terça-feira, 29 de setembro de 2009

Coisas boas de se ouvir

Batalha Naval

Acordamos e damos de caras com a notícia do dia: Ministério Público faz buscas em escritórios que participaram na compra de submarinos. Quando ouvimos falar em submarinos, lembramo-nos logo de uma pessoa, curiosamente a mesma que foi o grande vencedor das eleições que se realizaram há apenas dois dias.
Não havia melhor maneira de o colocar já à prova para saber se tem estofo para lidar com este Governo de encomendas, jogo sujo e traições.
E alinhando com este Governo está uma Justiça cada vez mais frágil, relutante, prevísivel e sem vergonha na cara.
Faz estes raides a sociedades de advogados, a bancos, financeiras e afins, com o único intuito de mostrar serviço para as televisões sacarem um ou outro plano e fazerem directos, tentando mostrar que a Justiça está a funcionar e a trabalhar. Tudo isto para quê?
PAra depois, quando for a altura do julgamento, os réus saírem em pose vitoriosa e com o discurso de que afinal a Justiça funciona. Funciona, sim senhor, mas para quem?

Parabéns



E ainda tão cheia de razão...

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Olhando para os resultados

Todos ganharam!

O PS, porque foi o mais votado.
O PSD, porque teve mais votos do que há 4 anos.
O CDS, porque passou para terceiro partido.
O BE, porque passou o meio milhão de votos.
A CDU, porque teve mais um deputado do que tinha.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O Voto Útil

PS e PSD entram na última semana de campanha a pedirem o voto útil para os respectivos partidos. Mário Soares e Paulo Rangel, como que fossem moralizadores da teoria política, pedem os votos para que o país não deixe de evoluir. Para isso, eles pedem o voto útil.

Pedem o voto útil para quê?
- Para os bancos continuarem a pagar cerca de 25% de IRC?
- Para se nacionalizarem bancos com depósitos avultados?
- Para se continuarem a aumentar as propinas no ensino universitário?
- Para se continuarem a aumentar as taxas moderadoras nos serviços de saúde?
- Para se continuarem as teorias dos lay-offs e a aumentar o desemprego?
- Para se falarem em Magalhães e a empresa que os produz ser acusada de fuga fiscal?
- Para se aprovarem Códigos do Trabalho a favor dos patrões?
- Para se fazerem inaugurações mais do que uma vez sobre o mesmo assunto?
- Para os mesmos que nos têm governado nos últimos anos, continuarem a amealhar o bem dos outros?

Se é para isso o voto útil, lamento mas não contem comigo.

O voto útil é para quem trabalha, para quem mostra trabalho e se interessa pelo progresso social e não pelo progresso pessoal.
O voto útil vai para quem defende que o serviço de saúde deve ser gratuito e acessível a todos.
O voto útil é para quem defende o ensino gratuito e universal.
O voto útil é para quem defende as pequenas e médias empresas, com o incremento da produção nacional, já que é da produção nacional que a esmagadora maioria das PME vive.
O voto útil é para quem defende os direitos dos trabalhadores e assalariados portugueses, que muitas vezes têm medo de perder o emprego, só por se manifestarem contra quem os prejudica.
O voto útil é para os deputados que na Assembleia da República trabalham para que o país melhore, quando outros não deixam.
O voto útil é para quem vive da realidade e não da imagem ou da propaganda.

Por isso, o meu voto útil nestas legislativas vai para a CDU, porque mostrou e mostra o que é o trabalho. As propostas estiverem lá, durante 4 anos e meio, na casa representativa do povo português. E quem a acusa de não ter ideias, é porque mente ou pretende ocultar propostas que dariam algum sentido a alguns portugueses.
Assim, no próximo domingo, a minha escolha está feita. Entre a demagogia populista de direita, a demagogia ideológica de esquerda e a teoria central do voto útil, a minha escolha cai na CDU.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Ainda bem que é Jorge Ferreira que o diz

O CDS esqueceu-se de votar contra as últimas alterações às leis penais. Agora, que descobriu tardiamente que são péssimas leis, em vez de pedir desculpa pelo erro, levanta a voz galaroz para os outros e diz que as quer alterar. Este CDS é um manual de hipocrisia política.

Era o que faltava numa campanha bipolar

Domingos Lopes decidiu afastar-se do Comité Central, conforme noticia o Público.
Estranho o timing em que a notícia é colocada (dia 15 de Setembro), 2º dia oficial de campanha para as legislativas, assim como o facto do jornal ter tido acesso à carta que datava de 7 de Setembro (precisamente um dia depois da Festa do Avante!).
No entanto, é estranha a solicitude com que os jornais e a imprensa dão logo destaque inequívoco sobre algo que se passa no PCP. Quando a chamada corrente "renovadora" permanecia incógnita e incólume ao que se passava, talvez pensando que o seu querido PS perdesse as eleições, lembrou-se deste toque de génio e moveu a peça que faltava para que o inanarrável BE cresça, à custa dos intelectuais e oportunistas que por lá pululam.
A campanha bipolar começou em força a atacar nas eleições e só foram precisos dois dias. Ainda faltam uns quantos para vermos o resto da tendência....

