alimentou televisões, rádios e afins e para darem o tão esperado empurrão do Orçamento de Estado para o próximo ano.

Vemos isto como uma inevitabilidade. O povo português continua a subjugar-se de uma maneira inquieta e perde, ao mesmo tempo, a paciência e a esperança nos políticos deste país. De certa forma, é bem feito. Desde que ao fim do mês, a prestação da casa, do carro, do telemóvel e das condições necessárias (água, luz e gás) estivessem pagas, haveria de restar algo para o resto do mês e caso fosse possível, ia-se ao crédito, de preferência com a Cofidis e com juros a 50%.

Agora, temos todos (segundo o Governo) de apertar o cinto. O mesmo Governo que deixou andar a situação, que a prolongou, na esperança de ver um raio de luz proveniente do Salvador, que não apareceu.

As birras que se fazem neste momento têm um objectivo: Maio. É lá que se vão disputar as eleições legislativas. Sim, será em 2011 e não em 2013. Com o beneplácito de um dos mais incompetentes e inquietos Presidente da República, o PSD abster-se-á no próximo Orçamento de Estado com a missão de, quando Cavaco for Presidente novamente (que o será), mandará Sócrates para a rua num abrir e fechar de olhos.

A Austeridade continuará assim a ser perpetuada nas mãos de PS, PSD e CDS. Os mesmos, que em 36 anos nada aprenderam no que a desenvolver um país diz respeito. Poderão falar em auto-estradas, em novas vias de comunicação, mais TV's por casa, mais carros por casa, aumento do PIB per capita, etc, mas em termos práticos, em que é que Portugal se desenvolveu, sem ser nos Europeus e Mundiais de Futebol?

Hoje, o PSD já falou de mansinho. Já parecia um cordeiro, quando algumas das opções apresentadas por Sócrates e Santos tinham implícitas os favores aos de sempre: os privados. Para a preservação do chamado "Estado Social", corta-se no Estado. Mais um bocado e parecia que estava em Cuba.

Pedem à oposição que dê alternativas para se cortar na despesa pública, mas supostamente o Ministro das Finanças está lá para isso. Pedem ajuda aos outros, mas supostamente são eles (o Governo) que tem sempre razão. Pedem, pedem, mas não dão nada. Só tiram.

E assim a cadeira gira uma vez mais na direcção errada. Na direcção do PSD, que tão maus exemplos tem dado a este país completamente à deriva...

Austeridade

Sr.Engenheiro da Puta que o Pariu (posso-me dirigir a si nestes modos, porque estou no meu blog e porque me sinto revoltado!):

- Austeridade é vossa excelência dizer que os deputados eleitos pelo povo só podem ser deputados e não terem outra profissão. São bem pagos para essa função.

- Austeridade é vossa excelência dizer que os Bancos, com os lucros escandalosos que têm em ano de crise económica (???) devem pagar 40% de IRC. Serve perfeitamente para as teorias de juros.

- Austeridade é vossa excelência desenvolver uma rede de transportes que possa fazer com que as pessoas não gastem mais de duas horas diárias de casa para o trabalho e do trabalho para casa.

- Austeridade é vossa excelência chamar uma coisa de mobilidade da função pública e exercê-la efectivamente, com a extinção dos vários institutos e direcções-gerais que pululam no nosso país e que são o poiso dos mais diversos incompetentes que grassam em termos de gestão pública

- Austeridade é não premiar administradores públicos onde as suas instituições dão prejuízo.

- Austeridade não é aumentar em mais 2% o IVA. Porque aumenta os preços, diminui o consumo. Aumenta a receita, na perspectiva de ter de se comprar para não morrer...

- Austeridade não é acabar com o abono de família e com o rendimento social de inserção. É efectuar uma política fiscal eficaz para saber onde e quem escapa aos impostos

- Austeridade é vossa excelência não querer comparar Portugal com Espanha e Alemanha. Primeiro, porque somos muito mais pequenos do que qualquer um dos países acima citados e porque não produzimos metade da riqueza dos mesmos

Por isso, sr. Primeiro-Ministro, a sua lábia já é muito conhecida aqui por estas bandas. Só tenho pena que não haja uma verdadeira luta armada, nem que seja só para criar uns valentes "cagaços" a uns quantos, onde vossa excelência está naturalmente incluída. Mas mesmo não havendo uma luta armada, o senhor disse hoje que não tinha nada a temer. Eu também acho que é bom o senhor não ter nada a temer. Fôssemos outro povo e talvez outra moda piasse.

Além disso, quero também agradecer a vossa excelência que a minha filha, que deverá nascer ainda este ano, estará à espera de tempos bem piores que estes. Posso agradecer a si e à corja que esteve antes de si, e que em vez de olhar para o comum, olhou para o individual. E na medida em que me for possível, o meu primeiro incentivo à minha filha é que escolha outro país para ela própria poder sobreviver. Porque é de sobrevivência que se fala...

sexta-feira, 24 de setembro de 2010


Santuário de Fátima, Fátima, Portugal

Coisas Extraordinárias

O Estado não tem um comprador para o BPN
Foi mais um dos brilhantes negócios que este Estado, o tal que se preocupa com o Estado Social, fez. Depois da rábula dos 20 mil milhões de euros disponíveis para os bancos, não consegue reduzir a sua dívida, nem consegue vender um banco que quis privatizar para safar alguns...

Os presentes envenenados
Passos Coelho continua a sua cruzada rumo ao poder e acusou o Governo de lhe dar presentes envenenados, como o aumento dos impostos. O Governo, como se estando a cagar para o que anda a fazer, veio denunciar os acordos secretos, que de secretos não tinham nada. Com os presentes ficam os de sempre...

