domingo, 31 de outubro de 2010

Momentos marcantes

Na passada sexta-feira, passavam poucos minutos depois das 20h30, quando estava concentrado numa tarefa ao computador. À minha frente, estavam 20 televisores a dar diferentes canais, onde todos os dias, tenho de ter alguma atenção. Naquela sexta-feira, algo me puxou a ver a Sport TV e o jogo do Benfica. Foi no preciso momento em que Pablo Aimar pega na bola e faz isto:


A beleza do movimento, a condução da bola, a simulação de corpo e o remate colocado fizeram daquele momento em que me lembrei de olhar para a televisão como que se fosse um chamamento para ver o que o de melhor o futebol pode oferecer, de preferência nos pés de Pablo Aimar, ele que nessa semana tinha decidido dar os parabéns ao melhor jogador de futebol que vi jogar: Diego Maradona.

E continuando com o futebol, o convidado de Mário Crespo no Jornal das 9 era António Lobo Antunes. Na passagem para o Frente-a-Frente, tive de o ir buscar a estúdio, e enquanto autografava um dos seus livros, perguntou-me como tinha corrido a "conversa" com o seu amigo Mário. Eu, humildemente disse-lhe (perdoando a ofensa) que tinha preferido ficar a ver o "nosso" Benfica em deterimento da sua conversa. Imediatamente me disse: "Então não há problema. Mas estamos a ganhar, não estamos?"

O futebol tem disto. Distintas pessoas, distintas personalidades, feitios, complexos, alegrias e tristezas têm sempre um denominador comum que as afasta e une em torno de um simples objecto redondo. E quando falamos do Benfica, há logo algo que nos transfigura como se de uma obrigação se tratasse.

O resto do caminho entre o estúdio e a maquilhagem foi feito a discutir Roberto, o próximo jogo com o FC Porto e a capacidade da equipa em responder ao ambiente. A conversa, os livros, a morte, a vida e tudo o resto ficará para uma próxima oportunidade. O importante, na altura, foi termos discutido o que realmente interessa, e ali, naquele espaço de tempo, a importância tinha uma cor e um símbolo associados.

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