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Outro 11 de Setembro



No Chile, há 36 anos, numa acção aprovada pela Administração norte-americana de Richard Nixon, o regime democrático de Salvador Allende foi derrubado pelo comandante do Exército chileno, general Augusto Pinochet, que ficaria no poder perto de 17 anos.
Num documento enviado em Outubro de 1973 ao secretário de Estado Henry kissinger, o directo da CIA, William Colby, reconheceu ter orquestrado operações de desestabilização do sistema legítimo chileno, mas negou qualquer envolvimento directo nas operações de 11 de Setembro.
O médico Salvador Allende foi o primeiro presidente socialista, de formação marxista, eleito democraticamente na América Latina. E as forças mais conservadoras do continente, temendo uma nova Cuba, não lhe perdoaram isso, tendo começado a conspirar contra ele desde que tomou posse, em Outubro de 1970.
Apoiado pela Unidade Popular, conglomerado de comunistas, socialistas, radicais e outras correntes de esquerda, pensou que poderia instaurar o socialismo recorrendo apenas a meios legais. Mas os militares de Pinochet bombardearam o plaácio presidencial de La Moneda, exigindo a sua demissão. E Allende morreu no meio da confusão, tendo-se aparentemente suicidado.
no Público (Caderno P2).

Sepúlveda lembra esses tempos, em Diários do Sul:

E porque hoje é 11/9

Alguém sabe onde anda o Osama?

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Como se nunca se tivesse visto

A SIC está, durante a semana pré-campanha, a mostrar reportagens feitas com os líderes partidários, em situações que nós não costumamos ver.
É possível ver Jerónimo de Sousa a conduzir, Paulo Portas a mostrar a casa e a mostrar-se na TV, Francisco Louçã a andar de autocarro e José Sócates a andar de avião, à custa dos portugueses.
O que mais espanta nestas reportagens é a ausência de Manuela Ferreira Leite, que mostra uma vertente muito pouco dada à relação com os media.

Pessoalmente, o que mais me causa repulsa é o comentário político que acontece entre os diferentes blocos de imagens. No primeiro dia, Luís Delgado quase parecia embevecido pela postura normal de um candidato como Jerónimo Sousa. Ontem, Martim Avillez Figueiredo não estava surpreendido pela postura e pose de Paulo Portas e veremos o que nos reservará os próximos dois dias com Louçã e Sócrates.

Espanta-me que, numa época tradicional de caça ao voto, os políticos se prestem a mostrar o seu lado privado. Espanta-me que na expectativa de angariar votos, pretendam melhorar uma imagem desgastada pelas consequentes promessas vãs. Espanta-me que aceitemos este "Big Brother" VIP, em horário nobre. E espanta-me ainda mais, que os portugueses prefiram ver um Preço Certo. Mostra muito do nosso conceito de democracia...

terça-feira, 8 de setembro de 2009

O caso TVI

Apesar de ter estado ausente na Festa do Avante (mais uma vez, uma Festa política, mas que é atravessada pela cultura, pela música e pela pluralidade), creio que está no tempo de fazer uma avaliação sobre a semana quente que passou na TVI.
A situação na TVI é um sinal de que vale tudo para manter a rede, os conluios e os amigos.
Olhando fixamente para o conteúdo jornalístico do Jornal de Sexta, este não acrescentava nada ao que de perseguição política se tratava. Também se pode definir que o Jornal de Sexta não acrescentava nada ao desenvolvimento intelectual dos portugueses. Havia uma guerra aberta, logo sangue. E onde há sangue, os portugueses olham a todos os meios para ver a cor rubra, seja de que maneira for.
Manuela Moura Guedes quer agora fazer o papel de vítima, quando se sabe perfeitamente que usava o Jornal de Sexta para exercer o seu papel político de direita, quando ela própria já tinha sido deputada.
Como é óbvio, a decisão da Prisa pode ter a alegação de "gestão de grelha", mas um programa que é líder de audiências, não pode ser exonerado desta forma. É óbvio que houve pressões políticas para a Prisa definir o fim do Jornal de Sexta. E é óbvio, que usando o critério jornalístico, é uma boa notícia, o final do mesmo.
Com a saída de Moniz, Manuela ficou mais fraca. A "quinta" que geria na redacção da TVI, com a conivência do marido ficou enfraquecida e é normal que agora, aqueles que sofreram na pele, querem que Manuela também sofra.
De uma coisa ninguém se pode queixar que é ficar bem na fotografia:
- Manuela, porque entrou numa luta política e vai ficar a perder
- O PS, porque exerceu a sua influência na resolução deste caso
- O PSD, porque com os telhados de vidro que tem, continua a atirar pedras aos telhados vizinhos
- A restante oposição, porque tenta pugnar por uma democracia, quando sonha querer ter o poder da comunicação

O clima é instável para os lados de Queluz, mas nem em Carnaxide, nem na Marechal Gomes da Costa estão a saber aproveitar estes pequenos "brindes"...

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

"Só eu ou ela"

O onanismo que José Sócrates ostenta só tem comparação com Narciso.
Ontem, em entrevista a Judite de Sousa, Sócrates colocou como objectivo de umas eleições legislativas, a pessoa que vai ser Primeiro-Ministro. Nada mais interessa.

Não interessa quem serão os deputados que irão ser eleitos. Não interessa se há maioria absoluta ou não. Não interessa os sentidos dos votos dos Portugueses. A ele, só interessa quem ocupa o poleiro.

Para José Sócrates, o culto da personalidade tem efeitos preversos. A História Política está bem recheada de exemplos menos claros de objectividade política.

Colocar estas eleições como a escolha entre duas pessoas é faltar à confiança das pessoas, menosprezando a importância que elas podem ter.