É o que se tem de fazer para 2010. E esperar, sinceramente que o respeito que as pessoas tanto clamam, também se façam por o merecer. Não basta reivindicar e depois não fazer nada por isso.
Em 2009, tivémos n exemplos de como esse respeito não foi atingido.
Para 2010, ao menos, que haja um mínimo de decoro e decência, para não falar em responsabilidade.
Olhemos em frente e esperemos um país mais tolerante, um país mais envolvido nas suas estratégias e um país que se queira desenvolver. Mas desenvolver a sério, sem ser com pré-requisitos ou discursos bacocos e populistas.
Que 2010 seja um ano bom, porque para mau ou assim-assim já bastam os anteriores...
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
E para o fim do ano...
A frase do ano! Não é que não soubéssemos já, mas Francisco Van Zeller admitiu que não se conseguia imaginar a ganhar 450 € por mês, mas que continuava a não querer aumentar o ordenado mínimo nacional.
Para além de ser uma declaração que demonstra bem o poder negocial destes escroques, e sabendo diante de mão que vai sair da Confederação dos Patrões, o que se pode desejar a Van Zeller é que fique longe, bem longe dos holofotes, e de preferência, daqueles que no dia-a-dia, tentam sobreviver (não é viver...) com o ordenado mínimo nacional.
Passe bem e não volte...
Para além de ser uma declaração que demonstra bem o poder negocial destes escroques, e sabendo diante de mão que vai sair da Confederação dos Patrões, o que se pode desejar a Van Zeller é que fique longe, bem longe dos holofotes, e de preferência, daqueles que no dia-a-dia, tentam sobreviver (não é viver...) com o ordenado mínimo nacional.
Passe bem e não volte...
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Top 50 Álbuns de 2009 para o NME - nº5
Artista: Animal Collective
Álbum: Merriweather Post Pavilion
Música: My Girls
Top 50 Álbuns de 2009 para o NME - nº11
Artista: Kasabian
Álbum: West Ryder Pauper Lunatic Asylum
Música: Fire
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Top 50 Álbuns de 2009 para o NME - nº15
Artista: The Paints of Being Pure at Heart
Álbum: The Paints of Being Pure at Heart
Música: Everything With You
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
Lá está...É o que temos!
É este o resultado que as pessoas que querem reaver o seu dinheiro do BPP têm. Gás Pimenta e empurrões da PSP numa instituição privada a expulsarem clientes dessa mesma instituição privada e de mãos a abanar, tal e qual como entraram na mesma.
Do Ministro das Finanças, nem uma palavra. Do Primeiro-Ministro que pugna pelo diálogo, também nada. De João Rendeiro, nem do seu rasto se sabe. E as pessoas que guardaram as suas esperanças acumuladas ao longo dos anos ficam sem respostas, sem dinheiro e com a vergonha acumulada para a qual muitos contribuíram.
É este o estado de sítio reinante e provocado por uma crise que foi só para alguns. Para os do BPP, mas apenas para os "pequeninos", porque os "grandes" do BPP rapidamente receberam o que tinham a receber.
E qual o papel do Governo nisto? Total cumplicidade para os grandes em vez dos pequenos, como um verdadeiro Governo de Esquerda deve ser. De Esquerda, mas moderna...
Top 50 Álbuns de 2009 para o NME - nº29
Artista: Julian Casablancas
Álbum: Phrazes For the Young
Música: 11th Dimension
Top 50 Álbuns de 2009 para o NME - nº34
Artista: Phoenix
Álbum: Wolfgang Amadeus Phoenix
Música: Lisztomania
Top 50 Álbuns de 2009 para o NME - nº35
Artista: Sonic Youth
Álbum: The Eternal
Música: Sacred Trickster
domingo, 27 de dezembro de 2009
A lógica da esperteza saloia
A Brisa anunciou que vai aumetar dois troços de duas auto-estradas na Margem Sul.
De todas as autoestradas que existem no país, apenas estes singelos troços serão aumentados. E porquê?
"As excepções são os sublanços Palmela-Nó de Setúbal (A2/A12) e Montijo-Pinhal Novo, assumindo estes um “carácter específico”, uma vez que estão relacionados com a “incorporação de novos quilómetros ao domínio da concessão ou outros reajustamentos”, informou a secretaria de Estado das Obras Públicas."
E quais são as incorporações de novos quilómetros? A expansão de duas para três vias, ainda em obras. Obras dessas que deveriam não ser pagas e são.
É esta a verdadeira esperteza saloia que tanto caracteriza o povo português e as suas empresas. Mas o verdadeiro problema é que como são troços pouco utilizados, as pessoas não irão protestar e assim, a BRISA pode continuar a gozar com a nossa cara como se nada fosse.
Se as mesmas pessoas que este fim-de-semana encheram as novas catedrais do consumo tivessem a mesma vontade de lutar pelos seus direitos, talvez esses senhores de fato e gravata e discurso fácil na comunicação social tivessem mais dificuldades em fazerem o que lhes apetece.
Assim sendo, cada um tem aquilo que merece, e por muito que me custe dizer, nós (povo em geral) merecemos.
De todas as autoestradas que existem no país, apenas estes singelos troços serão aumentados. E porquê?
"As excepções são os sublanços Palmela-Nó de Setúbal (A2/A12) e Montijo-Pinhal Novo, assumindo estes um “carácter específico”, uma vez que estão relacionados com a “incorporação de novos quilómetros ao domínio da concessão ou outros reajustamentos”, informou a secretaria de Estado das Obras Públicas."
E quais são as incorporações de novos quilómetros? A expansão de duas para três vias, ainda em obras. Obras dessas que deveriam não ser pagas e são.
É esta a verdadeira esperteza saloia que tanto caracteriza o povo português e as suas empresas. Mas o verdadeiro problema é que como são troços pouco utilizados, as pessoas não irão protestar e assim, a BRISA pode continuar a gozar com a nossa cara como se nada fosse.
Se as mesmas pessoas que este fim-de-semana encheram as novas catedrais do consumo tivessem a mesma vontade de lutar pelos seus direitos, talvez esses senhores de fato e gravata e discurso fácil na comunicação social tivessem mais dificuldades em fazerem o que lhes apetece.
Assim sendo, cada um tem aquilo que merece, e por muito que me custe dizer, nós (povo em geral) merecemos.
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
Sentir o Natal
A acabar o dia, e estando uma semana inteira a trabalhar no horário da noite, é-me difícil descrever o sentimento sobre o Natal e tudo o que o envolve.
Com o passar dos anos e com a experiência pessoal, o Natal da solidaridade, da harmonia e da paz não existe para mim, porque não é numa semana, ou em três dias, que esses passos para a redenção sejam os suficientes para sermos bonzinhos.
A sociedade que nos rodeia, com o seu manto de individualismo não nos deixa muitas escolhas, nem no que à partilha de prendas diz respeito.
A própria partilha de prendas é o momento certo para mostrarmos tudo aquilo que não somos durante o ano.
Um bom exemplo são os jantares ou almoços com os amigos durante o ano. Essas sim, são verdadeiras prendas que nenhuma outra pode substituir: a amizade e o companheirismo, tão raros nos dias de hoje.
Para eles, o abraço do costume. Para os outros, a hipocrisia da época, Boas Festas...
Com o passar dos anos e com a experiência pessoal, o Natal da solidaridade, da harmonia e da paz não existe para mim, porque não é numa semana, ou em três dias, que esses passos para a redenção sejam os suficientes para sermos bonzinhos.
A sociedade que nos rodeia, com o seu manto de individualismo não nos deixa muitas escolhas, nem no que à partilha de prendas diz respeito.
A própria partilha de prendas é o momento certo para mostrarmos tudo aquilo que não somos durante o ano.
Um bom exemplo são os jantares ou almoços com os amigos durante o ano. Essas sim, são verdadeiras prendas que nenhuma outra pode substituir: a amizade e o companheirismo, tão raros nos dias de hoje.
Para eles, o abraço do costume. Para os outros, a hipocrisia da época, Boas Festas...
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
O Red Bull em Lisboa
Um excelente texto de João Cardoso Rosas, que ilustra a mudança do Red Bull Air Race para Lisboa e o sentimento que se vive na Cidade Invicta. No i de hoje:
"Vista a partir de Lisboa, a polémica sobre a transferência da Red Bull Air Race das margens do Douro para as do Tejo parece uma questão menor. Os protestos dos autarcas locais soam a ouvidos lisboetas como mais um episódio de provincianismo, ainda mais porque vêm embrulhados naquela pronúncia do norte a que, como diria o Rui Reininho, "os tontos chamam torpe".
No entanto, vista a partir do Porto, tem uma enorme carga simbólica. A última década não foi boa para esta cidade nem, globalmente, para a região Norte. Enquanto a região de Lisboa enriqueceu e ultrapassou a média comunitária, a região do Porto empobreceu e afastou-se drasticamente dessa média. Há muita gente que se considera bem informada que não sabe isto: o Grande Porto e o Norte em geral estão hoje entre as regiões mais pobres da Europa - e não era assim há poucos anos. O salário médio de um habitante do Norte é cerca de 250 euros mais baixo que o de um habitante de Lisboa. O desemprego é também maior no Porto e no Norte, especialmente o desemprego de longa duração.
Todos estes indicadores são inequívocos e conhecidos. Mas, sejamos honestos: são geralmente ignorados em Lisboa e por parte do poder central. Os dados económicos e sociais sobre o país costumam ser apresentados de forma agregada, escondendo as enormes disparidades regionais. O desequilíbrio entre Sul e Norte, e sobretudo entre Lisboa e Porto, no que diz respeito ao investimento público é uma realidade. O investimento privado acompanha-o. Isso deve-se à relação clientelar que o Estado português tem com as empresas. Mesmo os grupos que nasceram no Porto sentiram, nos anos mais recentes, a necessidade de se fixarem em Lisboa para estarem junto do poder político do qual largamente dependem (a notável excepção é a Sonae - mas tem pago por isso um elevado preço). Hoje em dia, basta passear pelo centro do Porto para constatar a degradação da cidade. Mas o problema não está só na infra-estrutura física. A perda de centralidade do Porto, que acompanha o seu declínio económico, reflecte-se na falta de oportunidades. A cidade tem uma boa universidade, mas não tem condições para fixar as pessoas que forma, e por isso se encontra hoje tanta gente do Porto em Lisboa. O Porto já não atrai, repele.
Embora não viva no Porto, vou lá muitas vezes. Nos dias em que decorria a Red Bull Air Race, o Porto era mais sorridente e cosmopolita, em contraste com a sua realidade quotidiana. O evento era uma esperança para a cidade e, talvez por isso, ao contrário de tantos que comentaram este caso, compreendo bem a reacção dos autarcas locais. Visto a partir do Porto, o episódio da transferência para Lisboa é um golpe baixo contra uma cidade empobrecida, em crise profunda, abandonada pelo poder central e esquecida pelos portugueses."
"Vista a partir de Lisboa, a polémica sobre a transferência da Red Bull Air Race das margens do Douro para as do Tejo parece uma questão menor. Os protestos dos autarcas locais soam a ouvidos lisboetas como mais um episódio de provincianismo, ainda mais porque vêm embrulhados naquela pronúncia do norte a que, como diria o Rui Reininho, "os tontos chamam torpe".
No entanto, vista a partir do Porto, tem uma enorme carga simbólica. A última década não foi boa para esta cidade nem, globalmente, para a região Norte. Enquanto a região de Lisboa enriqueceu e ultrapassou a média comunitária, a região do Porto empobreceu e afastou-se drasticamente dessa média. Há muita gente que se considera bem informada que não sabe isto: o Grande Porto e o Norte em geral estão hoje entre as regiões mais pobres da Europa - e não era assim há poucos anos. O salário médio de um habitante do Norte é cerca de 250 euros mais baixo que o de um habitante de Lisboa. O desemprego é também maior no Porto e no Norte, especialmente o desemprego de longa duração.
Todos estes indicadores são inequívocos e conhecidos. Mas, sejamos honestos: são geralmente ignorados em Lisboa e por parte do poder central. Os dados económicos e sociais sobre o país costumam ser apresentados de forma agregada, escondendo as enormes disparidades regionais. O desequilíbrio entre Sul e Norte, e sobretudo entre Lisboa e Porto, no que diz respeito ao investimento público é uma realidade. O investimento privado acompanha-o. Isso deve-se à relação clientelar que o Estado português tem com as empresas. Mesmo os grupos que nasceram no Porto sentiram, nos anos mais recentes, a necessidade de se fixarem em Lisboa para estarem junto do poder político do qual largamente dependem (a notável excepção é a Sonae - mas tem pago por isso um elevado preço). Hoje em dia, basta passear pelo centro do Porto para constatar a degradação da cidade. Mas o problema não está só na infra-estrutura física. A perda de centralidade do Porto, que acompanha o seu declínio económico, reflecte-se na falta de oportunidades. A cidade tem uma boa universidade, mas não tem condições para fixar as pessoas que forma, e por isso se encontra hoje tanta gente do Porto em Lisboa. O Porto já não atrai, repele.
Embora não viva no Porto, vou lá muitas vezes. Nos dias em que decorria a Red Bull Air Race, o Porto era mais sorridente e cosmopolita, em contraste com a sua realidade quotidiana. O evento era uma esperança para a cidade e, talvez por isso, ao contrário de tantos que comentaram este caso, compreendo bem a reacção dos autarcas locais. Visto a partir do Porto, o episódio da transferência para Lisboa é um golpe baixo contra uma cidade empobrecida, em crise profunda, abandonada pelo poder central e esquecida pelos portugueses."
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Há coisas fantásticas, não há?
- Os funcionários das empresas de distribuição resolveram convocar uma greve para o dia 24 de Dezembro, em protesto com as previstas 60 horas semanais de trabalho. Belmiro já veio dizer que espera que os sindicatos pensem bem nas medidas a tomar...
- Soube-se também que se o salário mínimo fosse adequado ao que tem sido a inflação, seria superior a 500 euros. Os patrões preferiam apenas 10 Euros de aumento para o próximo ano, ficando assim nos 460...
É engraçado ver estes papéis destes verdadeiros sabujos que não têm a menor vergonha na cara, quando se trata de defender os direitos dos trabalhadores. Sempre a pensar nos lucros fáceis, esquecem-se das coisas mais básicas como as relações e as condições humanas para atingir esse lucro.
Há aí muita gente que deveria sofrer aquilo que Berlusconi sofreu...
- Soube-se também que se o salário mínimo fosse adequado ao que tem sido a inflação, seria superior a 500 euros. Os patrões preferiam apenas 10 Euros de aumento para o próximo ano, ficando assim nos 460...
É engraçado ver estes papéis destes verdadeiros sabujos que não têm a menor vergonha na cara, quando se trata de defender os direitos dos trabalhadores. Sempre a pensar nos lucros fáceis, esquecem-se das coisas mais básicas como as relações e as condições humanas para atingir esse lucro.
Há aí muita gente que deveria sofrer aquilo que Berlusconi sofreu...
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Publicidade
http://producten.hema.nl
Podem ir a este site e vejam como a venda de produtos pode funcionar como publicidade a um site.
às vezes, não são precisas grandes campanhas de marketing. Basta uma ideia simples e um click.
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sábado, 12 de dezembro de 2009
12/12 - Um dia como outro qualquer
Poderia ser um dia como outro qualquer, e poderia ser recordado por muitas coisas, mas eu prefiro destacar estas:
- Em 1978, foi nesta data que houve a primeira greve de jornalistas em Portugal, após o 25 de Abril. Seria uma coisa inimaginável nos dias de hoje...
- Em 1990, tinham começado a ser julgados os assassínos de Chico Mendes, antigo activista dos direitos da Amazónia. Os assassínos foram julgados a 19 anos de prisão e a Amazónia continuou a ser desbastada...
- Em 1994, Collor de Mello era ilibado pelo Supremo Tribunal do Brasil, por falta de provas no crime de corrupção passiva. Como se viu ontem, o Supremo só podia estar enganado...
- Em 2004, o FC Porto ganhava a Taça Intercontinental. De acordo com Platini, não se sabe com batotice ou não. Os regulamentos da UEFA que expliquem...