"Só está na Polícia quem não tem mais que fazer"
Esta era a frase da notícia no Público (edição impressa) sobre a manifestação da Polícia no Terreiro do Paço. E é uma verdade inquestionável. A Polícia ou a GNR, são, hoje em dia, o reservatório dos excluídos da sociedade, e por isso, a conduta dos mesmos não muda, não evolui, apesar dos cargos. É uma característica tipicamente nossa, que visa o protagonismo em vez da utilidade. E com isso, a autoridade perde-se e a anarquia instala-se...

Crise para alguns
Também no Público há uma referência a ex-comissários que escaparam às medidas de austeridade. Segundo a notícia, há comissários a receberem "actualmente subsídios de reintegração que variam entre 40 e 65 por cento (dependendo do número de anos em Bruxelas) do seu salário de base, que ascende a 20.300 euros por mês (fora despesas de residência e representação) ou 22.500 para os vice-presidentes". São considerados subsídios que se destinam a “facilitar a reinserção no mercado de trabalho” dos ex-comissários e a “manter a sua independência”, de modo a evitar eventuais conflitos de interesses com os anteriores pelouros. Realmente, faz o que eu digo, mas não faças o que eu faço!

Cuba e o Estado
Fidel Castro admitiu que o modelo falhou. Já se sabia há um tempo. É agora tempo de aproveitar o que de bom foi feito e continuar a fazê-lo. E é de bom tom aproveitar o que é feito de bom noutros lados e fazer também. É com convergência de diferentes pontos de vista que se atinge a qualidade. Quisessem os portugueses o mesmo e talvez fôssemos um país bem melhor...

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Um ingrato

Quando soube onde ele morava e quando conheci a humildade da mãe, pensava que o filho seria o produto final dessa humildade. Grande erro!

Desde cedo, com o seu ar altivo, prepotente e defensivo, o menino foi tratado com pinças, como se fosse um diamante prontinho a lapidar, como foi por um dos mestres dos mestres, Johan Cruyff.

Já antes, tinha dado um toque da sua "midesca" personalidade ao ter assinado por dois clubes italianos, tendo assim chegado à cidade condal. Anos mais tarde, voltou as costas a uma cidade que o adorava e lhe beijava os pés, trocando-a pela maior rival que possa haver. E certamente, nunca será perdoado, porque era um ídolo, ou pelo menos, as pessoas viam-no assim.

Fartou-se de Madrid, porque não jogava e experimentou Itália, acabando lá a carreira e esquecendo o clube que diz que tanto gosta. É agora director de relações internacionais. Um nome pomposo que lhe dá crédito e glamour, ou seja, tudo aquilo por que sempre ambicionou.

Na Selecção, foi capitão, líder e porta-voz. Foi também considerado o Melhor do Mundo. E Portugal sempre a seus pés, até que chegou o "piolhoso" da Madeira, que de carácter também deixa muito a desejar, o que veio a provocar o choque de egos.

Tenho dois exemplos com a personagem que mostram bem a sua capacidade de agradecer ao pequeno país que o viu nascer e vê nele uma espécie de "embaixador". Uma delas foi no recente jogo das estrelas que se disputou no Estádio da Luz. Foi-lhe pedida uma pequena presença num directo para uma estação portuguesa. Recusou, dizendo que naquele dia não dava entrevistas nenhumas. 1 hora depois, falava para a CNN.

Outro exemplo vem da Suíça, nos habituais sorteios europeus. Para os jornalistas portugueses, nem uma palavra. Para os estrangeiros, o habitual.

Luís Filipe Madeira Caeiro Figo, estás bem onde estás! Não te esqueças que não é como começa, mas sim como acaba...

A humildade e a gratidão não se adquirem de um dia para o outro!

Passe bem...


Cabeção, Mora, Portugal, 2006

A falta que Luís Figo faz a Portugal é esta

Começar a semana bem-disposto

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

A Festa

Não há dúvida que é uma organização que só está ao alcance de um Partido como o PCP. Também não há dúvida que outros partidos teriam dificuldades em fazer aquilo que o PCP faz na Festa.

O problema é quem lá vai e não percebe. E são muitos, que na sua típica aparição tuga que prezamos desatam a falar mal disto e daquilo, das condições que o recinto oferece, das pessoas que o frequentam e dos preços das refeições e do artesanato.

É impressionante que as pessoas que se deslocam a uma Festa cultural, popular, mas sobretudo política não consigam ter o discernimento de dizer que no Pavilhão Central (sim, aquele pavilhão grande mesmo no meio da Festa com panos brancos) se encontrava um dos estudos mais completos de como Portugal deixou de produzir e ao mesmo tempo apresenta algumas soluções que certamente satisfariam alguns incrédulos e pessimistas.

Para além disso, a oferta cultural ao nível de concertos, livros, discos, artesananto tem de ter um preço que só por ser a Festa do Avante tem de ter desconto. É de uma incoerência atroz e de uma desonestidade hedionda esse tipo de afirmação.

Assim como a crítica à comida. Dizer que há preços altos para quem lá vai comer e que se come em restaurantes por muito menos, só mesmo de má-fé com as pessoas que abdicam (pelo menos) de um fim-de-semana da sua vida, para servir quem quer conhecer e apreciar (?) a Festa.

Por isso é que não há Festa como esta. E por isso é que para o ano há mais. A 35ª.

domingo, 5 de setembro de 2010

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Parecia que estava a adivinhar

Depois de ter colocado a referência à Festa do Avante!, eis que me chega a seguinte notícia num take da Lusa (Os sublinhados são meus. As conclusões são vossas!):

"Beja, 31 Ago (Lusa) -- O PCP acusou hoje a Câmara de Beja (PS) de ter retirado pendões de propaganda política à Festa do Avante que estavam afixados em postes na cidade, mas a autarquia diz que os comunistas violaram um regulamento municipal.

Ao início da tarde de hoje, "várias pessoas viram funcionários da Câmara de Beja a retirar pendões de propaganda política do PCP à Festa do Avante" deste ano, disse à agência Lusa Miguel Madeira, da comissão concelhia de Beja do PCP.

