quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Os mentirosos, os Velhos do Restelo e os arautos da desgraça

Portugal tem sempre tradição em tudo o que é de mau. Está na nossa cultura, no nosso sangue, na nossa educação. Se ao final de uma semana cheia de sol aparece a previsão de umas nuvens , logo vem o mau tempo. Se, como esta semana, davam muito frio para a noite, seria o início do Inverno (mesmo assim, continuo a andar de t-shirt) and so on, and so on...

Vivemos da e para a desgraça e nada nos vai fazer mudar, porque parece que gostamos e não damos volta a isto.

Outra das nossas características muito próprias é que gostamos de mentirosos. Gostamos também daquele tipo de pessoas que dizem uma coisa hoje, mas amanhã já mudam. E gostamos tanto, que até os colocamos a mandar no país. Não é preciso ir buscar exemplos rabuscados de Soares, Cavaco, Guterres e Durão. Façamos a busca mais recente. E encontramos um Engenheiro formado ao fim-de-semana, com especialização em Inglês Técnico que nos conseguiu mentir durante alguns anos. O caos em que o país se tornou fez com que a máscara caísse, mas mesmo assim, já tem um digno sucessor. O líder da chamada oposição disse a semana passada que não negociava nada do OE que tivesse aumento de impostos. Parece que ontem já mudou de opinião. O líder da chamada oposição disse a semana passada que não negociava nada do OE que colocasse mais em risco a vida dos portugueses. Parece que ontem já mudou de opinião. E se ainda o faz como líder da oposição, como fará quando for um líder a sério? Talvez da mesma espécie do Engenheiro que lá está agora...

Os Velhos do Restelo, como país da desgraça que somos, hoje em dia são mais do que aqueles que no séc. XV punham em causa as ideias do Infante. Hoje, são mais sofisticados. Andam de portátil, têm telemóveis com acesso a e-mails e blogam. E também pertenceram a governos ou tiveram posições de alguma importância na esfera política, económica e social do país. Não deixam de continuar a ser Velhos do Restelo, porque onde quer que vão, dizem e escrevem sempre que estamos na penúria e que não nos vamos safar. E quando eles não eram Velhos do Restelo? Também acreditaram no Infante? Ou foi só para fazer boa figura?

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