- Em 1978, foi nesta data que houve a primeira greve de jornalistas em Portugal, após o 25 de Abril. Seria uma coisa inimaginável nos dias de hoje...
- Em 1990, tinham começado a ser julgados os assassínos de Chico Mendes, antigo activista dos direitos da Amazónia. Os assassínos foram julgados a 19 anos de prisão e a Amazónia continuou a ser desbastada...
- Em 1994, Collor de Mello era ilibado pelo Supremo Tribunal do Brasil, por falta de provas no crime de corrupção passiva. Como se viu ontem, o Supremo só podia estar enganado...
- Em 2004, o FC Porto ganhava a Taça Intercontinental. De acordo com Platini, não se sabe com batotice ou não. Os regulamentos da UEFA que expliquem...
Top 50 Álbuns de 2009 para o NME - Nº 42
Álbum: Walking on a Dream
Artista: Empire of the Sun
Música: We Are the People
Top 50 Álbuns de 2009 para o NME - Nº 43
Álbum: Tonight: Franz Ferdinand
Artista: Franz Ferdinand
Música: Can't Stop Feeling
Coisas que me fazem confusão
Porque é que há-de ser uma "guerra" o Governo aumentar os impostos à banca?
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Num país a sério...
- A Directora Regional de Educação do Centro é demitida, porque não concorda com as imposições políticas de quem está mais acima e não pactua com interesses partidários e nomeações arranjadas...
- Os arguidos de processos de justiça dão entrevistas a torto e a direito reclamando inocência, quando os próprios processos dizem o contrário...
- Os deputados insultam-se uns aos outros, com nomenclaturas e termos que honram mais a classe circense do que a classe política...
- Os deputados preocupam-se mais com as crónicas no jornal, com o aparecimento na TV, já que daí vem mais rendimento do que a própria profissão que é a de deputado e de "supostamente", defender quem os elege...
- Os presidentes de instituições públicas conseguem fazer negócios de corrupção com a mesma facilidade com que se fazem nas instituições privadas...
- Existem empresas com avenças com o Estado, ganhando dinheiro (muito dinheiro), ao mesmo tempo que ter trabalhadores precários é uma norma recorrente
Num país normal o nosso, é normal que isto aconteça. Num país normal, é normal que não aconteça...
- Os arguidos de processos de justiça dão entrevistas a torto e a direito reclamando inocência, quando os próprios processos dizem o contrário...
- Os deputados insultam-se uns aos outros, com nomenclaturas e termos que honram mais a classe circense do que a classe política...
- Os deputados preocupam-se mais com as crónicas no jornal, com o aparecimento na TV, já que daí vem mais rendimento do que a própria profissão que é a de deputado e de "supostamente", defender quem os elege...
- Os presidentes de instituições públicas conseguem fazer negócios de corrupção com a mesma facilidade com que se fazem nas instituições privadas...
- Existem empresas com avenças com o Estado, ganhando dinheiro (muito dinheiro), ao mesmo tempo que ter trabalhadores precários é uma norma recorrente
Num país normal o nosso, é normal que isto aconteça. Num país normal, é normal que não aconteça...
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Top 50 Álbuns de 2009 para o NME
50. Bombat Bicycle Club - I Had The Blues But I Shook Them Loose
49. Neko Case - Middle Cyclone
48. Atlas Sound - Logos
47. Telepathe - Dance Mother
46. Gallows - Grey Britain
45. Richard Hawley - Truelove's Gutter
44. Oneida - Rated O
43. Franz Ferdinand - Tonight: Franz Ferdinand
42. Empire Of The Sun - Walking On A Dream
41. Biffy Clyro - Only Revolutions
40. Crystal Stilts - Alight Of Night
39. Japandroids - Post Nothing
38. Pissed Jeans - King Of Jeans
37. Passion Pit - Manners
36. The Drums - Summertime!
35. Sonic Youth - The Eternal
34. Phoenix - Wolfgang Amadeus Phoenix
33. Jay-Z - The Blueprint III
32. Noah And The Whale - The First Days Of Spring
31. Micachu & The Shapes - Jewellery
30. The Cribs - Ignore The Ignorant
29. Julian Casablancas - Phrazes For The Young
28. Camera Obscura - My Maudlin Career
27. PJ Harvey And John Parish - A Woman A Man Walked By
26. Florence And The Machine - Lungs
25. Lily Allen - It's Not Me, It's You
24. Cold Cave - Love Comes Close
23. Doves - Kingdom Of Rust
22. Bat For Lashes - Two Suns
21. Health - Get Color
20. Dirty Projectors - Bitte Orca
19. The Maccabees - Wall Of Arms
18. Future Of The Left - Travels With Myself And Another
17. Girls - Album
16. Mumford And Sons - Sigh No More
15. The Pains Of Being Pure At Heart - The Pains Of Being Pure At
Heart
14. Manic Street Preachers - Journal For Plague Lovers
13. La Roux - La Roux
12. Arctic Monkeys - Humbug
11. Kasabian - West Ryder Pauper Lunatic Asylum
10. Jamie T - Kings & Queens
9. Fever Ray - Fever Ray
8. Fuck Buttons - Tarot Sport
7. The Big Pink - A Brief History of Love
6. Grizzly Bear - Veckatimest
5. Animal Collective - Merriweather Post Pavillion
4. Wild Beasts - Two Dancers
3. Yeah Yeah Yeahs - It's Blitz
2. The XX - The XX
1. The Horrors - Primary Colours
49. Neko Case - Middle Cyclone
48. Atlas Sound - Logos
47. Telepathe - Dance Mother
46. Gallows - Grey Britain
45. Richard Hawley - Truelove's Gutter
44. Oneida - Rated O
43. Franz Ferdinand - Tonight: Franz Ferdinand
42. Empire Of The Sun - Walking On A Dream
41. Biffy Clyro - Only Revolutions
40. Crystal Stilts - Alight Of Night
39. Japandroids - Post Nothing
38. Pissed Jeans - King Of Jeans
37. Passion Pit - Manners
36. The Drums - Summertime!
35. Sonic Youth - The Eternal
34. Phoenix - Wolfgang Amadeus Phoenix
33. Jay-Z - The Blueprint III
32. Noah And The Whale - The First Days Of Spring
31. Micachu & The Shapes - Jewellery
30. The Cribs - Ignore The Ignorant
29. Julian Casablancas - Phrazes For The Young
28. Camera Obscura - My Maudlin Career
27. PJ Harvey And John Parish - A Woman A Man Walked By
26. Florence And The Machine - Lungs
25. Lily Allen - It's Not Me, It's You
24. Cold Cave - Love Comes Close
23. Doves - Kingdom Of Rust
22. Bat For Lashes - Two Suns
21. Health - Get Color
20. Dirty Projectors - Bitte Orca
19. The Maccabees - Wall Of Arms
18. Future Of The Left - Travels With Myself And Another
17. Girls - Album
16. Mumford And Sons - Sigh No More
15. The Pains Of Being Pure At Heart - The Pains Of Being Pure At
Heart
14. Manic Street Preachers - Journal For Plague Lovers
13. La Roux - La Roux
12. Arctic Monkeys - Humbug
11. Kasabian - West Ryder Pauper Lunatic Asylum
10. Jamie T - Kings & Queens
9. Fever Ray - Fever Ray
8. Fuck Buttons - Tarot Sport
7. The Big Pink - A Brief History of Love
6. Grizzly Bear - Veckatimest
5. Animal Collective - Merriweather Post Pavillion
4. Wild Beasts - Two Dancers
3. Yeah Yeah Yeahs - It's Blitz
2. The XX - The XX
1. The Horrors - Primary Colours
Dia Internacional da Não Corrupção
Só o facto de existir o dia, é sinal importante da mesma haver...
Assim se vê...
Após uns dias sem escrever, já que o momento do país e a própria época assim o determinam, adicionando ainda o facto do trabalho, volto à carga.
E volto à carga, porque hoje ficou-se a saber que o CDS-PP vai-se abster na próxima sexta-feira, aquando da votação do orçamento rectificativo na Assembleia da República.
Jorge Lacão já veio dizer que o CDS mostrou que é importante para a estabilidade governativa.
Não são precisas mais palavras ou acções para vermos quem será a verdadeira muleta deste Governo que se diz da "esquerda moderna"...
E volto à carga, porque hoje ficou-se a saber que o CDS-PP vai-se abster na próxima sexta-feira, aquando da votação do orçamento rectificativo na Assembleia da República.
Jorge Lacão já veio dizer que o CDS mostrou que é importante para a estabilidade governativa.
Não são precisas mais palavras ou acções para vermos quem será a verdadeira muleta deste Governo que se diz da "esquerda moderna"...
domingo, 6 de dezembro de 2009
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
O Professor
Soube-se hoje que Jorge Lopes, jornalista da RTP para os assuntos do atletismo, faleceu. E soube-se também que o funeral era hoje.
Como em tudo o que fez em vida, de forma pacífica e resguardada, o Professor Jorge Lopes vincava bem as suas tendências e conhecimento aquando de uma transmissão televisiva de atletismo.
Explicava os passos, as técnicas, os recordes e os resultados, dizendo logo o que achava deste ou daquele resultado e/ou atleta.
Era um exemplo para os muitos ignorantes que falam sobre o futebol em si, mais preocupados em criar danos colaterais do que em falar do jogo em si.
Era um exemplo para todos, infelizmente, pouco reconhecido.
Que descanse em paz...
Como em tudo o que fez em vida, de forma pacífica e resguardada, o Professor Jorge Lopes vincava bem as suas tendências e conhecimento aquando de uma transmissão televisiva de atletismo.
Explicava os passos, as técnicas, os recordes e os resultados, dizendo logo o que achava deste ou daquele resultado e/ou atleta.
Era um exemplo para os muitos ignorantes que falam sobre o futebol em si, mais preocupados em criar danos colaterais do que em falar do jogo em si.
Era um exemplo para todos, infelizmente, pouco reconhecido.
Que descanse em paz...
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
"Espionagem Política"
O caso é muito simples e célere de contar.
No Twitter, Ana Catarina Santos, da TSF diz o seguinte: "Indignada: o Min.Edu. pôs a gravar as conversas de jornalistas na sala de imprensa enqt aguardavam declaração do Gov.", de seguida, "Perguntámos quem era e o que fazia. Trata-se de António Correia, do gabinete da Ministra da Educação Isabel Alçada. ", e finalmente, "Perguntámos porque gravava as conversas dos jornalistas, e que não tinha autorização.Respondeu "Temos as mesmas armas"! .
Ou seja, o Ministério da Educação resolve escutar o que dizem os jornalistas antes da Ministra intervir. A isto chama-se espionagem, quer se queira, quer não.
Se dúvidas houvessem, elas aí estão, os grandes libertários da democracia portuguesa...
No Twitter, Ana Catarina Santos, da TSF diz o seguinte: "Indignada: o Min.Edu. pôs a gravar as conversas de jornalistas na sala de imprensa enqt aguardavam declaração do Gov.", de seguida, "Perguntámos quem era e o que fazia. Trata-se de António Correia, do gabinete da Ministra da Educação Isabel Alçada. ", e finalmente, "Perguntámos porque gravava as conversas dos jornalistas, e que não tinha autorização.Respondeu "Temos as mesmas armas"! .
Ou seja, o Ministério da Educação resolve escutar o que dizem os jornalistas antes da Ministra intervir. A isto chama-se espionagem, quer se queira, quer não.
Se dúvidas houvessem, elas aí estão, os grandes libertários da democracia portuguesa...
domingo, 22 de novembro de 2009
Coisas boas para se ler...
- A questão actual da Nicarágua , no 5 Dias.
- Também no 5 Dias, "Antes da Dívida Temos Direitos"
- As "calinadas" do futebol, n'A Origem das Espécies
- Também no 5 Dias, "Antes da Dívida Temos Direitos"
- As "calinadas" do futebol, n'A Origem das Espécies
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
O orçamento redistributivo
Já sabíamos que José Sócrates tem o poder da comunicação e consegue com poucas palavras dizer que tudo vai bem, quando tudo vai mal.
E também sabíamos que os seus Ministros têm de ser educados dessa forma.
Soubemos hoje que "orçamento rectificativo" passou a ser "orçamento redistributivo". Redistributivo para quem?:
- Para o BPN e para os seus gestores?
- Para o Armando Vara, para o Penedos e para os sucateiros?
- Para os deputados que passam o dia na Assembleia e conseguem ainda vir às várias TV's falar sobre aquilo que trabalham?
- Para o aumento do desemprego?
- Para os acordos tácitos do Bloco Central?
Para que serve o novo orçamento redistributivo afinal?
E também sabíamos que os seus Ministros têm de ser educados dessa forma.
Soubemos hoje que "orçamento rectificativo" passou a ser "orçamento redistributivo". Redistributivo para quem?:
- Para o BPN e para os seus gestores?
- Para o Armando Vara, para o Penedos e para os sucateiros?
- Para os deputados que passam o dia na Assembleia e conseguem ainda vir às várias TV's falar sobre aquilo que trabalham?
- Para o aumento do desemprego?
- Para os acordos tácitos do Bloco Central?
Para que serve o novo orçamento redistributivo afinal?
"Os abutres ficaram sem carne para comer"
Quem teve esta frase infeliz foi o guarda-redes da Selecção, Eduardo.
O mesmo que, escudando-se no apuramento exigentissímo que a Selecção Portuguesa teve de fazer para estar presente no Mundial de 2010, está agora como que a festejar um apuramento que deveria ter sido conquistado na primeira fase de qualificação.
Este grunho poderia ouvir vozes mais sábias como as de Ricardo Carvalho, que com alguma experiência que tem, diz: "Merecemos as críticas e temos de assumi-las", peneticiando-se pela paupérrima qualificação que Portugal fez, seguindo as teorias loas do professor Queiroz.
Já o ridículo não mata, porque se o fizesse, não teríamos o goleador fantástico que é Liedson. Aliás, tem tanto de fantástico, como de estúpido a usar palavras e mesmo no seu português com sotaque, diz o seguinte: "Somos candidatos ao título, sem dúvida."
Meu caro Eduardo: os abutres não existem só porque querem. Existem porque esta Selecção foi vítima da "scolarização" que não previu o fim da geração de ouro.
Meu caro Ricardo: não há dúvidas que merecem as críticas. Depois do Euro 2004, do Mundial de 2006 e do Euro 2008, era exigível que não tivessem que ir a um play-off de apuramento.
Meu caro Liedson: quando aprenderes a jogar futebol, terás algum mérito nas palavras que proferes...
O mesmo que, escudando-se no apuramento exigentissímo que a Selecção Portuguesa teve de fazer para estar presente no Mundial de 2010, está agora como que a festejar um apuramento que deveria ter sido conquistado na primeira fase de qualificação.
Este grunho poderia ouvir vozes mais sábias como as de Ricardo Carvalho, que com alguma experiência que tem, diz: "Merecemos as críticas e temos de assumi-las", peneticiando-se pela paupérrima qualificação que Portugal fez, seguindo as teorias loas do professor Queiroz.
Já o ridículo não mata, porque se o fizesse, não teríamos o goleador fantástico que é Liedson. Aliás, tem tanto de fantástico, como de estúpido a usar palavras e mesmo no seu português com sotaque, diz o seguinte: "Somos candidatos ao título, sem dúvida."
Meu caro Eduardo: os abutres não existem só porque querem. Existem porque esta Selecção foi vítima da "scolarização" que não previu o fim da geração de ouro.
Meu caro Ricardo: não há dúvidas que merecem as críticas. Depois do Euro 2004, do Mundial de 2006 e do Euro 2008, era exigível que não tivessem que ir a um play-off de apuramento.
Meu caro Liedson: quando aprenderes a jogar futebol, terás algum mérito nas palavras que proferes...
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
O António dos leilões
Crónica escrita hoje por Vítor Belanciano, n'O Público, o único jornal português que ainda faz com que as crónicas assinadas sejam pagas. Nem isso me faz perder a vontade e o tempo para a reescrever à mão. Os negritos são meus. Aqui vai:
" Se Portugal tivesse estrelas pop, o minhoto António Joaquim Rodrigues Ribeiro, de Lugar de Pilar, Amares, nascido em 1954, seria uma delas.
