E assim foi o nosso fim-de-semana tipicamente português, alternado entre a tragédia e o futebol, quando vemos que a nossa televisão se preocupa com os números, esses sinais dignos de quem nos tenta educar.
Porque a TV também deveria servir para isso: ensinar. Mas não faz mais do que estupidifcar e abrutalhar a nossa sociedade num caldo difícil de lhe tomar o sabor.
As alternativas estão no cabo, mas nem todos têm acesso ao que se vai passando por Meo's e Zon's, porque continua a pagar a taxa do audiovisual para permitir à RTP amealhar prejuízos atrás de prejuízos.
Comecemos pelo funeral e pelo rol de personagens, figuras e figurinhas que passaram pelos Paços do Concelho para homenagearem o único Nobel literário que tínhamos. Continuamos a tê-lo, agora sob a forma de livro e ainda sem se saber por onde andarão as cinzas (agora sim, o verdadeiro tema nacional).
Até quiseram ver como é que a pequena Azinhaga do Ribatejo, ali a 7 kms da Golegã, se sentia. E vimos como se sentia: com um copinho a mais, a ver a bola no café e preocupado com as cinzas. Mas não era muito importante. O mais importante era mesmo o vinho.
E o Mundial? Essa competição que nos remete para a nossa mais pequena existência e que queremos conquistar. Sim, porque somos os "Navegantes" na busca de algo novo, nem que seja uma derrota frente à Coreia do Norte, que é uma coisa que ainda não temos. Temos um Seleccionador que vive mais para a Comunicação Social do que para o terreno de jogo. Temos um jogador que é considerado o melhor do Mundo e não marca um golo há 16 meses. Temos casos clínicos. E temos emigrantes, que contestam o facto dos jogadores não lhes acenarem, mas que no dia seguinte, estão a puxar a plenos pulmões pelo país. Porque somos assim! Gostamos de sofrer e de ver sofrer, e isso dá audiências, que é o mesmo que números. Esses mesmos que são sinais dignos de nos quererem educar...
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