Segundo Miguel Madeira, que falava à Lusa após o envio de um comunicado do PCP a denunciar a situação, trata-se de uma "atitude arrogante" da Câmara de Beja que "além de limitar o direito de propaganda, constituiu um furto de materiais e estruturas propriedade do PCP".

As ações de hoje, "no sentido de impor limitações ao irrenunciável direito de propaganda", disse, são "um inquietante sinal de intolerância e abuso de poder, visando especialmente o PCP e as suas iniciativas de divulgação e de afirmação política".

Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara de Beja, Jorge Pulido Valente, explicou que a autarquia mandou retirar os pendões após os serviços de fiscalização terem detetado que se tratava de "uma violação" do regulamento municipal de publicidade e de "um abuso do espaço público".

"Não se tratava de propaganda política, mas de referências a uma festa", a do Avante, "com entradas pagas e que todos sabemos que é organizada pelo PCP", mas nos pendões "não havia referências a nenhum partido político", explicou o autarca.

Assim, justificou, "o PCP não cumpriu um regulamento municipal que até foi aprovado pelo anterior executivo" CDU.

Segundo Miguel Madeira, "trata-se de propaganda política e não de publicidade", porque "não restam dúvidas de que a Festa do Avante, que já vai na 34. edição, é claramente o maior evento político-cultural em Portugal e é organizado pelo PCP".

A retirada dos pendões, "contra o direito e a liberdade de informação, consagrada e protegida pela Constituição", acusou Miguel Madeira, "é reveladora das conceções antidemocráticas" do Executivo PS da Câmara de Beja, "em clara violação de garantias, liberdades e direitos fundamentais".

Trata-se de "um exemplo preocupante de que com a chegada do Executivo PS" à Câmara de Beja, nas últimas eleições autárquicas, "chegaram também" à cidade "os atentados contra a democracia e a liberdade", lamentou.

O PCP "não abdica" do "exercício pleno de um direito democrático essencial", garantiu Miguel Madeira, referindo que as organizações e os militantes comunistas vão continuar "a exercer as liberdades e garantias que a democracia e a Constituição Portuguesa conferem e a resistir ativamente contra todos os atos de intimidação, arbítrio e abuso de poder".

Assim, o PCP vai desenvolver "as iniciativas que entender necessárias" para "pôr cobro ao deliberado desprezo pelas leis e à persistente violação de direitos, garantias e liberdades essenciais que o regime democrático e os valores de Abril consagram".

Neste sentido, disse, o PCP vai hoje à noite voltar a afixar em Beja propaganda alusiva à próxima edição da Festa do Avante, que vai decorrer entre 03 e 05 de setembro na Quinta da Atalaia, na freguesia de Amora, no concelho do Seixal."

Ela está a chegar

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

sábado, 14 de agosto de 2010

Rio Sado, Caminho Setúbal - Tróia

Política de pacote

O Presidente da República e o Primeiro-Ministro deslocaram-se ontem a Carnaxide, para fazerem a avaliação dos fogos que grassam no país. Duas horas depois, estavam contentes com o resultado e ainda se deram ao luxo de falarem sobre os valores do PIB, do PGR e dos Poderes do Presidente.

A vergonha já se sabia que não era muita, mas para fazerem o que fizeram, mais valia terem ficado por terras do Algarve a apanhar banhos de sol...

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A purga que não é

Parece que o partido que está no Governo decidiu expulsar 200 militantes, porque esses militantes decidiram concorrer contra o seu partido nas últimas eleições autárquicas.
O nome mais mediático é o de Narciso Miranda, que conseguiu colocar Matosinhos no mapa, quando esta não passava de uma cidadezinha periférica do Porto. Hoje em dia, Matosinhos é maior do que o próprio Porto. Com ou sem apoio do PS, Narciso continuo na sua estirpe e subida faraónica como outros exemplos ao lado (Valentim em Gondomar, Ferreira Torres no Marco) ou como exemplos cá em baixo (Isaltino é o melhor paradigma).

O que é estranho neste caso é que se fosse noutro partido qualquer, os especialistas viriam dizer isto e aquilo e o outro. Como é o PS do sr.Engenheiro, calma que o rapaz anda de férias e não o vamos incomodar com mais coisas, ainda para mais com uns incêndios que tanto jeito dão aos convivas que também eles estão de férias.

É uma atitude certa a de se expulsar quem não está com o Partido, seja ele qual for. É errado avaliar-se o Partido se for de uma cor e não avaliar se for de outra...

Os heróis nacionais

Não é nenhuma equipa de futebol, nem nada que se pareça.
Também não é nenhum actor ou cantor que tenha desaparecido recentemente, com uma doença terminal, e que só no fim lhe dão a verdadeira homenagem.
Não. A verdadeira homenagem é feita aos bombeiros que andam de lés a lés, na procura incessante de acabar com os negócios sujos que se fazem por detrás dos verdadeiros incêndios que existem por este país fora.
É impressionante como é que um Estado define uma época de incêndios, como se fosse um campeonato para se ver quantos hectares é que cada distrito consegue ter ardido. Como se fosse um campeonato onde se vê quantos incêndios se conseguem fazer por dia.
E os pobres dos voluntários lá têm de ir apagar o que outros foram fazer, sem qualquer sentido do que quer que seja.
Para eles, e para os que perderam já a vida, para que outros não a perdessem, aqui fica o meu sentido orgulho e tributo, pelo que têm feito!

Alter do Chão, Alto Alentejo, Portugal

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Tomar por parvos

A OMS anunciou o fim da pandemia da gripe A. Ao fim de ano e tal, finalmente os laboratórios que tanto ganharam com as vacinas podem estar mais descansados e com o papo cheio, que o problema está resolvido, até nova pandemia criada pelos mesmos laboratórios...

De papo cheio também andam as gasolineiras em Portugal. BP, Galp e Cepsa aumentaram em 2 cêntimos o preço da gasolina e do gasóleo, sem que se justificasse o aumento. E o pior é que o sector diz que houve descida das cotações nos mercados internacionais, mas que não se pode inverter a tendência...