Quando já era Variações, na década de 80, subia o Chiado, pescoços virando-se para trás, espreitando um homem de longas barbas e roupas demasiado extravagantes para a Lisboa compostinha de fato e gravata envergada por obrigação.
Ele lá seguia, Rua do Carmo acima, Rua GArrett abaixo. Não olhava para o lado. Não por afectação. Menos por provocação. Mas por afirmação. Não era personagem. Era genuíno, o António. Era como era.
Na música continua a ser um dos melhores. Voz particular. Música capaz de transcender estações e gerações. Anos 70, 80, 90, este século, Londres, N.Y., Portugal, o mundo. E, tudo isto, nas calmas.
Consta que era um anjo de pessoa, gravou o álbum Anjo da Guarda em 83. Gostava de Dar e Receber, título que lançou em 84. Mas que diabo!, deu tanto, receber pouco deve ser lixado.
Veio em todos os jornais e foi notícia de encerramento de telejornais. O António foi a leilão, na semana passada, 200 lotes - cassetes, roupas, manuscritos, letras, peças de colecção ou fotos.
Oitenta por cento do espólio foi vendido. Rendeu cerca de 35 mil euros, sete mil contos de réis, chega e sobra para comprar a versão mais baixa do novo Volkswagen. Foi o que a FPF retirou do ordenado de Scolari, quando se portou mal e agrediu um jogador sérvio.
Há 15 dias decorreu uma audiência preliminar no Funchal. O deputado do PS Carlos Pereira acusa Jardim de declarações insultuosas. O insulto pode-lhe custar 35 mil euros.
Existiu quem achasse que o leilão foi um insulto. Falou-se de mercantilização. Se não existisse, o espólio nem seria preservado. Assim, ficou aos bocados mas, valha-nos isso, salvaguardado.
O insulto é que ele merecia mais. E nós também. Não se viram instituições culturais, editoras ou coleccionadores. Apenas gente com afecto pelo homem e artista. Já não é mau. Mas queria-se mais.
Em Inglaterra, 35 mil euros valeria uma peúga de Madonna. O ano passadoo museu Victoria & Albert de Londres dedicou uma exposição a Kylie Minogue, com hot pants e tudo. Ou seja, arte. Pelo menos algumas das formas que a arte tem de se apropriar de imagens e símbolos pop.
Em França, far-se-ia uma casa-museu patrocinada pelo organismo estatal Bureau de Export. Em Espanha bater-se-iam pelas 41 cassetes de gravações originais. Aqui foi à primeira, adquiridas por 1000 euros, a base de licitação. Quase nada. Mas a peça mais cara do leilão.
Nos EUA haveria uma barbearia, denominada É prò Menino e prà Menina, como a do António, onde poriam todas as peças. Serviriam cafés em chávenas Maria Albertina e haveria bolinhos da marca O corpo é que paga. Não me venham com histórias. Não é preferível isso a não ter memória?
Se Portugal quisesse, o António, falecido em 1984, inspirador de Os Humanos, referência das novas gerações, seria estrela pop total. Assim, é estrela pop, aos bocadinhos."
" Se Portugal tivesse estrelas pop, o minhoto António Joaquim Rodrigues Ribeiro, de Lugar de Pilar, Amares, nascido em 1954, seria uma delas.
Quando já era Variações, na década de 80, subia o Chiado, pescoços virando-se para trás, espreitando um homem de longas barbas e roupas demasiado extravagantes para a Lisboa compostinha de fato e gravata envergada por obrigação.
Ele lá seguia, Rua do Carmo acima, Rua GArrett abaixo. Não olhava para o lado. Não por afectação. Menos por provocação. Mas por afirmação. Não era personagem. Era genuíno, o António. Era como era.
Na música continua a ser um dos melhores. Voz particular. Música capaz de transcender estações e gerações. Anos 70, 80, 90, este século, Londres, N.Y., Portugal, o mundo. E, tudo isto, nas calmas.
Consta que era um anjo de pessoa, gravou o álbum Anjo da Guarda em 83. Gostava de Dar e Receber, título que lançou em 84. Mas que diabo!, deu tanto, receber pouco deve ser lixado.
Veio em todos os jornais e foi notícia de encerramento de telejornais. O António foi a leilão, na semana passada, 200 lotes - cassetes, roupas, manuscritos, letras, peças de colecção ou fotos.
Oitenta por cento do espólio foi vendido. Rendeu cerca de 35 mil euros, sete mil contos de réis, chega e sobra para comprar a versão mais baixa do novo Volkswagen. Foi o que a FPF retirou do ordenado de Scolari, quando se portou mal e agrediu um jogador sérvio.
Há 15 dias decorreu uma audiência preliminar no Funchal. O deputado do PS Carlos Pereira acusa Jardim de declarações insultuosas. O insulto pode-lhe custar 35 mil euros.
Existiu quem achasse que o leilão foi um insulto. Falou-se de mercantilização. Se não existisse, o espólio nem seria preservado. Assim, ficou aos bocados mas, valha-nos isso, salvaguardado.
O insulto é que ele merecia mais. E nós também. Não se viram instituições culturais, editoras ou coleccionadores. Apenas gente com afecto pelo homem e artista. Já não é mau. Mas queria-se mais.
Em Inglaterra, 35 mil euros valeria uma peúga de Madonna. O ano passadoo museu Victoria & Albert de Londres dedicou uma exposição a Kylie Minogue, com hot pants e tudo. Ou seja, arte. Pelo menos algumas das formas que a arte tem de se apropriar de imagens e símbolos pop.
Em França, far-se-ia uma casa-museu patrocinada pelo organismo estatal Bureau de Export. Em Espanha bater-se-iam pelas 41 cassetes de gravações originais. Aqui foi à primeira, adquiridas por 1000 euros, a base de licitação. Quase nada. Mas a peça mais cara do leilão.
Nos EUA haveria uma barbearia, denominada É prò Menino e prà Menina, como a do António, onde poriam todas as peças. Serviriam cafés em chávenas Maria Albertina e haveria bolinhos da marca O corpo é que paga. Não me venham com histórias. Não é preferível isso a não ter memória?
Se Portugal quisesse, o António, falecido em 1984, inspirador de Os Humanos, referência das novas gerações, seria estrela pop total. Assim, é estrela pop, aos bocadinhos."
Um privilegiado
É como me sinto, porque nunca fui um desempregado.
Ao longo destes anos, consegui sempre ter um emprego e nunca passei pela situação desconfortável que muitos amigos meus já passaram.
E se os meus amigos (mais jovens, por inerência) se sentiram mal, o que dizer dos mais velhos, que se sentem como que "inoperantes" para a função, segundo as cabeças mais pensantes deste país.
Por isso, o nº que foi ontem divulgado pelo INE sobre o desemprego é preocupante, sob diversos prismas.
O primeiro é que a tão famosa crise, afinal afectou-nos e bem, como se comprova pelo nº.
O segundo é que o actual Governo se mostra completamente inerte para resolver o que quer que seja para suprimir a situação degradante do aumento de desempregados no país. Em vez de promover o investimento, como tantas vezes apregoa, Sócrates mostra-se impotente para resolver este problema.
O terceiro e último é que os principais responsáveis pelo aumento do desemprego, são os mesmos que usam e abusam dos subsídios, dos empregados e da precariedade que existe e a que as pessoas estão sujeitas.
Por tudo isto e mais, sinto-me um privilegiado.
Aos desempregados, a minha solidariedade.
Ao longo destes anos, consegui sempre ter um emprego e nunca passei pela situação desconfortável que muitos amigos meus já passaram.
E se os meus amigos (mais jovens, por inerência) se sentiram mal, o que dizer dos mais velhos, que se sentem como que "inoperantes" para a função, segundo as cabeças mais pensantes deste país.
Por isso, o nº que foi ontem divulgado pelo INE sobre o desemprego é preocupante, sob diversos prismas.
O primeiro é que a tão famosa crise, afinal afectou-nos e bem, como se comprova pelo nº.
O segundo é que o actual Governo se mostra completamente inerte para resolver o que quer que seja para suprimir a situação degradante do aumento de desempregados no país. Em vez de promover o investimento, como tantas vezes apregoa, Sócrates mostra-se impotente para resolver este problema.
O terceiro e último é que os principais responsáveis pelo aumento do desemprego, são os mesmos que usam e abusam dos subsídios, dos empregados e da precariedade que existe e a que as pessoas estão sujeitas.
Por tudo isto e mais, sinto-me um privilegiado.
Aos desempregados, a minha solidariedade.
terça-feira, 17 de novembro de 2009
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
terça-feira, 10 de novembro de 2009
As Prioridades da Governação
Foi o tema de ontem no Prós e Contras. De um lado, Pedro Silva Pereira e Basílio Horta. Do outro José Aguiar-Branco e José Manuel Pureza. Ou seja, a estação pública de televisão entende que para discutir as prioridades da governação, no principal painel de discussão deve estar o Ministro da Presidência, o presidente do AICEP e os líderes parlamentares do PSD e do BE.
São estes os arautos da verdade e da competência para governar o país e definir as suas prioridades.
Parece que o CDS-PP e o PCP não têm voto na matéria, porque suponho, são demasiado radicais no discurso e no pensamento. O BE já não é assim, pertence à extrema-esquerda, mas não é radical, porque tem um discurso singelo e eficaz. Hitler também o tinha e depois foi o que foi.
O que espanta é que na televisão pública haja um programa que de quinze em quinze dias, discuta o Estado da Nação, os seus males e o que poderia melhorar, não mostrando o que está bem feito e quem merece de certa foram, os louros, por querer transformar o país positivamente, através do seu empreendedorismo.
O que espanta na televisão pública é que não há oportunidade para os demais partidos desalinhados com o sistema e que na sua ideologia e lógica de percepção das coisas, sejam uma voz dissonante com a carneirada que todos os dias entope as diferentes antenas com o mesmo discurso.
Já há muito que tinha riscado do meu hábito ver o "Prós e Contras". Hoje é apenas um desabafo do minuto que vi, só mesmo porque quando se liga a televisão, o primeiro canal que aparece é mesmo a RTP 1, nada mais do que isso...
São estes os arautos da verdade e da competência para governar o país e definir as suas prioridades.
Parece que o CDS-PP e o PCP não têm voto na matéria, porque suponho, são demasiado radicais no discurso e no pensamento. O BE já não é assim, pertence à extrema-esquerda, mas não é radical, porque tem um discurso singelo e eficaz. Hitler também o tinha e depois foi o que foi.
O que espanta é que na televisão pública haja um programa que de quinze em quinze dias, discuta o Estado da Nação, os seus males e o que poderia melhorar, não mostrando o que está bem feito e quem merece de certa foram, os louros, por querer transformar o país positivamente, através do seu empreendedorismo.
O que espanta na televisão pública é que não há oportunidade para os demais partidos desalinhados com o sistema e que na sua ideologia e lógica de percepção das coisas, sejam uma voz dissonante com a carneirada que todos os dias entope as diferentes antenas com o mesmo discurso.
Já há muito que tinha riscado do meu hábito ver o "Prós e Contras". Hoje é apenas um desabafo do minuto que vi, só mesmo porque quando se liga a televisão, o primeiro canal que aparece é mesmo a RTP 1, nada mais do que isso...
Muros e murinhos
A celebração dos 20 anos da queda do Muro de Berlim serviu para alertar que o Mundo é agora muito melhor. As constantes diferenças que foram retratadas em diferentes serviços de informação assim o ditaram. Compararam sempre o lado oriental com o ocidental, como se desse lado fosse sim o paraíso.
Não quero ser a voz oficial do PCP, porque não sirvo de papagaio e não digo o que outros assumem de foram política caquética e desmembrada do mundo em que vivemos, mas ao invés de utilizar termos como a vitória do capitalismo e ismos que tais, poderiam utilizar argumentos mais simples.
É óbvio que o Muro de Berlim era um atentado à liberdade que tanto preconiza o ser humano. É óbvio que havia diferenças abismais entre os dois estados, devido à situação política, mas a lavagem cerebral que foi feita nestes últimos dois dias, em que o comunismo foi a única facção a ser culpada de tudo é errada e não corresponde à verdade.
Podemos falar do que quisermos, mas os factos estão aí, 20 anos depois e nada tem a ver com a queda do Muro (que nunca deveria ter existido, o Muro, claro!). As pessoas do lado oriental da Alemanha continuam a ter menos poder de compra do que os da região ocidental, continuam a ter menos oportunidades de emprego do que as do lado ocidental e continua-se ainda a tentar perceber o porquê.
E quando se celebra a queda de um Muro 20 anos depois, outros existem que deveriam encher a cara e a consciência dos políticos de vergonha, porque limitam, como sempre, a liberdade de alguém.
No El Mundo, existem muros que convém que não sejam esquecidos. De África a Ásia, ao Médio Oriente e à América Central, tudo serve para passar ao lado e ignorar o que de mau tem haver fronteiras que em nada dignificam a condição humana.
Não quero ser a voz oficial do PCP, porque não sirvo de papagaio e não digo o que outros assumem de foram política caquética e desmembrada do mundo em que vivemos, mas ao invés de utilizar termos como a vitória do capitalismo e ismos que tais, poderiam utilizar argumentos mais simples.
É óbvio que o Muro de Berlim era um atentado à liberdade que tanto preconiza o ser humano. É óbvio que havia diferenças abismais entre os dois estados, devido à situação política, mas a lavagem cerebral que foi feita nestes últimos dois dias, em que o comunismo foi a única facção a ser culpada de tudo é errada e não corresponde à verdade.
Podemos falar do que quisermos, mas os factos estão aí, 20 anos depois e nada tem a ver com a queda do Muro (que nunca deveria ter existido, o Muro, claro!). As pessoas do lado oriental da Alemanha continuam a ter menos poder de compra do que os da região ocidental, continuam a ter menos oportunidades de emprego do que as do lado ocidental e continua-se ainda a tentar perceber o porquê.
E quando se celebra a queda de um Muro 20 anos depois, outros existem que deveriam encher a cara e a consciência dos políticos de vergonha, porque limitam, como sempre, a liberdade de alguém.
No El Mundo, existem muros que convém que não sejam esquecidos. De África a Ásia, ao Médio Oriente e à América Central, tudo serve para passar ao lado e ignorar o que de mau tem haver fronteiras que em nada dignificam a condição humana.
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Um ano depois
Após as odes ao novo salvador do Mundo, nada de novo mudou.
Israel continua a isolar e a matar na Palestina, o Iraque, Paquistão e Afeganistão estão mais mortíferos que nunca.
As críticas internas aumentam e Obama continua com um capital de positivismo impróprio até para os políticos mais descuidados.
Até ganhou um Nobel, mas nem isso faz com que mude efectivamente algo.
Faltam ainda três anos, é verdade, mas no primeiro ano, o que foi mostrado, foi muito pouco...
Israel continua a isolar e a matar na Palestina, o Iraque, Paquistão e Afeganistão estão mais mortíferos que nunca.
As críticas internas aumentam e Obama continua com um capital de positivismo impróprio até para os políticos mais descuidados.
Até ganhou um Nobel, mas nem isso faz com que mude efectivamente algo.
Faltam ainda três anos, é verdade, mas no primeiro ano, o que foi mostrado, foi muito pouco...
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Coisinhas deste nosso Portugal
- Temos sempre uma tendência para o pessimismo, para pegarmos sempre em desgraça e amputarmos à nossa existência, por isso, e alarmados pela comunicação social, os portugueses começam a correr em direcção aos Centros de Saúde e aos Hospitais por causa da gripe A. A todos nos acontece isso, e todos correm na direcção de uma baixa, de uma ausência ao trabalho, de nada fazerem...
- Pelo contrário, existem uns quantos que fazem e muito. Por exemplo, Armando Vara é conhecido por fazer mais fora da lei, do que dentro da própria lei. É impressionante o rol de aventuras que este transmontano nos tem brindado com a sua queda para a ilegalidade, sempre conivente com o Governo PS e com o seu amigo Sócrates. A tomada de decisão sobre a sua suspensão de administrador do BCP só faz bem, para já, àqueles que ainda pensam que existe justiça em Portugal...
