sábado, 30 de julho de 2011

Sabe bem...

Ontem à noite, mesmo que num ambiente oriental, rodeado de fritos, patos à Pequim e Super Bocks, as conversas mantidas entre amigos (daqueles verdadeiros) faz-nos sentir sempre bem.

O Benfica, o Mundo, o Passado, o Presente e o Futuro discutidos com a permissa de serem os nossos guias para a Vida são os faróis que nos tentam guiar, através dos problemas que nos afectam.

O final da conversa, antevendo uma revolução internacional por causa dos acontecimentos de Hoje só pode ser revigorante e positiva. É preciso mudar e é preciso acreditar que é possível.

Que bem que soube ontem à noite... Obrigado!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Último dia de Fisioterapia

E aproveito para colocar aqui um texto que estava previsto para ser publicado no final de Maio:


"UMA CABEÇA, UM CIFRÃO


A bola vem no ar e o salto é inevitável, quando o jogo está empatado e se necessita de uma vitória. O adversário abaixa-se, saltamos por cima dele e vamos em direcção ao solo. De preferência, com a mão à frente. O som da cartilagem e a dor consequente mostram que temos problema.


Problema porque não há ambulâncias disponíveis para levar ao hospital (do que vale um Centro de Saúde, sem especialistas?) e assim, terei de ir pelo próprio pé para um hospital a 15 kms de distância. (Eu, porque há quem faça 30).


Chegados lá, triagem de Manchester (que é um nome bonito, mas pouco eficaz). Pulseira amarela e a pergunta do costume: 'Vai demorar muito?'. 'Não, é rápido!'. Nunca percebi a noção de rápido de médicos e enfermeiros, mas o "rápido" da enfermeira foi resolvido no espaço de uma hora, numa sala de espera onde se misturam 'pouco urgentes', 'urgentes', 'muito urgentes' (a minha pulseira amarela) e 'emergentes', juntamente com acompanhantes e indiferente da maleita.


Uma hora passou, o braço inchou e a dor aumentou. Próxima paragem: raio-x. O médico tirou, tirou e tirou radiografias, porque a cabeça do rádio não estava famosa. Lá tirou a oitava radiografia e mandou-me para a sala de espera. A pergunta manteve-se: 'Sabe se demora muito?'. 'Por mim, não!', respondeu o médico. uma hora depois, notei que não era por ele, já que não me atendeu, tendo sido outro o mensageiro da notícia: 'Então vamos aqui colocar o gesso e vai andar assim três semanas. Vai tirar um novo raio-x só para tirarmos as dúvidas quanto à lesão.' Vinte minutos depois, mais três radiografias e o reencontro três semanas depois. Hoje. (na altura 31 de Maio).


Entrada no hospital. Parte das consultas externas de um 'Centro Hospitalar' que serve 3 concelhos com quase 400 mil habitantes. Fila para se chegar a um guichet onde dizemos presente e pagamos quase 5 euros de taxa moderadora de um serviço 'tendencionalmente gratuito', conforme está escrito na Lei Fundamental do País, a Constituição. Depois da chamada, ida à Radiologia para o raio-x. 1,80€ depois, duas radiografias e ida às Consultas Externas.


E aqui chegado, o caos instalado. Cerca de 15(??) especialidades distribuídas no mesmo piso, pessoas acotoveladas nas cadeiras dos corredores, enfermeiros aos berros declarando os nomes dos pacientes e uma sala de espera cheia para todas as especialidades.


Uma parte do Serviço Nacional de Saúde é isto. mas é isto, porque há orden para que o caos seja imposto. Só pode! Não há explicação lógica, economicista ou racional que o justifique. O caminho para o fim do SNS está próximo. E os abutres olham com o seu habitual desdém para as pessoas e para o que representam. Neste caso concreto, o cifrão é o objecto escolhido. A saúde deixa de ser um direito e passou quase a obrigação.

Como diz Paulo Portas, o mesmo que diz que defende os idosos, as pensões, a agricultura e afins, é o mesmo que diz que temos de preservar a saúde, porque as pessoas são clientes do serviço. Para bom entendedor, meia palavra basta."

terça-feira, 19 de julho de 2011

SNS

"-Bom dia!
- Bom dia!
- Vinha aqui confirmar a minha presença para a consulta de hoje.
- Sim senhor.. Só um momento.
- O sr. Daniel paga ou é isento?
- Pago, pago.
- São 4,60 € pela consulta.
- Sim, senhora.
Depois de pagar o dinheiro, ainda me faltava o resto do dia de ontem, que foi a radiografia.

- Sr. Daniel, ainda tem isto para pagar, lembra-se?

Olho para o papel e vejo uma radiografia a custar 1,80 € e uma remoção de imobilizações gessadas no valor de 1,10 €, ou seja, mais 2,90€.

- Sim, sim...

Depois de ter pago 7, 50 € por uma consulta, uma radiografia e uma remoção (que termo tão lindo) de gesso num Hospital Público, a senhora diz:

- Agora vá ali para a outra sala e espera que o chamem, ok?
- Sim, senhora. Obrigado e bom dia"

E assim foi. Relembro mais uma vez o art. 64º da Constituição da República Portuguesa:
Direito à Saúde
1. Todos têm direito à protecção da saúde e o dever de a defender e promover.
2. O direito à protecção da saúde é realizado:
a) Através de um serviço nacional de saúde universal e geral e, tendo em conta as
condições económicas e sociais dos cidadãos, tendencialmente gratuito;


Não sei onde é que a parte do tendencialmente gratuito entra no diálogo mais acima descrito, mas se alguém o encontrar, que me avise, ok? Muito agradecido!

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Melancolia

Aprendi a gostar MUITO do Benfica quando tinha 6 anos. Não foi muito difícil. Bastou um jogo no campo do adversário, para ver a força do clube e para saber quem escolher. Isso foi em 1984 e desde esse tempo, foi ver o Benfica ganhar até 1994. Depois foi o que se viu durante vários anos e parece que estamos a voltar ao mesmo tempo.


Com o passar dos anos, o fenómeno da internet possibilitou a existência de N treinadores de bancada, N gestores desportivos e N presidentes. Mesmo assim, quem olha para o Benfica hoje em dia, vê duas facções. A facção a favor do Presidente e a facção contra o Presidente. E o problema está mesmo aqui: no Presidente.


Eu sempre fui do Benfica e não deste ou daquele Presidente. Conheci Presidentes bons, médios e maus. Todos com objectivos diferentes no que ao Benfica diz respeito. E sendo do Benfica, apoia-se o clube, independentemente do Presidente.


E é esse ponto que nesta pré-época está a acontecer. Não há chama para uma época que se pretendia gloriosa. Não há empatia entre adeptos e equipa. Não há o mesmo elan que havia há dois anos atrás. Onde está o problema? Em muita coisa, a começar na estrutura. E é em nós, nos adeptos que temos de começar a exigir. Foi assim que o clube começou e cresceu ao longo dos tempos.


Sejamos exigentes. Porque a isso o Benfica exige.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Pablo

"Nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.
"


Pablo Neruda nasceu a 12 de Julho de 1904.