quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Reflexões e Conclusões

É fácil de perceber e entender que existem sempre vencedores e vencidos numas eleições, onde muitas pessoas olham para a cara dos candidatos e esquecem-se por momentos, que ele representa uma facção política. Existem n exemplos disso: Almada, Seixal, Sesimbra, Salvaterra de Magos, Ponte de Lima, Porto, e outros que se poderiam mencionar e que representaram resultados totalmente diferentes do que há 15 dias atrás.

Mas há um exemplo que a mim me deixou, digamos, preplexo, pelo resultado, mas sobretudo pela isenção de culpas e pela naturalidade de aceitar os resultados em democracia, e o que esse argumento poderá relectir-se no futuro.

Falo concretamente do caso de Beja. A CDU perdeu a Câmara de Beja, devido a um acordo (apesar das partes envolvidas negarem) entre PS e PSD, que decidiram apelar aos seus apoiantes e militantes que votassem no candidato do PS, em deterimento do do PSD, para assim, desalojarem da Câmara o Presidente Francisco Santos.

O acto cobarde a que se assistiu no passado domingo é grave, quanto mais não seja porque os dois principais partidos nacionais decidiram engendrar em conjunto uma acção que teve como único objectivo desalojar do poder uma câmara que detinha o poder há 35 anos e que era a única capital de distrito que ainda não pertencia a nenhum dos dois (PS ou PSD).

Poderão alegar, quer os apoiantes do PS e do PSD, que os resultados de domingo são dignos de pertencerem à democracia que existe actualmente, mas não é próprio da chamada ética política que muitos apregoam e que depois não a executam da maneira mais capaz e séria.

Poderá vir o autor da Praça da República dizer que os resultados assim ditaram que Beja mudasse de mãos, mas a anti-campanha que efectuou nestes últimos quatro anos, e sendo ele social-democrata, em nada beneficiaram o seu partido, já que o mesmo "perdeu estranhamente" quase 3000 votos, directamente recambiados para o candidato do PS.

São estas virtudes e estes defeitos que fazem a política. A nível nacional, rapidamente se começou logo a pedir a cabeça de Manuela Ferreira Leite por causa dos resultados, assim como se assistiu (talvez imbuídos pelos resultados de há 15 dias) a um elogio ao CDS, como se fosse esse partido a verdadeira alavanca da coligação PSD/CDS. Também o PS se deu como vencedor, porque ganhou mais câmaras, especialmente ao PSD, mantendo assim uma dinâmica vencedora (nas palavras de alguns).
Só o BE não cresceu, como desceu, mas a maneira sóbria como se comentam as derrotas do BE são algo que me fazem pensar que há ali algo mais do que a pouca política que mostram, e não é imagem, de certeza. Fosse noutro partido de esquerda e o que não se diria...

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