- Por falar em justiça, o Conselho da mesma da ainda não homologada pelo novo estatuto jurídico Federação de Futbeol, decidiu, ao fim de 4 meses, que o campeão de juniores da época passada é o Sporting. 4 meses depois e já depois de se ter feito um jogo à porta fechada em Alcochete e do campeonato ir adiantado, o Conselho de Justiça pronuncia-se. Pronuncia-se tarde e a más horas, bem próprio do nosso estado de espiríto...
- Já lhe tinha feito a homenagem, mas achei excessivo que a Radar pussesse pessoas a falarem do António Sérgio. Bastavam os relatos em pequenas frases que sintetizavam a personalidade do "lobo". Era o suficiente, para além de se passarem durante o dia, as músicas e os grupos de que ele gostava. Era o suficiente...
- Pelo contrário, existem uns quantos que fazem e muito. Por exemplo, Armando Vara é conhecido por fazer mais fora da lei, do que dentro da própria lei. É impressionante o rol de aventuras que este transmontano nos tem brindado com a sua queda para a ilegalidade, sempre conivente com o Governo PS e com o seu amigo Sócrates. A tomada de decisão sobre a sua suspensão de administrador do BCP só faz bem, para já, àqueles que ainda pensam que existe justiça em Portugal...
- Por falar em justiça, o Conselho da mesma da ainda não homologada pelo novo estatuto jurídico Federação de Futbeol, decidiu, ao fim de 4 meses, que o campeão de juniores da época passada é o Sporting. 4 meses depois e já depois de se ter feito um jogo à porta fechada em Alcochete e do campeonato ir adiantado, o Conselho de Justiça pronuncia-se. Pronuncia-se tarde e a más horas, bem próprio do nosso estado de espiríto...
- Já lhe tinha feito a homenagem, mas achei excessivo que a Radar pussesse pessoas a falarem do António Sérgio. Bastavam os relatos em pequenas frases que sintetizavam a personalidade do "lobo". Era o suficiente, para além de se passarem durante o dia, as músicas e os grupos de que ele gostava. Era o suficiente...
domingo, 1 de novembro de 2009
Morreu o lobo
Foto: Blitz
Despediu-se hoje de nós com um problema cardíaco. Não se despedirá de nós e ficará, como ele queria que fosse, recordado pelo que deu á rádio e aos seus ouvintes. Da Comercial à Radar, o "lobo" ficará sempre com o uivo gravado na minha memória.
Bem-hajas e descansa em paz, de preferência na procura de novos sons, como sempre fazias...
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
A melhor homenagem que se podia fazer
João Aguardela deixou-nos este ano fisicamente, mas em espiríto, em canções e em qualidade ele continua por cá, e antecipando a homenagem que lhe vão fazer na próxima semana, foi criado um site onde é possível gravar para o nosso disco rígido e depois para o periférico que se quiser, os primeiros quatro álbuns do projecto Megafone.
Está tudo aqui.
Disfrutem!
Está tudo aqui.
Disfrutem!
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Curtas
- A tomada de posse dos Ministros já foi. Venha agora a dos Secretários de Estado, esses fantásticos quadros de segunda linha, que por razão política ou de falta de votos vão para Secretarias de Estado execer o cargo a "bem da Nação". Olhando para a lista vemos que existem muitos que continuam e muitos que chegam, não por mérito próprio, mas sim por mérito político. E isso explica muita coisa...
- Com a questão dos ministros resolvida, as televisões lembraram-se de que há uns meses atrás, a nossa brilhante Justiça decidiu devolver uma criança, que sempre viveu em Portugal, à sua mãe biológica, que está na Rússia e é mais conhecida por gostar de vodk do que educar a filha. Os ministros estão escolhidos, os secretários de estado também, então vamos à Rússia ver como anda a menina e entramos na teoria do choradinho para ver se pega e se "estupidificamos" mais um pouco as pessoas...
- Acabaram os Gato Fedorento e a SIC voltou ao terceiro lugar nas audiências globais dos dias. É impressionante como não é descoberto um antídoto que batalhe as novelas portuguesas da TVI ou os simplórios concursos da estação pública. A SIC ainda não percebeu o que se passa e assim pode ter sentido ouvir-se falar em novas "remodelações"...
- Com a questão dos ministros resolvida, as televisões lembraram-se de que há uns meses atrás, a nossa brilhante Justiça decidiu devolver uma criança, que sempre viveu em Portugal, à sua mãe biológica, que está na Rússia e é mais conhecida por gostar de vodk do que educar a filha. Os ministros estão escolhidos, os secretários de estado também, então vamos à Rússia ver como anda a menina e entramos na teoria do choradinho para ver se pega e se "estupidificamos" mais um pouco as pessoas...
- Acabaram os Gato Fedorento e a SIC voltou ao terceiro lugar nas audiências globais dos dias. É impressionante como não é descoberto um antídoto que batalhe as novelas portuguesas da TVI ou os simplórios concursos da estação pública. A SIC ainda não percebeu o que se passa e assim pode ter sentido ouvir-se falar em novas "remodelações"...
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Às terças há um vereador do Porto que assume o pelouro do atendimento
Notícia i:
"Era para falar com o vereador Rui Sá. Ele está à nossa espera." Às terças-feiras à tarde o movimento aumenta na Câmara do Porto. O segurança já não estranha e quase de forma mecânica orienta quem chega: "Sobem no elevador até ao 4.o andar e depois perguntam. É mais fácil."
Do lado de fora do gabinete de Rui Sá, o vereador da CDU na autarquia, os bancos encostados à parede costumam estar vazios. Mas não às terças- -feiras. Rui Sá dedica o dia a ouvir quem o procura na esperança de ver os seus problemas resolvidos.
Maria Cândida entra no gabinete e não se importa com as fotografias: "Não devo nada a ninguém." Vai falar com o vereador pela terceira vez por causa de um problema da filha. Rui Sá já enviou cartas a ver se conseguem uma casa para ela e os filhos. Houve desenvolvimentos no processo e o vereador prepara-se para escrever mais uma carta, agora "ao presidente da Junta de Paranhos, a ver se ele manda o tal relatório". Todos os munícipes atendidos têm uma capa com toda a documentação sobre os seus problemas. "A maioria das pessoas vem aqui por uma casa. Mas não é só", explica.
Minutos depois, Rui Sá ouve um casal. A conversa começa pelo resultado das autárquicas, mas Narciso, antiga glória do Leixões e do Braga, vai ali por uma boa notícia. Graças ao apoio do vereador, uma questão com a EDP foi resolvida e o casal viu--se livre de uma dívida que não tinha contraído. Rui Sá explica que recebe as pessoas "em primeiro lugar, porque merecem" e depois porque isso lhe "permite trabalhar com conhecimento de causa". E diz que criou ali o gabinete de um provedor, a mesa de um assistente social e a cadeira de um psicólogo, mesmo que seja até tarde. Heitor, um dos munícipes, lembra que ali nunca há pressas: "Uma vez cheguei e já passava das 21h30. Havia gente lá fora e só ia jantar quando todos estivessem atendidos."
Rui Sá tenta ajudar com cartas, requerimentos ou denunciando as questões em reuniões de câmara. Às 17h00, a senha ia no número seis e a secretária diz que já distribuiu até ao 20. "O meu recorde foram 32 pessoas. Saí daqui muito tarde, mas enquanto houver alguém não me vou embora. Se estão aqui é porque precisam."
Se há definição de serviço público, este é um bom exemplo!
"Era para falar com o vereador Rui Sá. Ele está à nossa espera." Às terças-feiras à tarde o movimento aumenta na Câmara do Porto. O segurança já não estranha e quase de forma mecânica orienta quem chega: "Sobem no elevador até ao 4.o andar e depois perguntam. É mais fácil."
Do lado de fora do gabinete de Rui Sá, o vereador da CDU na autarquia, os bancos encostados à parede costumam estar vazios. Mas não às terças- -feiras. Rui Sá dedica o dia a ouvir quem o procura na esperança de ver os seus problemas resolvidos.
Maria Cândida entra no gabinete e não se importa com as fotografias: "Não devo nada a ninguém." Vai falar com o vereador pela terceira vez por causa de um problema da filha. Rui Sá já enviou cartas a ver se conseguem uma casa para ela e os filhos. Houve desenvolvimentos no processo e o vereador prepara-se para escrever mais uma carta, agora "ao presidente da Junta de Paranhos, a ver se ele manda o tal relatório". Todos os munícipes atendidos têm uma capa com toda a documentação sobre os seus problemas. "A maioria das pessoas vem aqui por uma casa. Mas não é só", explica.
Minutos depois, Rui Sá ouve um casal. A conversa começa pelo resultado das autárquicas, mas Narciso, antiga glória do Leixões e do Braga, vai ali por uma boa notícia. Graças ao apoio do vereador, uma questão com a EDP foi resolvida e o casal viu--se livre de uma dívida que não tinha contraído. Rui Sá explica que recebe as pessoas "em primeiro lugar, porque merecem" e depois porque isso lhe "permite trabalhar com conhecimento de causa". E diz que criou ali o gabinete de um provedor, a mesa de um assistente social e a cadeira de um psicólogo, mesmo que seja até tarde. Heitor, um dos munícipes, lembra que ali nunca há pressas: "Uma vez cheguei e já passava das 21h30. Havia gente lá fora e só ia jantar quando todos estivessem atendidos."
Rui Sá tenta ajudar com cartas, requerimentos ou denunciando as questões em reuniões de câmara. Às 17h00, a senha ia no número seis e a secretária diz que já distribuiu até ao 20. "O meu recorde foram 32 pessoas. Saí daqui muito tarde, mas enquanto houver alguém não me vou embora. Se estão aqui é porque precisam."
Se há definição de serviço público, este é um bom exemplo!
sábado, 24 de outubro de 2009
Também posso opinar sobre o Governo?
Sócrates demorou, demorou, demorou e demorou para apresentar o novo Executivo e ele aí está.
Ao melhor estilo hollywoodesco, Sócrates manteve o chamado "núcleo duro" e mostrou umas novas caras, com o típico marketing a que nos habituou.
A escolha de Isabel Alçada dá para fazer uns trocadilhos com os livros que escrevia. A escolha de Gabriela Canavilhas dá para termos uma ministra "sexy", bonita, pianista (que é uma coisa chique), mas que já veio reclamar que necessita de mais dinheiro para a pasta que vai gerir.
O facto de ter mais mulheres do que nunca houve é mesmo para a imprensa poder falar nisso e distrair-se de outras coisas.
A escolha de uma ex-sindicalista para Ministra do Trabalho é apenas e só para que as pessoas pensem que Sócrates é bonzinho e até pensa nos trabalhadores. É pena que Van Zeller já tenha vindo dizer que é uma escolha acertada, ou seja, deixa-nos mais descansados sobre o que aí vem.
Quanto ao resto, nada de novo ou surpreendente num Governo que vai ter de saber dialogar. A escolha dos "técnicos" ao serviço do Estado e do País pode ser uma boa ideia, mas a prática no terreno é que conta e para isso é preciso estaleca que a maioria dos ministros não tem.
Mais do mesmo?
Ao melhor estilo hollywoodesco, Sócrates manteve o chamado "núcleo duro" e mostrou umas novas caras, com o típico marketing a que nos habituou.
A escolha de Isabel Alçada dá para fazer uns trocadilhos com os livros que escrevia. A escolha de Gabriela Canavilhas dá para termos uma ministra "sexy", bonita, pianista (que é uma coisa chique), mas que já veio reclamar que necessita de mais dinheiro para a pasta que vai gerir.
O facto de ter mais mulheres do que nunca houve é mesmo para a imprensa poder falar nisso e distrair-se de outras coisas.
A escolha de uma ex-sindicalista para Ministra do Trabalho é apenas e só para que as pessoas pensem que Sócrates é bonzinho e até pensa nos trabalhadores. É pena que Van Zeller já tenha vindo dizer que é uma escolha acertada, ou seja, deixa-nos mais descansados sobre o que aí vem.
Quanto ao resto, nada de novo ou surpreendente num Governo que vai ter de saber dialogar. A escolha dos "técnicos" ao serviço do Estado e do País pode ser uma boa ideia, mas a prática no terreno é que conta e para isso é preciso estaleca que a maioria dos ministros não tem.
Mais do mesmo?
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
O sr. Van Zeller
Tendo em conta as suas recentes declarações sobre o Ordenado Mínimo, é justo dizer que este senhor, que no dia imediatamente a seguir às eleições recomendou o Governo a exortar os partidos da esquerda, é um parvo!
E é um parvo, porque não tem sensibilidade nenhuma para saber o que é receber o ordenado mínimo. Não tem sensibilidade para se levantar às 6 da manhã e levar os filhos à escola, enfrentar o trânsito para entrar nas cidades, para trabalhar durante 7/8 horas a ouvir patrões mal-dispostos, para voltar à escola a ir buscar os filhos e chegar a casa mais de 12 horas depois de ter saído, e só com o ordenado mínimo na mão, ao final do mês.
O sr. Van Zeller não tem noção disso. Tem a noção de que cada empregado que trabalha para uma das empresas que compõem a CIP é um número que tem de ter uma determinada rentabilidade e rácio, sob pena de entrada em prejuízo e assim ter de ser despedido.
O sr. Van Zeller, quando diz que é preciso "pensar duas vezes" antes de aumentar o salário mínimo, deveria pensar bem no que acarreta não se aumentar o salário mínimo para as pessoas que sobrevivem com 450 euros por mês. A esses é que é justo perguntar se vale a pena aumentar o salário mínimo. Não aos que pagam, porque para esses, a sensibilidade é nula. Só a têm para os números...
E é um parvo, porque não tem sensibilidade nenhuma para saber o que é receber o ordenado mínimo. Não tem sensibilidade para se levantar às 6 da manhã e levar os filhos à escola, enfrentar o trânsito para entrar nas cidades, para trabalhar durante 7/8 horas a ouvir patrões mal-dispostos, para voltar à escola a ir buscar os filhos e chegar a casa mais de 12 horas depois de ter saído, e só com o ordenado mínimo na mão, ao final do mês.
O sr. Van Zeller não tem noção disso. Tem a noção de que cada empregado que trabalha para uma das empresas que compõem a CIP é um número que tem de ter uma determinada rentabilidade e rácio, sob pena de entrada em prejuízo e assim ter de ser despedido.
O sr. Van Zeller, quando diz que é preciso "pensar duas vezes" antes de aumentar o salário mínimo, deveria pensar bem no que acarreta não se aumentar o salário mínimo para as pessoas que sobrevivem com 450 euros por mês. A esses é que é justo perguntar se vale a pena aumentar o salário mínimo. Não aos que pagam, porque para esses, a sensibilidade é nula. Só a têm para os números...
terça-feira, 20 de outubro de 2009
A liberdade
Sempre foi uma das permissas para se viver no Portugal após 25 de Abril.
Soube-se hoje, que apesar de haver campanhas negras, ministros que gostam de malhar e afins, que afinal havia alguma razão para se desconfiar deste Governo de Pó e Chinelo que mantém uma rodoma sobre tudo o que se passa, com o intuito de controlar tudo e todos.
A organização Repórteres Sem Fronteiras considera que a liberdade de imprensa diminuiu este ano em Portugal, com uma queda do 16º para o 30º lugar na lista dos países que mais respeitam o trabalho dos jornalistas.
Soube-se hoje, que apesar de haver campanhas negras, ministros que gostam de malhar e afins, que afinal havia alguma razão para se desconfiar deste Governo de Pó e Chinelo que mantém uma rodoma sobre tudo o que se passa, com o intuito de controlar tudo e todos.
A organização Repórteres Sem Fronteiras considera que a liberdade de imprensa diminuiu este ano em Portugal, com uma queda do 16º para o 30º lugar na lista dos países que mais respeitam o trabalho dos jornalistas.
Party zone
Mail recebido há pouco na caixa de correio:
"DUARTE SIOPA,VALTER CARVALHO E ARI GIRÃO CONVIDAM PARA A FESTA DE INICIO DE INVERNO NO INCLUB LX.....4ªFEIRA, DIA 21 ÁS 23HORAS...