Carlos Queiroz, segundo se soube, contratou Cunha Vaz para a sua defesa na praça pública. Não, Cunha Vaz não é advogado, mas sim consultor de comunicação e por isso, a defesa que se faz hoje em dia na praça pública é através dos jornais, das TV's, das rádios. É aí que se vê a verdadeira defesa. E por isso, agora não é estranho esta constelação de gente séria e credível como Pinto da Costa, Luís Filipe Vieira, Luís Figo e Alex Fergunson, entre outros a defenderem o indefensável...

sábado, 7 de agosto de 2010

Another Fucking Day in Paradise

- Parece que Angola queria que Jardim Gonçalves saísse do BCP e parecia que Jardim Gonçalves não queria sair do BCP. Com isto, o BCP mudou de direcção, Jardim Gonçalves foi parar aos tribunais e Berardo ainda se vai rindo...

- O PS da Póvoa do Varzim vai fazer uma queixa à Câmara por causa de uma praia naturista, onde se praticam actos sexuais. A praia da Estela parece que se tornou num espaço público proibido para o PS da Póvoa do Varzim, que vinca não ter nada contra a prática naturista. Não sei se hei-de rir ou chorar por tamanha tacanhez num verdadeiro estado silly da época...

- Afinal, parece que há 300 clínicas ilegais no país. Dá quase uma por concelho, o que é sempre espectacular ver como a impunidade continua de mão dada com a suposta legalidade...

- Ministério Público, Magistrados e PGR continuam às guerras de alecrim e manjerona. Era bom que alguém temperasse isto com outro condimento...

- Hoje joga-se um Benfica - FC Porto, em Aveiro, num dos estádios construídos para o Euro 2004. É uma vantagem para Madaíl estar perto de casa e não ter de se deslocar muito. É uma desvantagem para a polícia que só tem metade dos efectivos que estavam no Algarve em Março. Resta às duas equipas darem espectáculo...

Em semana de festival (4)

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Á portuguesa

Almerindo Marques, esse gestor competentíssimo que consegue fazer com que o Estado o transfira de empresa pública para empresa pública, diz no Expresso que "se nada for feito nas Estradas de Portugal, a dívida chegará no final do ano aos 2 mil milhões de ano". É realmente extraordinário que um gestor de uma empresa pública que ganha por ano mais de 250 mil euros, que ainda tenha a lata de vir dizer que se não se fizer nada, as Estradas de Portugal entram em colapso ou então... Então são privatizadas! Não era este o verdadeiro objectivo?

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Mais um dia normal em Portugal

Em Agosto, o disparate ameaça crescer a olhos vistos, e isso vê-se em tudo. Nas TV's, nos jornais, nas declarações, no espaço político, em todo o lado.

As recentes declarações de pessoas com responsabilidade no campo da Justiça mostram que a mesma há muito deixou de existir em Portugal e que estamos verdadeiramente num estado anárquico, sem rei nem roque, quanto mais com presidente ou fado.

O Presidente da República não muge nem tuge, o Primeiro-Ministro usa o fiel escudeiro enquanto se banha no Algarve (ao menos, seguiu o conselho do PR) e PGR, sindicatos e advogados andam em lutas triviais dignas de um século mais do que passado, onde o "shôr doutor" daqui é melhor do que o "shôr doutor" dali.

E o que mais espanta é que é tudo normal. Os incêndios estão aí e divertem a malta, distraem as pessoas, que o que mais querem agora é gozar o Sol e as férias, e em Setembro logo se verá.

Sinceramente, o que é que me espanta?

Em semana de festival (3)

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Em semana de Festival (2)

A Grande Pirâmide - Clã

Estuda essa lição
sobe cada degrau
do conhecimento
para seres alguém
para teres o teu momento
vais ter de subir
custe o que custar
qualquer meio vale
para lá chegar
à grande pirâmide
à grande pirâmide

depois de subir
tu vais saber tudo
mas não vais ter tempo
de perceber nada
porque o que te informa
não é conhecimento
é tradição e norma
sem questionar a forma
à grande pirâmide
vais querer chegar
à grande pirâmide
depois de lá chegar

não penses duas vezes
não fiques para trás
tu és um gladiador
vais ter um carro preto
com dois mil de motor
e uma vivenda murada
depois de lá chegar
depois de lá chegar

podes ver o nada
depois de lá chegar
podes querer saltar
da grande pirâmide
podes querer saltar
da grande pirâmide
já te falta o ar
à grande pirâmide
á grande pirâmide

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Em semana de festival (1)



Massive Attack - Teardrop

Curtas da Semana que Passou

- Parece que o desemprego decresceu 0,1 %. Para os rapazes da Câmara Corporativa será uma excelente notícia. Para os que vivem no Portugal real, continua a ser um tormento estar à espera de um trabalho...

- Afinal, o Freeport deu em nada. A Casa Pia irá dar certamente em nada. Processos de corrupção desportiva deram em nada. Processo de Domingos Névoa sobre corrupção deu em nada. E será assim a Justiça Portuguesa transformada em nada. Alberto Martins tem feito bem o trabalho de casa...

- Paulo Portas surgiu uma vez mais como o justiceiro mais justiceiro do país. Discurso contra os deliquentes, os perigosos assaltantes e a ineficácia da Polícia. Para quem mandou comprar submarinos no valor de mais de 800 milhões de euros, estar a chamar deliquentes aos outros é um sinal de demência, no mínimo...

- O PSD continua a fazer de conta que trabalha. Resolveu querer discutir execução orçamental para tentar desgastar o governo um pouquinho mais. É natural que o PSD queira mostrar trabalho em tempo de férias, para poder chamar mandriões aos outros. É uma característica típica de inveja...

