É no que se pode pensar quando se olha para Portugal e o povo continua ordeiro, apesar do Plano de Austeridade ir cada vez mais aos bolsos de quem mais trabalha e de quem mais produz para o País.
Mas nós não nos interessamos por isso. O Sol está aí, as temperaturas começam a aumentar e há toda uma costa para aproveitar as ondas e a areia, tostando como lagostas, para depois aparecermos no local de trabalho a dizer que "estava tão bom ontem o tempo".
E é com este tempo que em Mirandela, uma professora não se pode despir e aparecer nas revistas. Tudo porque alguma mãe, certamente consciente de que a moçoila tem um belo corpo (até fez uma operação aos seios e tudo) e com a inveja típica que tão bem nos caracteriza foi colocar a boca no trombone e desatou a criar um caso nacional. Por causa dessa bafia e salazarenta mentalidade que ainda existe, a senhora professora afasta-se do contacto com os alunos, não vá ser prejudicial ou até, quem sabe, uma enviada de Lúcifer com o intuito de levar as criancinhas para a tentação do pecado. O problema foi resolvido como na Bíblia, salomonicamente. A professora deixou de ser professora e vai agora para o arquivo municipal tentar levantar o pó aos livros, mas sem contacto com os petizes. Aposto que o Plano Nacional de Leitura é capaz de ter um valor elevado para as zonas mirandesas...
E como continuamos a ser um país moderno, a visita do Papa provou isso mesmo. Segurança a rodos por causa de um chefe de estado, as TV's a reviverem tempos idos e a promoverem a diversidade de conteúdos. Quer no dia 11, quer no dia 14. Todas as TV's mostravam a mesma imagem, como que a quererem converter-nos a aderir à loucura popular de quem é crente, mas que existem outras pessoas que não o são. De tudo foi dito, que afinal o Papa é simpático, que se ri e que até surpreendeu muita gente. Os juízos de valor antecedidos são outra das nossas vantagens. Porque ficamos sempre com tempo para depois dissertar sobre o que tinha sido dito errado previamente.
Moderno, por moderno, só faltava mesmo o Presidente da República hoje, embutido da sua laicidade, fazer uma declaração ao país sobre a promulgação ou não dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Que sentido de modernidade é este, quando temos Planos de Austeridade e nem uma palavra? Um sentido moderno, agregado ao país que somos... Moderno...
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