TRAJE: FASHION INVERNO
CONTAMOS CONSIGO
DUARTE SIOPA"
Várias coisas se perguntam:
- O que é um traje "Fashion Inverno"?
- Para o Duarte Siopa e companhia, quando é que começa o Inverno?
- Quem é o Ari Girão?
"DUARTE SIOPA,VALTER CARVALHO E ARI GIRÃO CONVIDAM PARA A FESTA DE INICIO DE INVERNO NO INCLUB LX.....4ªFEIRA, DIA 21 ÁS 23HORAS...
TRAJE: FASHION INVERNO
CONTAMOS CONSIGO
DUARTE SIOPA"
Várias coisas se perguntam:
- O que é um traje "Fashion Inverno"?
- Para o Duarte Siopa e companhia, quando é que começa o Inverno?
- Quem é o Ari Girão?
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
O mentiroso
Pelo menos nas palavras de Daniel Pedro, que acusa José Sócrates de mentir durante a campanha eleitoral.
O que é que há de novo nesta notícia? O facto de Sócrates ser mentiroso ou o facto da A28 avançar na mesma?
O que é que há de novo nesta notícia? O facto de Sócrates ser mentiroso ou o facto da A28 avançar na mesma?
Como se esperava...
Vemos hoje na Internet, as páginas que falam de política nacional e referência às propostas do PCP? Zero!
Podemo comprovar:
Correio da Manhã
Jornal de Notícias
Público
Diário de Notícias
Ao invés, é dado um enorme destaque à proposta do BE sobre os casamentos homossexuais. É a tal questão de se ver quem é que anda a ser levado ao colo...
Podemo comprovar:
Correio da Manhã
Jornal de Notícias
Público
Diário de Notícias
Ao invés, é dado um enorme destaque à proposta do BE sobre os casamentos homossexuais. É a tal questão de se ver quem é que anda a ser levado ao colo...
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Veremos a lógica da notícia
"Lisboa, 15 Out (Lusa) -- O grupo parlamentar do PCP apresentou hoje nove iniciativas legislativas sobre matérias como o Código do Trabalho e a avaliação dos professores, que são também "um teste" para avaliar se o PS vai manter a política da legislatura anterior.
Os deputados comunistas consideram prioritárias as matérias abordadas nas propostas hoje apresentadas, no primeiro dia da XI legislatura."
Amanhã veremos o destaque que a notícia terá nos principais meios de comunicação. É a diferença entre ser eleito para deputado ou ser eleito para o golfe.
Os deputados comunistas consideram prioritárias as matérias abordadas nas propostas hoje apresentadas, no primeiro dia da XI legislatura."
Amanhã veremos o destaque que a notícia terá nos principais meios de comunicação. É a diferença entre ser eleito para deputado ou ser eleito para o golfe.
Os amigos e as ocasiões
As SCUT vão deixar de ser livres. Pelo menos algumas, e essas algumas, são aquelas que dão um certo jeito a grande parte da população que quer ir de Lisboa a Braga, por exemplo, sem ter de usar a A1 e a A3.
De acordo com isto, o dinheiro até nem vai para as concessionárias, mas sim para as EP (Estradas de Portugal), promovendo assim um incremento financeiro a uma empresa que tem dívidas no valor de 10% do PIB.
Ora para o sr.Almerindo Marques não ser despedido com outra indemnização choruda, o Governo pensou nesse aspecto e prejudica quem nada tem a ver com a incompetência de alguns.
A A28, a A25 e a A41 deixam de ser livres para andar. E assim sabemos também, que para o amigo Coelho ainda há espaço para ganhar dinheiro. Enfim, os amigos são para as ocasiões, sempre ouvi dizer...
De acordo com isto, o dinheiro até nem vai para as concessionárias, mas sim para as EP (Estradas de Portugal), promovendo assim um incremento financeiro a uma empresa que tem dívidas no valor de 10% do PIB.
Ora para o sr.Almerindo Marques não ser despedido com outra indemnização choruda, o Governo pensou nesse aspecto e prejudica quem nada tem a ver com a incompetência de alguns.
A A28, a A25 e a A41 deixam de ser livres para andar. E assim sabemos também, que para o amigo Coelho ainda há espaço para ganhar dinheiro. Enfim, os amigos são para as ocasiões, sempre ouvi dizer...
Reflexões e Conclusões
É fácil de perceber e entender que existem sempre vencedores e vencidos numas eleições, onde muitas pessoas olham para a cara dos candidatos e esquecem-se por momentos, que ele representa uma facção política. Existem n exemplos disso: Almada, Seixal, Sesimbra, Salvaterra de Magos, Ponte de Lima, Porto, e outros que se poderiam mencionar e que representaram resultados totalmente diferentes do que há 15 dias atrás.
Mas há um exemplo que a mim me deixou, digamos, preplexo, pelo resultado, mas sobretudo pela isenção de culpas e pela naturalidade de aceitar os resultados em democracia, e o que esse argumento poderá relectir-se no futuro.
Falo concretamente do caso de Beja. A CDU perdeu a Câmara de Beja, devido a um acordo (apesar das partes envolvidas negarem) entre PS e PSD, que decidiram apelar aos seus apoiantes e militantes que votassem no candidato do PS, em deterimento do do PSD, para assim, desalojarem da Câmara o Presidente Francisco Santos.
O acto cobarde a que se assistiu no passado domingo é grave, quanto mais não seja porque os dois principais partidos nacionais decidiram engendrar em conjunto uma acção que teve como único objectivo desalojar do poder uma câmara que detinha o poder há 35 anos e que era a única capital de distrito que ainda não pertencia a nenhum dos dois (PS ou PSD).
Poderão alegar, quer os apoiantes do PS e do PSD, que os resultados de domingo são dignos de pertencerem à democracia que existe actualmente, mas não é próprio da chamada ética política que muitos apregoam e que depois não a executam da maneira mais capaz e séria.
Poderá vir o autor da Praça da República dizer que os resultados assim ditaram que Beja mudasse de mãos, mas a anti-campanha que efectuou nestes últimos quatro anos, e sendo ele social-democrata, em nada beneficiaram o seu partido, já que o mesmo "perdeu estranhamente" quase 3000 votos, directamente recambiados para o candidato do PS.
São estas virtudes e estes defeitos que fazem a política. A nível nacional, rapidamente se começou logo a pedir a cabeça de Manuela Ferreira Leite por causa dos resultados, assim como se assistiu (talvez imbuídos pelos resultados de há 15 dias) a um elogio ao CDS, como se fosse esse partido a verdadeira alavanca da coligação PSD/CDS. Também o PS se deu como vencedor, porque ganhou mais câmaras, especialmente ao PSD, mantendo assim uma dinâmica vencedora (nas palavras de alguns).
Só o BE não cresceu, como desceu, mas a maneira sóbria como se comentam as derrotas do BE são algo que me fazem pensar que há ali algo mais do que a pouca política que mostram, e não é imagem, de certeza. Fosse noutro partido de esquerda e o que não se diria...
Mas há um exemplo que a mim me deixou, digamos, preplexo, pelo resultado, mas sobretudo pela isenção de culpas e pela naturalidade de aceitar os resultados em democracia, e o que esse argumento poderá relectir-se no futuro.
Falo concretamente do caso de Beja. A CDU perdeu a Câmara de Beja, devido a um acordo (apesar das partes envolvidas negarem) entre PS e PSD, que decidiram apelar aos seus apoiantes e militantes que votassem no candidato do PS, em deterimento do do PSD, para assim, desalojarem da Câmara o Presidente Francisco Santos.
O acto cobarde a que se assistiu no passado domingo é grave, quanto mais não seja porque os dois principais partidos nacionais decidiram engendrar em conjunto uma acção que teve como único objectivo desalojar do poder uma câmara que detinha o poder há 35 anos e que era a única capital de distrito que ainda não pertencia a nenhum dos dois (PS ou PSD).
Poderão alegar, quer os apoiantes do PS e do PSD, que os resultados de domingo são dignos de pertencerem à democracia que existe actualmente, mas não é próprio da chamada ética política que muitos apregoam e que depois não a executam da maneira mais capaz e séria.
Poderá vir o autor da Praça da República dizer que os resultados assim ditaram que Beja mudasse de mãos, mas a anti-campanha que efectuou nestes últimos quatro anos, e sendo ele social-democrata, em nada beneficiaram o seu partido, já que o mesmo "perdeu estranhamente" quase 3000 votos, directamente recambiados para o candidato do PS.
São estas virtudes e estes defeitos que fazem a política. A nível nacional, rapidamente se começou logo a pedir a cabeça de Manuela Ferreira Leite por causa dos resultados, assim como se assistiu (talvez imbuídos pelos resultados de há 15 dias) a um elogio ao CDS, como se fosse esse partido a verdadeira alavanca da coligação PSD/CDS. Também o PS se deu como vencedor, porque ganhou mais câmaras, especialmente ao PSD, mantendo assim uma dinâmica vencedora (nas palavras de alguns).
Só o BE não cresceu, como desceu, mas a maneira sóbria como se comentam as derrotas do BE são algo que me fazem pensar que há ali algo mais do que a pouca política que mostram, e não é imagem, de certeza. Fosse noutro partido de esquerda e o que não se diria...
sábado, 10 de outubro de 2009
Dia de Reflectir o quê?
Estes dias de reflexão são a verdadeira hipocrisia que se passa numa sociedade que se preze democrática.
Durante duas semanas, é ver caravanas de carros, discursos políticos aqui e ali, ficar à espera das TV's para poderem dizer umas bocas, distribuição de bonés e bandeirinhas, tudo na busca e na caça ao voto do povo que continua a ser iludido pelo arranjo da estradinha, pelo melhoramento da rua, pelo novo pavilhão ou porque o político distribuiu um electrodoméstico ou um chouriço.
Duas semanas inteiras a tentarmos ser convencidos pelos que não estão no poleiro, porque é que os devemos colocar lá. Duas semanas inteiras a tentarmos ser convencidos pelos que estão no poleiro que eles é que são os melhores e têm (atenção a esta palavra) OBRA feita.
Na minha terra, obrar tem outro significado bem mais mal cheiroso e feio do que uma qualquer obra nova. É com ênfase na obra que se vê a qualidade do candidato. Olhemos para Oeiras. O actual presidente deu-se como corrupto. Foi condenado. Mas tem obra, e isso, para o povo habituado a estas coisas da corrupção, acha bem que ele por lá continue, desde que mostre obra. Quem fala em Isaltino, poderia falar em Felgueiras, Valentim, Avelino e muitos, muitos mais que com os compadrios para mostrar a tal obra, investem tudo na caça ao voto para melhorarem o chamado poder local.
O caso das escutas do Governo e a (mais uma) declaração infeliz de Cavaco Silva fez com que na primeira semana de campanha autárquica não se falasse de nada, deixando para a segunda semana toda a "carne pronta para assar".
Não faltarão especialistas (daqueles que falam de tudo e mais alguma coisa) a comentarem que no próximo acto eleitoral onde hajam duas eleições no mesmo ano, que se marquem as mesmas para o mesmo dia, mas os mesmos especialistas esbarram com uma verdade inquestionável: a falta de cultura democrática dos portugueses, cada vezmais desiludidos com esta política de pacote, que olha aos interesses individuais e não aos colectivos.
Reflexão? Do quê?
Durante duas semanas, é ver caravanas de carros, discursos políticos aqui e ali, ficar à espera das TV's para poderem dizer umas bocas, distribuição de bonés e bandeirinhas, tudo na busca e na caça ao voto do povo que continua a ser iludido pelo arranjo da estradinha, pelo melhoramento da rua, pelo novo pavilhão ou porque o político distribuiu um electrodoméstico ou um chouriço.
Duas semanas inteiras a tentarmos ser convencidos pelos que não estão no poleiro, porque é que os devemos colocar lá. Duas semanas inteiras a tentarmos ser convencidos pelos que estão no poleiro que eles é que são os melhores e têm (atenção a esta palavra) OBRA feita.
Na minha terra, obrar tem outro significado bem mais mal cheiroso e feio do que uma qualquer obra nova. É com ênfase na obra que se vê a qualidade do candidato. Olhemos para Oeiras. O actual presidente deu-se como corrupto. Foi condenado. Mas tem obra, e isso, para o povo habituado a estas coisas da corrupção, acha bem que ele por lá continue, desde que mostre obra. Quem fala em Isaltino, poderia falar em Felgueiras, Valentim, Avelino e muitos, muitos mais que com os compadrios para mostrar a tal obra, investem tudo na caça ao voto para melhorarem o chamado poder local.
O caso das escutas do Governo e a (mais uma) declaração infeliz de Cavaco Silva fez com que na primeira semana de campanha autárquica não se falasse de nada, deixando para a segunda semana toda a "carne pronta para assar".
Não faltarão especialistas (daqueles que falam de tudo e mais alguma coisa) a comentarem que no próximo acto eleitoral onde hajam duas eleições no mesmo ano, que se marquem as mesmas para o mesmo dia, mas os mesmos especialistas esbarram com uma verdade inquestionável: a falta de cultura democrática dos portugueses, cada vezmais desiludidos com esta política de pacote, que olha aos interesses individuais e não aos colectivos.
Reflexão? Do quê?
Eu gostava de ter escrito este texto
O PP é o PNR dos pequeninos
"O PNR é honesto: assume-se como fascista, pouco inteligente e xenófobo. O PP é hipócrita: disfarçado de direita democrática, o PP impõe a mesma agenda de extrema-direita, alegando que em tempo de crise não podemos permitir a entrada e a legalização de mais imigrantes. A não legalização dos imigrantes que cá residem significa que os mesmos podem continuar a ser explorados por entidades empregadoras sem quaisquer escrúpulos. Além das vantagens humanistas, a legalização dos imigrantes contribuiria para a sua integração na economia não paralela, sendo um factor benéfico para a sustentabilidade da nossa segurança social.
O PNR é verdadeiro: assume que não gosta de pobres e que a pobreza deverá ser erradicada através do extermínio dos pobres. O PP é falso: disfarçada de direita moderna, quer acabar com o Rendimento Mínimo Garantido, porque os malandros dos pobres não querem é trabalhar. Esta bandeira é profundamente classista. Existe fraude nos processos de RSI (cerca de 15%), assim como existe fraude nos subsídios às empresas e nos subídios agrícolas. A existência de fraude é algo transversal a todas as classes sociais. Mas ao PP só interessa estigmatizar os pobres, esses preguiçosos que enganam o estado para ganharem a exorbitância de 187,18€ por mês.
O PNR é sincero: defende a existência de uma autocracia repressiva, em que a Polícia fala justiça pelas próprias mãos, sem recurso a paneleirices de tribunais e estados de direito. O PP é mentiroso. Disfarçado de direita responsável, o PP quer aumentar o número de polícias (quando Portugal é dos países da União Europeia que melhor racio polícias/habitantes tem), substituindo o estado social pelo estado penal, criminalizando a pobreza e, na sua paranóia securitária, diminuir as liberdades e garantias dos cidadãos.
Nas próximas eleições autárquicas a Lisboa, não voto na hiprocrisia, mas sim na política de verdade. Nas próximas eleições, eu voto PNR."
O Vodka Atónito cada vez melhor. Sem gelo.
"O PNR é honesto: assume-se como fascista, pouco inteligente e xenófobo. O PP é hipócrita: disfarçado de direita democrática, o PP impõe a mesma agenda de extrema-direita, alegando que em tempo de crise não podemos permitir a entrada e a legalização de mais imigrantes. A não legalização dos imigrantes que cá residem significa que os mesmos podem continuar a ser explorados por entidades empregadoras sem quaisquer escrúpulos. Além das vantagens humanistas, a legalização dos imigrantes contribuiria para a sua integração na economia não paralela, sendo um factor benéfico para a sustentabilidade da nossa segurança social.