- O PCP e a CGTP continuam na luta. A luta é o que os faz mover. A eles e aos desgraçados que ainda acreditam que é a caminhar entre o Marquês de Pombal e a Av. da Liberdade que as políticas serão mudadas. A falta de visão sempre foi um problema que a foice e o martelo não conseguiram resolver...

- O BE anda calado. Portanto, não deve faltar tempo para ouvir uns zumbidos quaisquer que marquem a agenda política com propostas já apresentadas por outras forças políticas. É assim que o BE funciona. A gritar, a vociferar, a divagar...

- O Benfica continua a golear e a jogar muito à bola. A saída de Di Maria tornou o 11 do Benfica num 11, em vez do 10+1 que era a época passada. Bons prenúncios para sábado...

A puta da doença

Quando tinha de receber várias vezes o Mário Bettencourt Resendes, a imagem que guardava era sempre de uma pessoa bem-disposta, independentemente de ter de lutar contra uma doença que continuava a galgar e a retirar-lhe o espaço público que a nossa televisão, mas sobretudo a nossa comunicação tanto necessitavam.

Nos últimos tempos, a sua luta pessoal era compensada pelas vitórias do seu Benfica, e uma das últimas vezes que o recebi, uma pneumonia tinha-o deixado de rastos, apenas sendo combatida pelo futebol praticado pelo seu clube de sempre e que o tinha alegrado nos últimos tempos.

O seu desaparecimento empobrece a televisão, os jornais, a comunicação que necessitava sempre de ter alguém como ele, selecto, independente e lúcido, como se deve ser em matérias tão delicadas. Nunca escondeu o que era, mas a virtude das suas análises mostrava isso mesmo, e é isso que distingue os verdadeiros profissionais do que os de pacotilha. O Mário parte com o dever cumprido. Da minha parte, só tenho a agradecer os instantes que tive com um dos melhores na sua área.


Na semana anterior, António Feio também nos tinha deixado. O seu pâncreas tinha sido uma mola para as pessoas se lembrarem mais vezes do artista. Do actor. Do encenador. Enfim, da pessoa que sempre tinha sido e da sua profissão que tão honradamente representou. Das tretas, ao cinema, ao teatro, a tudo, o António Feio quis deixar uma marca e conseguiu. E sempre com um sorriso, ou na cara dele, ou na cara dos outros, porque era essa a sua marca.
E várias vezes, ele se lembrou do seu pâncreas e do que ele possibilitou. Os Globos de Ouro, as condecorações, as homenagens. Toda a hipocrisia a que os artistas estão votados em Portugal e que depois são lembrados só quando fecham os olhos ou estão em vias disso. As homenagens são sempre tardias. De certeza que onde estará, estará a fazer rir...

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Regresso ao Passado

A Política Social da Igreja Católica

D.Carlos Azeredo veio a público dizer que os políticos deviam doar 20% do seu salário para um Fundo Social.

Não conhecia a faceta política dos padres com alguma importância no clérigo português, mas as declarações da semana passada, para além de serem populistas, são de uma infelicidade que até aos mais leigos faz confusão.

Basta olhar para o património da Igreja Católica para os mesmos serem os últimos a exigir o que quer que seja em matéria de políticas sociais. A diferença de tratamento entre o que apregoam e o que fazem é deveras indicador da falsidade que grassa. Usando argumentos como os da semana passada, só fazem sentido mesmo numa silly season como esta que passamos...

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Outro parvo no meu lugar

Chego a casa a porta estava trancada
Fechadura tinha sido mudada
Uma sombra desvia o meu olhar
Estava outro parvo no meu lugar

Chego ao trabalho mau olhado
A secretária olha de lado
A silhueta desvia o meu olhar
Estava outro parvo no meu lugar

(refrão)
Outro parvo, outro parvo
Estava outro parvo no meu lugar
Outro parvo, outro parvo
Estava outro parvo no meu lugar

Minha mãe preocupada
Disse que a vida não estava acabada
Mas quando chego para jantar
Estava outro parvo no meu lugar

(refrão)
Outro parvo, outro parvo
Estava outro parvo no meu lugar
Outro parvo, outro parvo
Estava outro parvo no meu lugar

O coveiro desconfiado
Disse que o buraco já estava tapado
Mas quando chego para enterrar
Estava outro parvo no meu lugar

(refrão)
Outro parvo, outro parvo
Estava outro parvo no meu lugar
Outro parvo, outro parvo
Estava outro parvo no meu lugar

Mas porque raio é que me estou a queixar?
Eu sempre quis ter outro parvo no meu lugar
Outro parvo, outro parvo
Estava outro parvo no meu lugar




sexta-feira, 16 de julho de 2010

O Estado da Nação

Foi interessante ver ontem as primeiras duas horas do Estado da Nação. Não consegui ver mais por afazeres pessoais, mas o que vi e li, sobretudo na hashtag #EstadoDaNação do Twitter, foi por demais evidente que estamos descrentes de tudo e de todos nesta bela arte que é a de governar e de sermos governados.

Quando cheguei mais à noite e comecei a ver e a ouvir o que tinha ficado do Estado da Nação, então fiquei com a sensação que a demência colectiva é uma realidade neste país, e que provavelmente, vamos sobreviver nos próximos anos "navegando à vista", sem rumo, sem ideias, sem estratégia, mas sobretudo, com uma cambada de gente que olha para a política como uma forma individualista de se safar, independentemente de quem vier a seguir, para depois tentar limpar os cacos.

E é impressionante ouvir Paulo Portas, que teve responsabilidades num dos piores Governos de que há memória vir agora armado em arauto da responsabilidade, chegando ao ponto de dizer que só com uma coligação PS-PSD-CDS, o país ia para a frente. Ou seja, os mesmos três partidos que governaram o país nestes últimos 30 anos e que colocaram o país onde ele está são os mesmos (segundo Paulo Portas) que o conseguem levantar. Brilhante!

