sexta-feira, 16 de julho de 2010

O Estado da Nação

Foi interessante ver ontem as primeiras duas horas do Estado da Nação. Não consegui ver mais por afazeres pessoais, mas o que vi e li, sobretudo na hashtag #EstadoDaNação do Twitter, foi por demais evidente que estamos descrentes de tudo e de todos nesta bela arte que é a de governar e de sermos governados.

Quando cheguei mais à noite e comecei a ver e a ouvir o que tinha ficado do Estado da Nação, então fiquei com a sensação que a demência colectiva é uma realidade neste país, e que provavelmente, vamos sobreviver nos próximos anos "navegando à vista", sem rumo, sem ideias, sem estratégia, mas sobretudo, com uma cambada de gente que olha para a política como uma forma individualista de se safar, independentemente de quem vier a seguir, para depois tentar limpar os cacos.

E é impressionante ouvir Paulo Portas, que teve responsabilidades num dos piores Governos de que há memória vir agora armado em arauto da responsabilidade, chegando ao ponto de dizer que só com uma coligação PS-PSD-CDS, o país ia para a frente. Ou seja, os mesmos três partidos que governaram o país nestes últimos 30 anos e que colocaram o país onde ele está são os mesmos (segundo Paulo Portas) que o conseguem levantar. Brilhante!

Voltando à hashtag, é curioso ver alguns desabafos, como o facto da actual geração de jovens não acreditar numa única palavra que é dita pelos deputados e por isso o seu afastamento da política ser perfeitamente normal, vemos que existem os de direita e de esquerda, que defendem as suas partes, vemos os que acham que Sócrates vive noutro planeta, vemos os que acham que Sócrates vive no país correcto, mas com as pessoas erradas, mas vemos sobretudo muito descontentamento pelo rumo que Portugal leva.

Hoje, os funcionários judiciais entram de férias, para só em Setembro voltarem a trabalhar. A Justiça é um dos pontos onde a credibilidade do país mais caíu e este é um bom exemplo. Os processos arrastam-se, o Código Civil está feito para os recursos e mais recursos e a burocracia ganha em larga escala à simplificação que tanto se falou e rapidamente se esqueceu.

Definhamos e definhamos sempre na procura de mais neste Estado Da Nação, que de Estado tem muito pouco e de Nação ainda menos...

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