O PNR é verdadeiro: assume que não gosta de pobres e que a pobreza deverá ser erradicada através do extermínio dos pobres. O PP é falso: disfarçada de direita moderna, quer acabar com o Rendimento Mínimo Garantido, porque os malandros dos pobres não querem é trabalhar. Esta bandeira é profundamente classista. Existe fraude nos processos de RSI (cerca de 15%), assim como existe fraude nos subsídios às empresas e nos subídios agrícolas. A existência de fraude é algo transversal a todas as classes sociais. Mas ao PP só interessa estigmatizar os pobres, esses preguiçosos que enganam o estado para ganharem a exorbitância de 187,18€ por mês.
O PNR é sincero: defende a existência de uma autocracia repressiva, em que a Polícia fala justiça pelas próprias mãos, sem recurso a paneleirices de tribunais e estados de direito. O PP é mentiroso. Disfarçado de direita responsável, o PP quer aumentar o número de polícias (quando Portugal é dos países da União Europeia que melhor racio polícias/habitantes tem), substituindo o estado social pelo estado penal, criminalizando a pobreza e, na sua paranóia securitária, diminuir as liberdades e garantias dos cidadãos.
Nas próximas eleições autárquicas a Lisboa, não voto na hiprocrisia, mas sim na política de verdade. Nas próximas eleições, eu voto PNR."
O Vodka Atónito cada vez melhor. Sem gelo.
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Nobel
Para quem ainda promove a guerra no Afeganistão e no Iraque e quer limitar políticas em países considerados "perigosos", só pode ser considerada uma brincadeira.
Mas se virmos bem os Prémios Nobel deste ano, também podemos considerar que a brincadeira tem sentido...
Mas se virmos bem os Prémios Nobel deste ano, também podemos considerar que a brincadeira tem sentido...
O Guedes
Conheci-o em 2000, quando a SIC estreava na altura os camiões de exteriores mais avançados de Portugal.
Sempre bem-disposto, fosse a trabalhar, fosse em folga, mantinha uma disposição que contagiava tudo e todos.
O que se passou no dia de aniversário da casa que ele tinha escolhido para trabalhar abalou uma ligeira alegria que havia.
O espaço que o 24 Horas lhe dedicou ontem extravasa tudo o que a ética jornalística recomenda.
A homenagem que os Gato lhe fizeram no final do programa de dia 6 foi a melhor atitude.
Já se despediu de nós, mas nós não o esquecemos. Por tudo de bom do que nos deu. Depois encontramo-nos, meu...e eu explico-te o "segredo"...
Sempre bem-disposto, fosse a trabalhar, fosse em folga, mantinha uma disposição que contagiava tudo e todos.
O que se passou no dia de aniversário da casa que ele tinha escolhido para trabalhar abalou uma ligeira alegria que havia.
O espaço que o 24 Horas lhe dedicou ontem extravasa tudo o que a ética jornalística recomenda.
A homenagem que os Gato lhe fizeram no final do programa de dia 6 foi a melhor atitude.
Já se despediu de nós, mas nós não o esquecemos. Por tudo de bom do que nos deu. Depois encontramo-nos, meu...e eu explico-te o "segredo"...
terça-feira, 6 de outubro de 2009
terça-feira, 29 de setembro de 2009
Batalha Naval
Acordamos e damos de caras com a notícia do dia: Ministério Público faz buscas em escritórios que participaram na compra de submarinos. Quando ouvimos falar em submarinos, lembramo-nos logo de uma pessoa, curiosamente a mesma que foi o grande vencedor das eleições que se realizaram há apenas dois dias.
Não havia melhor maneira de o colocar já à prova para saber se tem estofo para lidar com este Governo de encomendas, jogo sujo e traições.
E alinhando com este Governo está uma Justiça cada vez mais frágil, relutante, prevísivel e sem vergonha na cara.
Faz estes raides a sociedades de advogados, a bancos, financeiras e afins, com o único intuito de mostrar serviço para as televisões sacarem um ou outro plano e fazerem directos, tentando mostrar que a Justiça está a funcionar e a trabalhar. Tudo isto para quê?
PAra depois, quando for a altura do julgamento, os réus saírem em pose vitoriosa e com o discurso de que afinal a Justiça funciona. Funciona, sim senhor, mas para quem?
Não havia melhor maneira de o colocar já à prova para saber se tem estofo para lidar com este Governo de encomendas, jogo sujo e traições.
E alinhando com este Governo está uma Justiça cada vez mais frágil, relutante, prevísivel e sem vergonha na cara.
Faz estes raides a sociedades de advogados, a bancos, financeiras e afins, com o único intuito de mostrar serviço para as televisões sacarem um ou outro plano e fazerem directos, tentando mostrar que a Justiça está a funcionar e a trabalhar. Tudo isto para quê?
PAra depois, quando for a altura do julgamento, os réus saírem em pose vitoriosa e com o discurso de que afinal a Justiça funciona. Funciona, sim senhor, mas para quem?
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Olhando para os resultados
Todos ganharam!
O PS, porque foi o mais votado.
O PSD, porque teve mais votos do que há 4 anos.
O CDS, porque passou para terceiro partido.
O BE, porque passou o meio milhão de votos.
A CDU, porque teve mais um deputado do que tinha.
O PS, porque foi o mais votado.
O PSD, porque teve mais votos do que há 4 anos.
O CDS, porque passou para terceiro partido.
O BE, porque passou o meio milhão de votos.
A CDU, porque teve mais um deputado do que tinha.
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
O Voto Útil
PS e PSD entram na última semana de campanha a pedirem o voto útil para os respectivos partidos. Mário Soares e Paulo Rangel, como que fossem moralizadores da teoria política, pedem os votos para que o país não deixe de evoluir. Para isso, eles pedem o voto útil.
Pedem o voto útil para quê?
- Para os bancos continuarem a pagar cerca de 25% de IRC?
- Para se nacionalizarem bancos com depósitos avultados?
- Para se continuarem a aumentar as propinas no ensino universitário?
- Para se continuarem a aumentar as taxas moderadoras nos serviços de saúde?
- Para se continuarem as teorias dos lay-offs e a aumentar o desemprego?
- Para se falarem em Magalhães e a empresa que os produz ser acusada de fuga fiscal?
- Para se aprovarem Códigos do Trabalho a favor dos patrões?
- Para se fazerem inaugurações mais do que uma vez sobre o mesmo assunto?
- Para os mesmos que nos têm governado nos últimos anos, continuarem a amealhar o bem dos outros?
Se é para isso o voto útil, lamento mas não contem comigo.
O voto útil é para quem trabalha, para quem mostra trabalho e se interessa pelo progresso social e não pelo progresso pessoal.
O voto útil vai para quem defende que o serviço de saúde deve ser gratuito e acessível a todos.
O voto útil é para quem defende o ensino gratuito e universal.
O voto útil é para quem defende as pequenas e médias empresas, com o incremento da produção nacional, já que é da produção nacional que a esmagadora maioria das PME vive.
O voto útil é para quem defende os direitos dos trabalhadores e assalariados portugueses, que muitas vezes têm medo de perder o emprego, só por se manifestarem contra quem os prejudica.
O voto útil é para os deputados que na Assembleia da República trabalham para que o país melhore, quando outros não deixam.
O voto útil é para quem vive da realidade e não da imagem ou da propaganda.
Por isso, o meu voto útil nestas legislativas vai para a CDU, porque mostrou e mostra o que é o trabalho. As propostas estiverem lá, durante 4 anos e meio, na casa representativa do povo português. E quem a acusa de não ter ideias, é porque mente ou pretende ocultar propostas que dariam algum sentido a alguns portugueses.
Assim, no próximo domingo, a minha escolha está feita. Entre a demagogia populista de direita, a demagogia ideológica de esquerda e a teoria central do voto útil, a minha escolha cai na CDU.
Pedem o voto útil para quê?
- Para os bancos continuarem a pagar cerca de 25% de IRC?
- Para se nacionalizarem bancos com depósitos avultados?
- Para se continuarem a aumentar as propinas no ensino universitário?
- Para se continuarem a aumentar as taxas moderadoras nos serviços de saúde?
- Para se continuarem as teorias dos lay-offs e a aumentar o desemprego?
- Para se falarem em Magalhães e a empresa que os produz ser acusada de fuga fiscal?
- Para se aprovarem Códigos do Trabalho a favor dos patrões?
- Para se fazerem inaugurações mais do que uma vez sobre o mesmo assunto?
- Para os mesmos que nos têm governado nos últimos anos, continuarem a amealhar o bem dos outros?
Se é para isso o voto útil, lamento mas não contem comigo.
O voto útil é para quem trabalha, para quem mostra trabalho e se interessa pelo progresso social e não pelo progresso pessoal.
O voto útil vai para quem defende que o serviço de saúde deve ser gratuito e acessível a todos.
O voto útil é para quem defende o ensino gratuito e universal.
O voto útil é para quem defende as pequenas e médias empresas, com o incremento da produção nacional, já que é da produção nacional que a esmagadora maioria das PME vive.
O voto útil é para quem defende os direitos dos trabalhadores e assalariados portugueses, que muitas vezes têm medo de perder o emprego, só por se manifestarem contra quem os prejudica.
O voto útil é para os deputados que na Assembleia da República trabalham para que o país melhore, quando outros não deixam.
O voto útil é para quem vive da realidade e não da imagem ou da propaganda.
Por isso, o meu voto útil nestas legislativas vai para a CDU, porque mostrou e mostra o que é o trabalho. As propostas estiverem lá, durante 4 anos e meio, na casa representativa do povo português. E quem a acusa de não ter ideias, é porque mente ou pretende ocultar propostas que dariam algum sentido a alguns portugueses.
Assim, no próximo domingo, a minha escolha está feita. Entre a demagogia populista de direita, a demagogia ideológica de esquerda e a teoria central do voto útil, a minha escolha cai na CDU.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Era o que faltava numa campanha bipolar
Domingos Lopes decidiu afastar-se do Comité Central, conforme noticia o Público.
Estranho o timing em que a notícia é colocada (dia 15 de Setembro), 2º dia oficial de campanha para as legislativas, assim como o facto do jornal ter tido acesso à carta que datava de 7 de Setembro (precisamente um dia depois da Festa do Avante!).
No entanto, é estranha a solicitude com que os jornais e a imprensa dão logo destaque inequívoco sobre algo que se passa no PCP. Quando a chamada corrente "renovadora" permanecia incógnita e incólume ao que se passava, talvez pensando que o seu querido PS perdesse as eleições, lembrou-se deste toque de génio e moveu a peça que faltava para que o inanarrável BE cresça, à custa dos intelectuais e oportunistas que por lá pululam.
A campanha bipolar começou em força a atacar nas eleições e só foram precisos dois dias. Ainda faltam uns quantos para vermos o resto da tendência....
Estranho o timing em que a notícia é colocada (dia 15 de Setembro), 2º dia oficial de campanha para as legislativas, assim como o facto do jornal ter tido acesso à carta que datava de 7 de Setembro (precisamente um dia depois da Festa do Avante!).
No entanto, é estranha a solicitude com que os jornais e a imprensa dão logo destaque inequívoco sobre algo que se passa no PCP. Quando a chamada corrente "renovadora" permanecia incógnita e incólume ao que se passava, talvez pensando que o seu querido PS perdesse as eleições, lembrou-se deste toque de génio e moveu a peça que faltava para que o inanarrável BE cresça, à custa dos intelectuais e oportunistas que por lá pululam.
A campanha bipolar começou em força a atacar nas eleições e só foram precisos dois dias. Ainda faltam uns quantos para vermos o resto da tendência....
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Outro 11 de Setembro
No Chile, há 36 anos, numa acção aprovada pela Administração norte-americana de Richard Nixon, o regime democrático de Salvador Allende foi derrubado pelo comandante do Exército chileno, general Augusto Pinochet, que ficaria no poder perto de 17 anos.
Num documento enviado em Outubro de 1973 ao secretário de Estado Henry kissinger, o directo da CIA, William Colby, reconheceu ter orquestrado operações de desestabilização do sistema legítimo chileno, mas negou qualquer envolvimento directo nas operações de 11 de Setembro.
O médico Salvador Allende foi o primeiro presidente socialista, de formação marxista, eleito democraticamente na América Latina. E as forças mais conservadoras do continente, temendo uma nova Cuba, não lhe perdoaram isso, tendo começado a conspirar contra ele desde que tomou posse, em Outubro de 1970.
Apoiado pela Unidade Popular, conglomerado de comunistas, socialistas, radicais e outras correntes de esquerda, pensou que poderia instaurar o socialismo recorrendo apenas a meios legais. Mas os militares de Pinochet bombardearam o plaácio presidencial de La Moneda, exigindo a sua demissão. E Allende morreu no meio da confusão, tendo-se aparentemente suicidado. no Público (Caderno P2).
Sepúlveda lembra esses tempos, em Diários do Sul:
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Como se nunca se tivesse visto
A SIC está, durante a semana pré-campanha, a mostrar reportagens feitas com os líderes partidários, em situações que nós não costumamos ver.
É possível ver Jerónimo de Sousa a conduzir, Paulo Portas a mostrar a casa e a mostrar-se na TV, Francisco Louçã a andar de autocarro e José Sócates a andar de avião, à custa dos portugueses.
O que mais espanta nestas reportagens é a ausência de Manuela Ferreira Leite, que mostra uma vertente muito pouco dada à relação com os media.
Pessoalmente, o que mais me causa repulsa é o comentário político que acontece entre os diferentes blocos de imagens. No primeiro dia, Luís Delgado quase parecia embevecido pela postura normal de um candidato como Jerónimo Sousa. Ontem, Martim Avillez Figueiredo não estava surpreendido pela postura e pose de Paulo Portas e veremos o que nos reservará os próximos dois dias com Louçã e Sócrates.
Espanta-me que, numa época tradicional de caça ao voto, os políticos se prestem a mostrar o seu lado privado. Espanta-me que na expectativa de angariar votos, pretendam melhorar uma imagem desgastada pelas consequentes promessas vãs. Espanta-me que aceitemos este "Big Brother" VIP, em horário nobre. E espanta-me ainda mais, que os portugueses prefiram ver um Preço Certo. Mostra muito do nosso conceito de democracia...
É possível ver Jerónimo de Sousa a conduzir, Paulo Portas a mostrar a casa e a mostrar-se na TV, Francisco Louçã a andar de autocarro e José Sócates a andar de avião, à custa dos portugueses.
O que mais espanta nestas reportagens é a ausência de Manuela Ferreira Leite, que mostra uma vertente muito pouco dada à relação com os media.
Pessoalmente, o que mais me causa repulsa é o comentário político que acontece entre os diferentes blocos de imagens. No primeiro dia, Luís Delgado quase parecia embevecido pela postura normal de um candidato como Jerónimo Sousa. Ontem, Martim Avillez Figueiredo não estava surpreendido pela postura e pose de Paulo Portas e veremos o que nos reservará os próximos dois dias com Louçã e Sócrates.
Espanta-me que, numa época tradicional de caça ao voto, os políticos se prestem a mostrar o seu lado privado. Espanta-me que na expectativa de angariar votos, pretendam melhorar uma imagem desgastada pelas consequentes promessas vãs. Espanta-me que aceitemos este "Big Brother" VIP, em horário nobre. E espanta-me ainda mais, que os portugueses prefiram ver um Preço Certo. Mostra muito do nosso conceito de democracia...
terça-feira, 8 de setembro de 2009
O caso TVI
Apesar de ter estado ausente na Festa do Avante (mais uma vez, uma Festa política, mas que é atravessada pela cultura, pela música e pela pluralidade), creio que está no tempo de fazer uma avaliação sobre a semana quente que passou na TVI.
A situação na TVI é um sinal de que vale tudo para manter a rede, os conluios e os amigos.
Olhando fixamente para o conteúdo jornalístico do Jornal de Sexta, este não acrescentava nada ao que de perseguição política se tratava. Também se pode definir que o Jornal de Sexta não acrescentava nada ao desenvolvimento intelectual dos portugueses. Havia uma guerra aberta, logo sangue. E onde há sangue, os portugueses olham a todos os meios para ver a cor rubra, seja de que maneira for.
Manuela Moura Guedes quer agora fazer o papel de vítima, quando se sabe perfeitamente que usava o Jornal de Sexta para exercer o seu papel político de direita, quando ela própria já tinha sido deputada.