Voltando à hashtag, é curioso ver alguns desabafos, como o facto da actual geração de jovens não acreditar numa única palavra que é dita pelos deputados e por isso o seu afastamento da política ser perfeitamente normal, vemos que existem os de direita e de esquerda, que defendem as suas partes, vemos os que acham que Sócrates vive noutro planeta, vemos os que acham que Sócrates vive no país correcto, mas com as pessoas erradas, mas vemos sobretudo muito descontentamento pelo rumo que Portugal leva.

Hoje, os funcionários judiciais entram de férias, para só em Setembro voltarem a trabalhar. A Justiça é um dos pontos onde a credibilidade do país mais caíu e este é um bom exemplo. Os processos arrastam-se, o Código Civil está feito para os recursos e mais recursos e a burocracia ganha em larga escala à simplificação que tanto se falou e rapidamente se esqueceu.

Definhamos e definhamos sempre na procura de mais neste Estado Da Nação, que de Estado tem muito pouco e de Nação ainda menos...

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Lisboa, a cidade que nunca adormece

Parece que o Parque Mayer vai mesmo abaixo. Apesar de o Tribunal ter anulado a permuta entre a Câmara de Lisboa e a Bragaparques, António Costa já disse que o sítio é para ir abaixo.

É fácil de ver quem é que António Névoa subornou desta vez. A única coisa que mudou foi a cor, que passou a um tom mais rosado do que alaranjado, mas mesmo assim, com os mesmos defeitos e virtudes.

Defeitos, porque supostamente um autarca não deve ser corrupto (há por aí tantos exemplos como Felgueiras, Oeiras, Gondomar, Marco de Canaveses ou Braga). Virtudes, porque ao menos assim já se sabe como é que os próprios autarcas actuam, sem pudor ou vergonha.

Como um dia qualquer...

Acordo com os Beach House e penso que estou na praia, mas os lençóis não enganam e ainda estou na cama, pronto para fazer algo que valha a pena durante o resto do dia.
Demoro sempre um pouco a levantar-me e a lesão que tenho no joelho faz-me sempre pensar que "estou fodido" com isto e que a minha carreira semanal ficará em risco para o resto da vida.
Pensamentos demasiados negativos que não auguram nada de bom para o resto do dia, mas como estou habituado a ouvir os queixumes de tudo e de todos, já nem noto. Parece que é um fado nosso muito próprio, o de nos queixarmos.

No entanto, deixo isso para trás e meto-me a caminho. Pearl Jam para avivar memórias e esquecer o arrefecimento do tempo e o facto de já não ter de usar o ar condicionado do carro enquanto sigo para os arredores da capital do Império aturara malucos, preconceituosos e manias que vão tornando Portugal um sítio difícil de respirar.

Um dia inteiro fechado num espaço com televisores, máquinas e computadores que nos toldam a vista conforme querem e desejam. Existe um espacinho ou outro onde se pode sempre apanhar ar fresco, mas sempre pejado do cheiro a tabaco ou perdemos essa grande atitude que é a socialização dos indivíduos, onde se fala de tudo, menos da própria vida. Só trabalho, trabalho e as acções decorrentes desse mesmo trabalho.

Voltamos a casa num ritual quase ao mesmo nível de um rebanho de carneiros a caminho do matadouro. Saímos de uns arredores da capital do Império para chegarmos a outros. Parar no centro do Mundo português é uma tarefa difícil, porque ou há trânsito ou há alturas em que não devemos mesmo nada fazer sem ser contemplar o que nos deram.

E quando chegamos ao nosso poiso de onde saímos há dez horas atrás, tudo está na mesma, como se nada se passasse. Tudo no mesmo sítio, no mesmo lugar, à espera de no próximo dia ser acordado pelos Beach House ou por qualquer outra banda que vá ao Meco...

sábado, 10 de julho de 2010

Més de Un Milió

Barcelona viveu hoje um dia histórico. Mais de um milhão de pessoas reuniram-se entre o Passeig de Graciá e a Avenida Diagonal para defender o Estatuto de Autonomia da Catalunha, 24 horas depois de ser dada a conhecer a sentença do Tribunal Constitucional Espanhol.

Esta sexta feira, o Tribunal Constitucional publicou em detalhe a sentença, após quatro anos de deliberação. Foram afetados 50 dos 223 artigos do Estatuto da Catalunha. Os principais temas que "revoltam" os catalães são o facto do TC não reconhecer a Catalunha como uma nação, e a língua catalã deixar de ser preferencial.

A Espanha não aprende e o sistema judicial espanhol que tarda em evoluir permitem este tipo de manifestações de amor próprio à Região. Catalunha e País Basco são os melhores exemplos da manta de retalhos que a Espanha ainda é. Quem não compreender isto, não compreenderá nada. E mesmo assim, fica a perder.

Visca Catalunya!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Tudo normal

Vera Jardim, um senhor que já foi Ministro da Justiça deste país e que se assume como uma pessoa de esquerda, é também Presidente da "Comissão eventual para o acompanhamento político do fenómeno da corrupção e para a análise integrada de soluções com vista ao seu combate", e disse hoje à Antena 1 que "defende ainda um acordo de governação entre o PS, o PSD e o CDS-PP e afirma que acredita que o primeiro-ministro está disponível para esta solução".

Ou seja, a única maneira de governar o país e tirá-lo da crise é fazê-lo com os mesmos partidos que mais e unicamente contribuíram para ela. E isto, vindo de uma pessoa com alguma responsabilidade na matéria, é preocupante. E é normal, porque a vergonha continua a não pertencer ao vocabulário de certo tipo de pessoas.

Já as Estradas de Portugal estão a pedir financiamento. E pedem-no por causa das SCUT. É sempre bom saber que uma empresa pública, que recentemente foi notícia de jornal por causa de uns prémios no valor de 190 mil euros anuais, tenha de andar a pedinchar. É o problema das gestões públicas e é o problema da nossa verdadeira despesa onde os séquitos e amigos vão gozando e usando do dinheiro público. Tudo normal...

