quinta-feira, 10 de junho de 2010

O Gabriel Alves que existe dentro de mim

Comecei com 12 anos a tomar maior atenção aos Mundias de Futebol. E com isso, apanhei o Itália 90, que nos apresentou um Toto Schilacci que mais ninguém ouviu falar, um Baggio a despontar (o Roberto) e um Maradona que estava proibido de voltar a ganhar, apesar de continuar a ser o maior. Estava no Alentejo de férias, em casa dos meus avós, como na maioria dos Mundiais até ao início da década primeira do século XXI. E nesse Mundial, a Alemanha era a equipa que mais gostava. Talvez porque tivesse muitos louros, e como era muito louro na altura, revia-me nos Brehmes, Klinsmaans e afins. E tinha tomado parte do vencedor, numa final explicada anos depois, bem ao jeito da FIFA, em que tudo foi feito para que Maradona não tivesse de sair de Itália uma vez mais vencedor.

Em 1994, Alentejo outra vez, mas os horários bem mais marados para podermos ver o que queríamos. A realidade era outra, o conhecimento também e por isso, quando comecei a ver os jogos a escolha era óbvia. Uma frente de ataque com Maradona, Caniggia e Batistuta era mais do que suficiente para levantar a Taça. Mas como o astro argentino estava a incomodar (ainda por cima com uma mancha dourada na cabeça), lá o sonho foi desfeito outra vez. O Brasil ganhou, porque tinha a melhor equipa e o melhor jogador na altura, em competição: Romário. A Nigéria, a Bulgária e o Michel Preud'Homme também me encheram as medidas nesse ano de 1994.

Em 1998, França era claramente a favorita a ganhar. Jogava em casa e tinha Zidane. Foi o suficiente para o que se viu.

E quer em 98 como em 2002, se viu que a FIFA mostrava à descarada o que era o negócio do futebol. Tinha de haver determinadas equipas contentes, assim como os próprios países que organizavam, para que a loucura do Mundial não se perdesse.

Há quatro anos, tive a possibilidade de ir à Alemanha trabalhar no Mundial e ver jogos da competição. A loucura com a Selecção de Portugal, um espírito alemão completamente diferente do que nos é passado e a organização do país fez com que o Mundial de 2006 fosse uma verdadeira festa.

Este ano, confesso que (e estando por cá), a loucura pelo Mundial é demasiado exagerada e parece que não temos remédio do que sermos campeões do Mundo. Esquecemo-nos por vezes, que estão lá 32 equipas que querem o mesmo e por isso, a ideia que se passa para o exterior é a mais errada que se pode ter. Vou tentar acompanhar o Mundial com o gosto que tenho do futebol, mas preferirei olhá-lo como o futebol deve ser visto: como um jogo. E nesse jogo jogado, Portugal não terá grandes hipóteses.

Os estádios bonitos, modernos e arejados que pululam na África do Sul coroarão outro país.

1 comentário:

Daniel Santos disse...

infelizmente não parece que Portugal vá longe.