Como é óbvio, a decisão da Prisa pode ter a alegação de "gestão de grelha", mas um programa que é líder de audiências, não pode ser exonerado desta forma. É óbvio que houve pressões políticas para a Prisa definir o fim do Jornal de Sexta. E é óbvio, que usando o critério jornalístico, é uma boa notícia, o final do mesmo.
Com a saída de Moniz, Manuela ficou mais fraca. A "quinta" que geria na redacção da TVI, com a conivência do marido ficou enfraquecida e é normal que agora, aqueles que sofreram na pele, querem que Manuela também sofra.
De uma coisa ninguém se pode queixar que é ficar bem na fotografia:
- Manuela, porque entrou numa luta política e vai ficar a perder
- O PS, porque exerceu a sua influência na resolução deste caso
- O PSD, porque com os telhados de vidro que tem, continua a atirar pedras aos telhados vizinhos
- A restante oposição, porque tenta pugnar por uma democracia, quando sonha querer ter o poder da comunicação
O clima é instável para os lados de Queluz, mas nem em Carnaxide, nem na Marechal Gomes da Costa estão a saber aproveitar estes pequenos "brindes"...
A situação na TVI é um sinal de que vale tudo para manter a rede, os conluios e os amigos.
Olhando fixamente para o conteúdo jornalístico do Jornal de Sexta, este não acrescentava nada ao que de perseguição política se tratava. Também se pode definir que o Jornal de Sexta não acrescentava nada ao desenvolvimento intelectual dos portugueses. Havia uma guerra aberta, logo sangue. E onde há sangue, os portugueses olham a todos os meios para ver a cor rubra, seja de que maneira for.
Manuela Moura Guedes quer agora fazer o papel de vítima, quando se sabe perfeitamente que usava o Jornal de Sexta para exercer o seu papel político de direita, quando ela própria já tinha sido deputada.
Como é óbvio, a decisão da Prisa pode ter a alegação de "gestão de grelha", mas um programa que é líder de audiências, não pode ser exonerado desta forma. É óbvio que houve pressões políticas para a Prisa definir o fim do Jornal de Sexta. E é óbvio, que usando o critério jornalístico, é uma boa notícia, o final do mesmo.
Com a saída de Moniz, Manuela ficou mais fraca. A "quinta" que geria na redacção da TVI, com a conivência do marido ficou enfraquecida e é normal que agora, aqueles que sofreram na pele, querem que Manuela também sofra.
De uma coisa ninguém se pode queixar que é ficar bem na fotografia:
- Manuela, porque entrou numa luta política e vai ficar a perder
- O PS, porque exerceu a sua influência na resolução deste caso
- O PSD, porque com os telhados de vidro que tem, continua a atirar pedras aos telhados vizinhos
- A restante oposição, porque tenta pugnar por uma democracia, quando sonha querer ter o poder da comunicação
O clima é instável para os lados de Queluz, mas nem em Carnaxide, nem na Marechal Gomes da Costa estão a saber aproveitar estes pequenos "brindes"...
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
"Só eu ou ela"
O onanismo que José Sócrates ostenta só tem comparação com Narciso.
Ontem, em entrevista a Judite de Sousa, Sócrates colocou como objectivo de umas eleições legislativas, a pessoa que vai ser Primeiro-Ministro. Nada mais interessa.
Não interessa quem serão os deputados que irão ser eleitos. Não interessa se há maioria absoluta ou não. Não interessa os sentidos dos votos dos Portugueses. A ele, só interessa quem ocupa o poleiro.
Para José Sócrates, o culto da personalidade tem efeitos preversos. A História Política está bem recheada de exemplos menos claros de objectividade política.
Colocar estas eleições como a escolha entre duas pessoas é faltar à confiança das pessoas, menosprezando a importância que elas podem ter.
Ontem, em entrevista a Judite de Sousa, Sócrates colocou como objectivo de umas eleições legislativas, a pessoa que vai ser Primeiro-Ministro. Nada mais interessa.
Não interessa quem serão os deputados que irão ser eleitos. Não interessa se há maioria absoluta ou não. Não interessa os sentidos dos votos dos Portugueses. A ele, só interessa quem ocupa o poleiro.
Para José Sócrates, o culto da personalidade tem efeitos preversos. A História Política está bem recheada de exemplos menos claros de objectividade política.
Colocar estas eleições como a escolha entre duas pessoas é faltar à confiança das pessoas, menosprezando a importância que elas podem ter.
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Como se tolda o pensamento
O título é "Menos sorrisos, mais conversa" e é um artigo publicado por Nuno Jerónimo, que se apresenta como publicitário. Para poupar uma ida ao I, aqui fica o texto:
"Na minha perspectiva, os políticos portugueses estão a ficar melhores. Eu explico, que isto dito assim dá direito a internamento. A minha perspectiva aqui é a de especialista em comunicação, ou seja, refiro-me - exclusivamente - às campanhas onde os nossos responsáveis (ou talvez nem tanto) se vendem para comprar votos. E nisso estão efectivamente melhores. Estão melhores porque, quanto mais não seja, souberam ouvir o povo.
Gosto de pensar que a elevada percentagem de cartazes onde a clássica fotografia do dirigente sorridente deu lugar a frases com intenções políticas concretas resultou da elevada percentagem de eleitores que já não os podem ver nem pintados.
Mais se compreende se pensarmos que a função da dita fotografia era transmitir confiança. Para quê dar a cara se ninguém a quer? Sábia opção, portanto. Menos sorrisos, mais conversa. Um território que o Bloco de Esquerda tem ocupado com os seus ora berrantes, ora metafóricos, mas sempre acutilantes cartazes. Ao Bloco juntam-se este ano o CDS-PP, com uma espécie de boletins de voto gigantes (que nos desafiam a votar contra o governo), o PSD, que tão habilmente soube ouvir os eleitores para se apoderar dos seus anseios como frases de campanha, e o próprio PS, que lança medidas novas e concretas sob o slogan "juntos conseguimos". Resta saber se no passado se no futuro."
Olhando para o prisma do publicitário, esqueceu-se de mencionar um dos partidos com assento parlamentar e que também tem nas ruas cartazes, não só com pessoas, mas com ideias políticas e práticas.
Convém também olhar para o link da notícia e verificar de quem é a fotografia de quem se está a rir.
É bom que quem se diz especialista consiga analisar todos os primas que comenta. Só assim ganhará credibilidade. Que bem é precisa, nos tempos que correm...
"Na minha perspectiva, os políticos portugueses estão a ficar melhores. Eu explico, que isto dito assim dá direito a internamento. A minha perspectiva aqui é a de especialista em comunicação, ou seja, refiro-me - exclusivamente - às campanhas onde os nossos responsáveis (ou talvez nem tanto) se vendem para comprar votos. E nisso estão efectivamente melhores. Estão melhores porque, quanto mais não seja, souberam ouvir o povo.
Gosto de pensar que a elevada percentagem de cartazes onde a clássica fotografia do dirigente sorridente deu lugar a frases com intenções políticas concretas resultou da elevada percentagem de eleitores que já não os podem ver nem pintados.
Mais se compreende se pensarmos que a função da dita fotografia era transmitir confiança. Para quê dar a cara se ninguém a quer? Sábia opção, portanto. Menos sorrisos, mais conversa. Um território que o Bloco de Esquerda tem ocupado com os seus ora berrantes, ora metafóricos, mas sempre acutilantes cartazes. Ao Bloco juntam-se este ano o CDS-PP, com uma espécie de boletins de voto gigantes (que nos desafiam a votar contra o governo), o PSD, que tão habilmente soube ouvir os eleitores para se apoderar dos seus anseios como frases de campanha, e o próprio PS, que lança medidas novas e concretas sob o slogan "juntos conseguimos". Resta saber se no passado se no futuro."
Olhando para o prisma do publicitário, esqueceu-se de mencionar um dos partidos com assento parlamentar e que também tem nas ruas cartazes, não só com pessoas, mas com ideias políticas e práticas.
Convém também olhar para o link da notícia e verificar de quem é a fotografia de quem se está a rir.
É bom que quem se diz especialista consiga analisar todos os primas que comenta. Só assim ganhará credibilidade. Que bem é precisa, nos tempos que correm...
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Uma questão de quintas
Olhamos hoje para a Quinta da Princesa da mesma forma que o ano passado olhámos para a Quinta da Fonte ou para a Quinta do Mocho.
Um aglomerado de prédios que os construtores amigos das câmaras construíram e que os sucessivos Governos deram uma mãozinha, criando guetos sociais que vivem sempre com o estigma da exclusão.
O que se passou hoje no concelho do Seixal não é mais do que um falhanço a vários níveis dos diferentes intervenientes neste tipo de processos: polícia, município e Governo.
E é um falhanço colectivo que se passa noutros concelhos, onde as quintas de outrora deram lugar aos prédios que pululam e poluem a vista, tornando-se numa amálgama de opiniões, atitudes e querelas que são normais, quando a marginalização das pessoas toma lugar.
Já o ano passado, a Bela Vista foi falada, a Quinta da Fonte foi falada, a Quinta do Mocho foi falada. Este ano, calhou a Quinta da Princesa.
Características próprias de quem se interessa pelo mal dos outros, mas que não se atreve a ajudar...
Um aglomerado de prédios que os construtores amigos das câmaras construíram e que os sucessivos Governos deram uma mãozinha, criando guetos sociais que vivem sempre com o estigma da exclusão.
O que se passou hoje no concelho do Seixal não é mais do que um falhanço a vários níveis dos diferentes intervenientes neste tipo de processos: polícia, município e Governo.
E é um falhanço colectivo que se passa noutros concelhos, onde as quintas de outrora deram lugar aos prédios que pululam e poluem a vista, tornando-se numa amálgama de opiniões, atitudes e querelas que são normais, quando a marginalização das pessoas toma lugar.
Já o ano passado, a Bela Vista foi falada, a Quinta da Fonte foi falada, a Quinta do Mocho foi falada. Este ano, calhou a Quinta da Princesa.
Características próprias de quem se interessa pelo mal dos outros, mas que não se atreve a ajudar...
sábado, 22 de agosto de 2009
Saúde para quem?
O sr.engenheiro Sócrates, quiçá à procura de votos em concelhos menos favoráveis, tem andado pela zona do Douro, e no espaço de 50 kms, lançou as primeiras pedras de dois Hospitais, um em Amarante e o outro em Lamego.
A margem sul, para variar, continua a ser ignorada e o Hospital do Seixal nunca mais arranca, com vista a servir mais de 100 mil pessoas, continuando a entupir o Hospital de Almada.
É esta política de saúde desorganizada e desigual que vai mantendo Sócrates imune ao que quer que seja, porque não é questionado ou porque é ignorado.
Não digo que as gentes de Lamego e de Amarante não tenham direito a ter hospital, mas o esquecimento ou birra política que este Governo mostra para quem é diferente da cor é estonteante.
A margem sul, para variar, continua a ser ignorada e o Hospital do Seixal nunca mais arranca, com vista a servir mais de 100 mil pessoas, continuando a entupir o Hospital de Almada.
É esta política de saúde desorganizada e desigual que vai mantendo Sócrates imune ao que quer que seja, porque não é questionado ou porque é ignorado.
Não digo que as gentes de Lamego e de Amarante não tenham direito a ter hospital, mas o esquecimento ou birra política que este Governo mostra para quem é diferente da cor é estonteante.
domingo, 16 de agosto de 2009
Uma escolha política, no mínimo, incoerente
Nas próximas legislativas quem quiser um governo de esquerda votará PS, quem quiser um governo de direita terá quatro partidos à escolha: PSD, CDS, BE ou PCP.
O resto está no link. Os comentários e as respostas da autora estão aqui.
Ok...Podem tirar as vossas conclusões...
O resto está no link. Os comentários e as respostas da autora estão aqui.
Ok...Podem tirar as vossas conclusões...
Os amigos
O Governo de Sócrates já nos habituou a governar para os amigos. Foi no caso do Freeport (que ninguém tem coragem de mexer), foi no caso da Mota-Engil (Jorge Coelho é o Presidente), foi no caso Casa Pia (Paulo Pedroso já é candidato autárquico), foi no caso BPN (safando os amigos do PSD), foi no caso Manuel Alegre (também agora já não chateia) e por aí fora, com mais exemplos.
O mais recente, trazido hoje pelo Público, mostra que arquitectos receberam 20 milhões de euros sem ser preciso haver regulações públicas ou manifestações de igual carácter.
Como é óbvio, uma dos arquitectos que não é amigo, resolveu contar os esquemas, e como tal, ficamos a saber que este governo da esquerda moderna e democrata tem alguns dos tiques antigos e ditatoriais de há alguns anos atrás. Nada de novo, portanto.
O que há de novo é que se o "não-amigo" arquitecto tivesse também recebido algum do que foi para os amigos de Sócrates, provavelmente, não se saberia de nada, e a ausência dos concursos públicos, a bem do rigor e da transparência, também seria anuída e passada para o lado. Como não lhe calhou nada, vai de colocar a boca no trombone, para ver se o calam e se ganha qualquer concursinho para renovar uma cantina ou uma sala de aula, talvez em Trancoso, ou Freixo de Espada à Cintra, para não dar muito nas vistas.
Como podemos ver, a esquerda moderna e democrática é assim que funciona. Falando de uma coisa e praticando outra. Devem ser tiques modernos, só pode...
O mais recente, trazido hoje pelo Público, mostra que arquitectos receberam 20 milhões de euros sem ser preciso haver regulações públicas ou manifestações de igual carácter.
Como é óbvio, uma dos arquitectos que não é amigo, resolveu contar os esquemas, e como tal, ficamos a saber que este governo da esquerda moderna e democrata tem alguns dos tiques antigos e ditatoriais de há alguns anos atrás. Nada de novo, portanto.
O que há de novo é que se o "não-amigo" arquitecto tivesse também recebido algum do que foi para os amigos de Sócrates, provavelmente, não se saberia de nada, e a ausência dos concursos públicos, a bem do rigor e da transparência, também seria anuída e passada para o lado. Como não lhe calhou nada, vai de colocar a boca no trombone, para ver se o calam e se ganha qualquer concursinho para renovar uma cantina ou uma sala de aula, talvez em Trancoso, ou Freixo de Espada à Cintra, para não dar muito nas vistas.
Como podemos ver, a esquerda moderna e democrática é assim que funciona. Falando de uma coisa e praticando outra. Devem ser tiques modernos, só pode...
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Silly Season
Como estamos em época de não-notícias, as noções de ridículo são tantas, que eram precisos mais posts para criticar o que quer que fosse.
Sendo assim, fico-me pela notícia do Correio da Manhã que retrata os "prémios" que os oficiais da GNR recebem por conseguirem obter valores de multas esperados pelo Comandante.
Tudo se passa na zona de Portalegre e assim vemos que a vergonha já é pouca para tamanha canalhice associada às forças de segurança.
Lá por o Governo não apoiar as forças de segurança com o material que tanto necessitam, também não precisam de descer tão baixo para chegar a uma situação, no mínimo, vergonhosa.
É que nem o Comandante, nem o Ministério, nem os próprios cabos se dão ao trabalho de tentarem honrar (nem que seja uma vez) o seu posto de trabalho.
Sendo assim, fico-me pela notícia do Correio da Manhã que retrata os "prémios" que os oficiais da GNR recebem por conseguirem obter valores de multas esperados pelo Comandante.
Tudo se passa na zona de Portalegre e assim vemos que a vergonha já é pouca para tamanha canalhice associada às forças de segurança.
Lá por o Governo não apoiar as forças de segurança com o material que tanto necessitam, também não precisam de descer tão baixo para chegar a uma situação, no mínimo, vergonhosa.
É que nem o Comandante, nem o Ministério, nem os próprios cabos se dão ao trabalho de tentarem honrar (nem que seja uma vez) o seu posto de trabalho.
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
A justiça
Isaltino Morais sabe hoje se será condenado ou não no caso das contas bancárias na Suíça. Já se sabe que a justiça em Portugal não trabalha, e por isso mesmo, se o autarca for considerado culpado, será uma surpresa, tendo em conta os dias que correm.