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Interpol - Lights

O Futebol e a Nação

O que é que o desaire de ontem da Selecção e respectivas reacções têm a ver com o resto do país? Tudo!

Carlos Queiroz foi defrontar a Espanha com medo. Jogando atrás, explorando o contra-ataque, dando a iniciativa ao adversário. O país faz o mesmo: joga sempre atrás, não toma a iniciativa e explora alguns pontos para tentar ser melhor que o adversário usando uns golpinhos aqui e ali.

Cristiano Ronaldo no fim disse para falarem com o Queiroz. 30 minutos depois, lançava um comunicado a dizer que tinha sido incompreendido. O país é assim. A culpa nunca é de ninguém e responsabiliza-se sempre alguém. Para depois se vir com a desculpa de que não era bem assim.

O resto da equipa diz que somos uma equipa e saímos fortalecidos, mas os egos individuais continuam sempre a mandar. Portugal também é assim. Somos pequeninos para os egos que existem por cá. Dizemos sempre que funcionamos em equipa, mas o ego não deixa, porque queremos que seja o individual a ganhar.

Hoje, já se tentam procurar os responsáveis pela campanha no Mundial e as teorias começam a aparecer. E é nisto que o país é pródigo. Consegue inventar boatos e mexericos como ninguém. Somos ases nessa matéria. E continuamos a criá-los, querendo meter o nariz na porta da vizinha ou ver o que se faz no prédio ao lado.

E com isto, Portugal foi eliminado e o estado de transe por que passou neste último mês e meio acabou. Voltamos à realidade dura e crua dos chips, da crise, da PT e da Vivo, do desemprego e do que falta.

Pode ser que as férias e o Benfica resolvam aparecer e deixar o país mais um bocadinho em transe. Aí até ao Natal...

sábado, 26 de junho de 2010

Para disfrutar

Mau era o de Berlim


Israel / Palestina




EUA / México

O que dá uma boa reportagem

Gosto muito do i à sexta-feira, especialmente porque traz o caderno do iReportagem, com exclusivos do New York Times. Jeffrey Gettleman é o homem de serviço que nos traz novidades de África e as escreve no site do jornal, sem censura ou retoques de escrita. Esta semana, o título é "As crianças que carregam armas para o governo apoiado pelos Estados Unidos", que foi escrito em 13 de Junho, mas que com a devida tradução, só foi possível lê-lo ontem. A versão original está disponível, mas eu gostava muito de reter alguns parágrafos.

"(...) Awil destaca-se de duas formas notáveis: está a transportar ao ombro uma metralhadora Kalashnikov totalmente automática e totalmente carregada; e está a trabalhar para um Exército que é substancialmente armado e financiado pelos Estados Unidos."

"Mas Awil não é um rebelde. Ele está a trabalhar para o Governo Federal Transitório da Somália, uma peça fulcral da estratégia antiterrorista norte-americana no Corno de África."

"Segundo a UNICEF, apenas dois países não ratificaram a Convenção sobre os Direitos da Criança, que proíbe o recrutamento de soldados menores de 15 anos: os Estados Unidos e a Somália."

"Conselheiros norte-americanos têm vindo a ajudar a supervisionar, no Uganda, o treino dos soldados do Exército governamental da Somália."

" "Já perdi a esperança", disse o xeque Yusuf Mohamed Siad, o ministro da Defesa, que, na semana passada, se demitiu subitamente, tal como vários outros ministros. " Todo este treino internacional é apenas treino de soldados para a Shabab". acrescentou, referindo que as demissões aumentaram. "Pergunte ao presidente o que foi que ele conseguiu alcançar no ano passado", desafia Mohamed Siad, rindo. "Nada. Absolutamente nada!" "

Todo o folclore mediático que nos vai rodeando interessa-se por todo o tipo de notícias, menos esta. Esta é para uma Grande Reportagem, mas num dia onde não haja mais nada do que fazer, porque as redes sociais e as pessoas sozinhas em casa é que interessam. Todos os outros interesses ficam de fora. Não dão números...

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Um mundo à parte

O nosso Primeiro-Ministro foi à Assembleia da República para o habitual debate com a oposição sobre o estado do país. E para variar, o nosso Primeiro-Ministro deve viver noutro país que não seja o nosso. Só pode. E em cada debate, o Governo apresenta sempre uma proposta que na prática depois não se vai resolver. São apoios daqui, são apoios dali, que depois na prática não passam de palavras vãs de esperança para quem a vai perder depois...

E no meio da discussão, Paulo Portas teve tempo para criticar uma lei que foi aprovada no seu tempo sobre criminalidade, Miguel Macedo falou sobre o QREN, Louçã falou sobre Amado e o PCP e o PEV foram os únicos a tocar no assunto SCUT.

E é a falar de SCUT que o nosso Primeiro-Ministro tem a seguinte frase: "A SCUT tem características geométricas diferentes das AE's". Características geométricas? Quais? O nosso primeiro-ministro diz que as características geométricas têm a ver com mais saídas nas SCUT do que nas AE. Para quem teve um brilhante Inglês Técnico e é um extraordinário engenheiro, a resposta foi a esperada.

De tudo vale para enganar, para falsificar, para tornear. Nem com a Comissão Nacional de Protecção de Dados a cismar sobre a legalidade dos chips e da informação neles inserida. Nem com o facto de nos impôr a obrigatoridade de termos de comprar produtos a empresas privadas.

Realmente, José Sócrates está num país à parte...

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Zelig

Influenciado por esta crónica do António Pires no i, decidi ir à procura dos Zelig, uma banda do Porto, onde um dos elementos dá pelo nome de Peixe, ex-guitarrista dos Ornatos Violeta.
Fiquei curioso com esta frase: "O álbum “Joyce Alive”, dos Zelig (projecto de Peixe, ex-Ornatos Violeta, acompanhado por músicos do mesmo universo oriundos dos Pluto e Foge Foge Bandido), onde se podem ouvir bandas-sonoras imaginárias que tanto podem estar próximas de John Zorn como de Frank Zappa ou de Martin Denny em ácidos. E “Rondas”, de Samuel Jerónimo, que aqui prova mais uma vez – e com imenso talento – que o rock progressivo não é coisa do passado."