A semana passada Fátima Felgueiras provou que está perto de voltar a ser uma pessoa impoluta, apesar de todos os problemas que causou.
De Valentim Loureiro e do seu filho João, nem uma palavra sobre os casos de corrupção.
João Rendeiro foi notícia porque pagou de IRS 3 milhões de Euros e até Oliveira Costa já está em casa, num regime de prisão domiciliária.
São tantos os casos que ainda fazem pensar as pessoas se valerá a pena lutar pelos seus direitos ou se têm confiança na justiça e neste país.
São estas fúrias que fazem com que as pessoas pensem se valerá a pena lutar por isto. E quando digo isto, é mesmo o nosso país, a nossa localidade, a nossa rua, o nosso prédio. Ou se será apenas o início da demonstração que a sociedade está efectivamente cada vez mais individual, esquecendo-se do colectivo?
A semana passada Fátima Felgueiras provou que está perto de voltar a ser uma pessoa impoluta, apesar de todos os problemas que causou.
De Valentim Loureiro e do seu filho João, nem uma palavra sobre os casos de corrupção.
João Rendeiro foi notícia porque pagou de IRS 3 milhões de Euros e até Oliveira Costa já está em casa, num regime de prisão domiciliária.
São tantos os casos que ainda fazem pensar as pessoas se valerá a pena lutar pelos seus direitos ou se têm confiança na justiça e neste país.
São estas fúrias que fazem com que as pessoas pensem se valerá a pena lutar por isto. E quando digo isto, é mesmo o nosso país, a nossa localidade, a nossa rua, o nosso prédio. Ou se será apenas o início da demonstração que a sociedade está efectivamente cada vez mais individual, esquecendo-se do colectivo?
domingo, 2 de agosto de 2009
sábado, 1 de agosto de 2009
domingo, 26 de julho de 2009
As birras
Que o BE quer protagonismo político a todo o custo, isso é uma verdade indesmentível.
A mais recente acção de "inconformismo" prende-se com o facto de, alegadamente o PS ter convidado Joana Amaral Dias para as listas às próximas eleições.
Existem várias incongruências que eu gostava que a comunicação social explicasse e não desse atenção apenas ao acessório.
1º Joana Amaral Dias ainda é militante do BE?
2º Aquando da campanha para as Presidenciais de 2006, Joana Amaral Dias foi a mandatária para a juventude de Mário Soares e aí, o BE ficou de pé atrás com a militante. Não se percebe este desasossego...
3º O BE quer ganhar pontos na esquerda do PS, mas assim é complicado.
Mais complicado ainda é o papel que é reservado, incluíndo tempos de antena que são dados ao BE. É inconcebível que um grupo de esquerda radical tenha tanto tempo de antena nas TV's.
Para quem andou a semana passada a falar em "ismos", era bom que esta "paixão" fosse explicada...
A mais recente acção de "inconformismo" prende-se com o facto de, alegadamente o PS ter convidado Joana Amaral Dias para as listas às próximas eleições.
Existem várias incongruências que eu gostava que a comunicação social explicasse e não desse atenção apenas ao acessório.
1º Joana Amaral Dias ainda é militante do BE?
2º Aquando da campanha para as Presidenciais de 2006, Joana Amaral Dias foi a mandatária para a juventude de Mário Soares e aí, o BE ficou de pé atrás com a militante. Não se percebe este desasossego...
3º O BE quer ganhar pontos na esquerda do PS, mas assim é complicado.
Mais complicado ainda é o papel que é reservado, incluíndo tempos de antena que são dados ao BE. É inconcebível que um grupo de esquerda radical tenha tanto tempo de antena nas TV's.
Para quem andou a semana passada a falar em "ismos", era bom que esta "paixão" fosse explicada...
38 000
É este o número de desempregados licenciados que existem em Portugal.
É este o número das sucessivas políticas do ensino superior em Portugal, que fazem com que isto aconteça.
É este o número que nos torna ainda mais atrasados.
É este o número com que o Governo PS e do senhor engenheiro Sócrates vão ser confrontados nas próximas eleições.
É este o número que não pode ser esquecido.
É este o número das sucessivas políticas do ensino superior em Portugal, que fazem com que isto aconteça.
É este o número que nos torna ainda mais atrasados.
É este o número com que o Governo PS e do senhor engenheiro Sócrates vão ser confrontados nas próximas eleições.
É este o número que não pode ser esquecido.
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Frase do dia
"Os Portugueses, são por natureza, queixosos. Queixam-se sempre de alguma coisa!", Procurador-Geral da República.
segunda-feira, 20 de julho de 2009
O Pormenor (via e-mail)
Chama-se Pedro Soares, é membro da Comissão Política e Coordenador Nacional Autárquico do Bloco de Esquerda. Para além disso, «escreve no JN, semanalmente, à quinta-feira».
Na última quinta-feira, ocupou o seu lugar cativo no JN com um texto intitulado «A Lei de Tróia», no qual a dada altura escreve:
«O que se está a passar em Tróia, no Concelho de Grândola (CDU), é uma operação imobiliária de grande escala que coloca em causa, de facto, o interesse nacional».
Registe-se o «pormenor» que são aquelas simples três letras entre parêntesis e os objectivos de quem as escreveu...
Isto porque, como sabe qualquer cidadão medianamente informado, a força autárquica maioritária no Concelho de Grândola é, não a CDU, mas o PS - para mal dos munícipes grandolenses, diga-se.
E assim sendo, de duas uma: ou o Coordenador Nacional Autárquico do BE ignora o que qualquer cidadão medianamente informado sabe; ou, sabendo a verdade, optou pela mentira, na linha da tradicional prática eleitoralista do BE, caracterizada por um desavergonhado vale-tudo.
Num caso ou noutro, o que não oferece dúvidas é que Pedro Soares está onde deve estar:
no BE, como membro da Comissão Política e no JN, como escriba semanal...
Na última quinta-feira, ocupou o seu lugar cativo no JN com um texto intitulado «A Lei de Tróia», no qual a dada altura escreve:
«O que se está a passar em Tróia, no Concelho de Grândola (CDU), é uma operação imobiliária de grande escala que coloca em causa, de facto, o interesse nacional».
Registe-se o «pormenor» que são aquelas simples três letras entre parêntesis e os objectivos de quem as escreveu...
Isto porque, como sabe qualquer cidadão medianamente informado, a força autárquica maioritária no Concelho de Grândola é, não a CDU, mas o PS - para mal dos munícipes grandolenses, diga-se.
E assim sendo, de duas uma: ou o Coordenador Nacional Autárquico do BE ignora o que qualquer cidadão medianamente informado sabe; ou, sabendo a verdade, optou pela mentira, na linha da tradicional prática eleitoralista do BE, caracterizada por um desavergonhado vale-tudo.
Num caso ou noutro, o que não oferece dúvidas é que Pedro Soares está onde deve estar:
no BE, como membro da Comissão Política e no JN, como escriba semanal...
A TV que temos
Este post vem no sentido em que ao Domingo, a programação da estação do Serviço Público era boa. Era ela a minha escolha a seguir ao Prof. Marcelo por várias razões:
- a essa hora dá a Grande Reportagem na SIC
- não tenho paciência para ouvir monólogos
Assim, por volta das 21h30, via o "Conta-me como foi", seguido dos "Contemporâneos" e depois via o filme da semana. Passava-se um bom serão ao Domingo, com uma programação de qualidade.
Mas a RTP não tem esse prisma, infelizmente, e não há uma entidade reguladora digna do seu nome que proíba este tipo de comportamentos.
Assim, cortou com o "Conta-me Como Foi" e substitui-o por (mais) um programa de cançonetas para crianças. Ontem, foi dia de estrear mais um programa na óptica do conceito "pimba-entretenimento", com Fernando Mendes e José Carlos Malato.
A paciência esgotou-se e a RTP deixou de ser a minha escolha aos Domingos à noite. Apenas os "Contemporâneos" me dão algum sentido para colocar a TV no canal 1.
Dos outros, nem valerá a pena falar, seja à noite, seja de dia.
Se a estação pública nos apresenta tamanho quadro de miséria, o que dizer do resto?
- a essa hora dá a Grande Reportagem na SIC
- não tenho paciência para ouvir monólogos
Assim, por volta das 21h30, via o "Conta-me como foi", seguido dos "Contemporâneos" e depois via o filme da semana. Passava-se um bom serão ao Domingo, com uma programação de qualidade.
Mas a RTP não tem esse prisma, infelizmente, e não há uma entidade reguladora digna do seu nome que proíba este tipo de comportamentos.
Assim, cortou com o "Conta-me Como Foi" e substitui-o por (mais) um programa de cançonetas para crianças. Ontem, foi dia de estrear mais um programa na óptica do conceito "pimba-entretenimento", com Fernando Mendes e José Carlos Malato.
A paciência esgotou-se e a RTP deixou de ser a minha escolha aos Domingos à noite. Apenas os "Contemporâneos" me dão algum sentido para colocar a TV no canal 1.
Dos outros, nem valerá a pena falar, seja à noite, seja de dia.
Se a estação pública nos apresenta tamanho quadro de miséria, o que dizer do resto?
quinta-feira, 16 de julho de 2009
O Palhaço do Dia
Alberto João Jardim sempre nos habituou a números de circo, especialmente depois de correr todas as tasquinhas da Festa Anual do Chão da Lagoa. Esta ano, quiçá pela proximidade do evento, o Presidente do Governo Regional da Madeira propõe acabar com o comunismo, através da próxima revisão constitucional.
Bem sei que os saudosos tempos do Estado Novo levaram um grande tombo com a criação da Constituição. Bem sei que andam para aí uns saudosistas desse tempo, mas parece que não vão ter sorte.
Os devaneios políticos e pessoais de Alberto João Jardim não têm fim, e a pérola de ontem é mais uma a juntar às outras a que nos habituou. Dar-lhe atenção é dar-lhe importância, que certamente, não merece.
Bem sei que os saudosos tempos do Estado Novo levaram um grande tombo com a criação da Constituição. Bem sei que andam para aí uns saudosistas desse tempo, mas parece que não vão ter sorte.
Os devaneios políticos e pessoais de Alberto João Jardim não têm fim, e a pérola de ontem é mais uma a juntar às outras a que nos habituou. Dar-lhe atenção é dar-lhe importância, que certamente, não merece.
terça-feira, 14 de julho de 2009
Olhamos, olhamos e o que vemos?
- A crise generalizada de uma pandemia que se pretende global. Várias histórias que cehgam via e-mail até podem ser mitos urbanos, mas a gritaria insolente que paira no ar sobre a gripe suína, depois da gripe aviária, faz-me pensar em quem são os verdadeiros animais...
- Em Lisboa, vamos ter mais uma guerra de propaganda. Santana Lopes promete isto, António Costa promete aquilo. Até promete coligar-se com a esquerda, como se o PS actual tivesse alguma coisa de esquerda...
- Por falar em Esquerda, há um artigo interessantíssimo no I sobre o que seria o Bloco de Esquerda se fosse governo. O maior problema é que do que foi escrito, pouco ou nada foi dito.
- Entretanto, Obama é notícia por tudo e por nada. No outro dia, foi porque matou uma mosca, hoje foi porque caíu um teleponte. Só não falam quando ele aumenta o contigente de militares no Afeganistão...
- É impressão minha ou notícias sobre o Irão deixaram de existir? Já há paz agora?
- Em Lisboa, vamos ter mais uma guerra de propaganda. Santana Lopes promete isto, António Costa promete aquilo. Até promete coligar-se com a esquerda, como se o PS actual tivesse alguma coisa de esquerda...
- Por falar em Esquerda, há um artigo interessantíssimo no I sobre o que seria o Bloco de Esquerda se fosse governo. O maior problema é que do que foi escrito, pouco ou nada foi dito.
- Entretanto, Obama é notícia por tudo e por nada. No outro dia, foi porque matou uma mosca, hoje foi porque caíu um teleponte. Só não falam quando ele aumenta o contigente de militares no Afeganistão...
- É impressão minha ou notícias sobre o Irão deixaram de existir? Já há paz agora?
segunda-feira, 13 de julho de 2009
terça-feira, 30 de junho de 2009
sexta-feira, 19 de junho de 2009
O Irão, visto de cá
Com a devida vénia ao Carlos Narciso, uma outra ideia sobre as eleições do Irão:
É verdade que o que se passa no Irão cheira a falcatrua eleitoral, mas não basta à oposição dizer que houve batota. Será preciso comprová-lo e julgo que isso está longe de ter acontecido. Durante a campanha eleitoral, se os comícios do principal adversário de Ahmadinejad tinham muita gente, os do presidente candidato também… e, mesmo agora, apesar das manifestações de protesto atraírem muita gente, não julgo que o número seja revelador de que a maioria da população está a favor do protesto. O que mais indicia a falcatrua é a reacção musculada das autoridades. Quem não hesita em bater é porque não tem outros argumentos. As cacetadas policiais revelam a verdadeira natureza dos dirigentes políticos iranianos. Mas nada disso basta para reconhecermos o senhor Moussavi como merecedor de crédito.
Um tipo que foi primeiro-ministro do Irão nos anos 80 devia levantar algumas suspeitas, mas como para o Ocidente vale tudo para deitar abaixo Ahmadinejad, o senhor Moussavi passa a ser apresentado como democrata de longa data. Mas não é bem assim… lembro que quando esse senhor foi pau mandado dos Aiatolas, a repressão sobre o povo não teve limites. Não lembro apenas as perseguições políticas, os assassinatos. Lembro que foi ele quem reintroduziu a pena de morte e os castigos corporais na via pública para quem não respeitasse a sharia (lei religiosa). Coisas simples, como sexo fora do casamento, consumo de alcóol ou homossexualidade, passaram a ser crime. O Islamismo passou a ser religião do Estado e todas as outras foram proibidas. Marxistas, católicos, judeus e laicos foram fuzilados. As mulheres foram proibidas de usar maquilhagem ou mini-saias, e ouvir música rock ou rap passou a ser razão mais do que suficiente para levar gente para a cadeia.
Talvez Moussavi tenha mudado, entretanto. Talvez Mousavi tenha ganho as eleições, mas eu não punha as mãos no fogo por ele.
É verdade que o que se passa no Irão cheira a falcatrua eleitoral, mas não basta à oposição dizer que houve batota. Será preciso comprová-lo e julgo que isso está longe de ter acontecido. Durante a campanha eleitoral, se os comícios do principal adversário de Ahmadinejad tinham muita gente, os do presidente candidato também… e, mesmo agora, apesar das manifestações de protesto atraírem muita gente, não julgo que o número seja revelador de que a maioria da população está a favor do protesto. O que mais indicia a falcatrua é a reacção musculada das autoridades. Quem não hesita em bater é porque não tem outros argumentos. As cacetadas policiais revelam a verdadeira natureza dos dirigentes políticos iranianos. Mas nada disso basta para reconhecermos o senhor Moussavi como merecedor de crédito.
Um tipo que foi primeiro-ministro do Irão nos anos 80 devia levantar algumas suspeitas, mas como para o Ocidente vale tudo para deitar abaixo Ahmadinejad, o senhor Moussavi passa a ser apresentado como democrata de longa data. Mas não é bem assim… lembro que quando esse senhor foi pau mandado dos Aiatolas, a repressão sobre o povo não teve limites. Não lembro apenas as perseguições políticas, os assassinatos. Lembro que foi ele quem reintroduziu a pena de morte e os castigos corporais na via pública para quem não respeitasse a sharia (lei religiosa). Coisas simples, como sexo fora do casamento, consumo de alcóol ou homossexualidade, passaram a ser crime. O Islamismo passou a ser religião do Estado e todas as outras foram proibidas. Marxistas, católicos, judeus e laicos foram fuzilados. As mulheres foram proibidas de usar maquilhagem ou mini-saias, e ouvir música rock ou rap passou a ser razão mais do que suficiente para levar gente para a cadeia.
Talvez Moussavi tenha mudado, entretanto. Talvez Mousavi tenha ganho as eleições, mas eu não punha as mãos no fogo por ele.
domingo, 7 de junho de 2009
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