De pesquisa em pesquisa, ainda não consegui encontrar o álbum, mas fica aqui um vídeo, que também está no My Space da banda. Enjoy it!


pang pong

ZELIG's first album OUT NOW! | MySpace Music Videos

O dia-a-dia

PSD e Governo PS são cada vez mais amigos, e ao mesmo tempo, mostram bem porque é que deixaram o país chegar onde chegou. O último exemplo são as SCUT.
Quem as utiliza regularmente, sabe que aquelas vias de comunicação são vitais para as áreas onde estão. A intenção das mesmas seria a de criar investimento, aumentar a competitividade e criação de empresas em zonas ou regiões que estão a ser desfavorecidas, não se sabe bem a interessar a quem.
Costumo dar sempre o exemplo da A23, que desenvolveu em parte a zona de Castelo Branco e das Beiras, mas também poderia dar o exemplo de que as outras (A28 e A29) não tiveram o devido alcance que deveriam ter tido.

O problema de todos pagarem e continuarem a aumentar o espólio da Brisa é de uma vontade atroz de prejudicar quem mora ou beneficia das SCUT.

Interessante também o papel do PSD, que num dia esgravata tudo o que há para esgravatar do pouco que há do Governo PS, para no dia seguinte se sentar à mesma mesa, sempre a bem do interesse nacional. Interesse dos mesmos de sempre.

A palhaçada continua e nós continuamos a assobiar para o lado, como se nada fosse. O sol agora sim, está aí e Portugal deu 7 à Coreia do Norte e vai ser Campeão do Mundo outra vez...

domingo, 20 de junho de 2010

Mundial..Funeral...Funeral...Mundial

E assim foi o nosso fim-de-semana tipicamente português, alternado entre a tragédia e o futebol, quando vemos que a nossa televisão se preocupa com os números, esses sinais dignos de quem nos tenta educar.

Porque a TV também deveria servir para isso: ensinar. Mas não faz mais do que estupidifcar e abrutalhar a nossa sociedade num caldo difícil de lhe tomar o sabor.

As alternativas estão no cabo, mas nem todos têm acesso ao que se vai passando por Meo's e Zon's, porque continua a pagar a taxa do audiovisual para permitir à RTP amealhar prejuízos atrás de prejuízos.

Comecemos pelo funeral e pelo rol de personagens, figuras e figurinhas que passaram pelos Paços do Concelho para homenagearem o único Nobel literário que tínhamos. Continuamos a tê-lo, agora sob a forma de livro e ainda sem se saber por onde andarão as cinzas (agora sim, o verdadeiro tema nacional).

Até quiseram ver como é que a pequena Azinhaga do Ribatejo, ali a 7 kms da Golegã, se sentia. E vimos como se sentia: com um copinho a mais, a ver a bola no café e preocupado com as cinzas. Mas não era muito importante. O mais importante era mesmo o vinho.

E o Mundial? Essa competição que nos remete para a nossa mais pequena existência e que queremos conquistar. Sim, porque somos os "Navegantes" na busca de algo novo, nem que seja uma derrota frente à Coreia do Norte, que é uma coisa que ainda não temos. Temos um Seleccionador que vive mais para a Comunicação Social do que para o terreno de jogo. Temos um jogador que é considerado o melhor do Mundo e não marca um golo há 16 meses. Temos casos clínicos. E temos emigrantes, que contestam o facto dos jogadores não lhes acenarem, mas que no dia seguinte, estão a puxar a plenos pulmões pelo país. Porque somos assim! Gostamos de sofrer e de ver sofrer, e isso dá audiências, que é o mesmo que números. Esses mesmos que são sinais dignos de nos quererem educar...

sábado, 19 de junho de 2010

Mais uma voz que se cala

E parafraseando o mesmo, referindo ao nosso Presidente da República, intitulando-o o génio da banalidade, hoje de tudo e de todos se ouviu o pesar, as condolências, a perda de um símbolo de um país. Todos, não. O Sousa Lara continua com a mesma ideia e o Grupo Parlamentar do PSD também resolveu brincar, conforme atesta o blog do 31 da Sarrafada.

E é interessante ver que, apesar das brincadeiras, todos, da direita à esquerda, se mostraram sentidos com a morte do escritor. Eu vou ser muito claro. Saramago não me interessava. Não lia os livros dele, não partilhava muitas das suas ideias, mas era um Prémio Nobel, da área da cultura, e isso ainda me deixa com alguma simpatia pela pessoa.

Agora, nós estamos num país pequenino, e como pequeninos que somos, esquecemo-nos que fomos outrora grandes, e ficamos satisfeitos com pouco. Hoje será um rol de directos e jornalistas e aviões e cerimónias de Estado para "homenagear" um escritor, como ele gostava de ser chamado. Não irá ser respeitada a natural dor de quem estava mais próximo dele, porque o aberrante protocolo de Estado assim o exige. E enquanto não tivermos mais nenhum caso na Selecção em terra de tormenta, Saramago ditará as leis.

E irão os anónimos chorar para a Câmara Municipal de Lisboa, e irão aqueles, que no mais privado dos seus recantos, vocifaram contra ele, e irão todos atrás da matilha, como se ainda houvesse algo mais para dizer no momento macabro de um velório.

Para mim, é mais uma voz que se cala nesta sociedade que ele próprio decidiu abandonar, porque aqueles que hoje o homenagearam, não tiveram a decência de o reconhecer antes de uns suecos. E assim, cumpre-se sempre o nosso triste fado: só conseguimos ser reconhecidos quando morremos, porque não queremos fazer parte dessa espécie que corrói e brutaliza a sociedade.