Na crónica ontem publicada no Público, essa figura inanarrável chamada Vasco Pulido Valente assinava a dita com um "brinquem, brinquem..." relativamente à catástrofe que existe em Portugal.
E para isso, deu umas medidas para ajudar a resolver a catástofre. Vamos a elas...
- Reduzir o número de feriados. Quatro chegam: Natal, Ano Novo, Dia de Portugal e Sexta-Feira Santa. Ganhávamos com isso e com a eliminação das "pontes" mais de um mês de trabalho.
Esquecemo-nos, como é óbvio, do 1º Maio, do 25 de Abril, do Domingo de Páscoa e da Implantação da República, só assim de repente, que isso são feriados dos intelectuais de esquerda...
- Fechar empresas públicas: as que são inteiramente substituíveis (por ex. a EPUL e a RTP) e as que perdem dinheiro sem qualquer resultado relevante ou benéfico (a lista é infinita).
Claro que a RTP era substituível! Por quem? Pela SIC e pela TVI, que fazem um serviço público extraordinário com a sua programação? A EPUL? E as empresas que perdem dinheiro, perdem-no porquê?
- Fechar as fundações e pseudofundações que o Governo sustenta, quer directamente quer através das câmaras.
E as outras fundações em que o Governo é influenciado e nota nelas trabalho de valor para a Sociedade? Também são para ser fechadas?
- Vender as propriedades do Estado que não servem um interesse nacional evidente (quartéis, prédios, matas, florestas, por aí fora)
Vender é a palavra de ordem, nem que para isso seja necessário umas matas, uns pinheiros e por aí fora...
- Vender os submarinos e outro armamento inútil ou excessivo
Aliás, Portugal é conhecido por ser um fabricante mundial de armamento, por isso é que o tem em excesso...
- Demolir e vender o autódromo do Estoril, o autódromo do Algarve e meia dúzia de estádios deficitários, sem indemnização a particulares
Para se poder construir outra coisa qualquer e por aí fora, não é?
A loucura continua ao longo do artigo e ainda dá mais medidas:
- Suspender imediatamente os grandes projectos (TGV, Aeroporto e Terceira Travessia do Tejo)
- Não construir um único quilómetro de auto-estrada
- Proibir a contratação de mais funcionários públicos
- Eliminar serviços sem objecto ou mesmo nocivos (por ex. o Instituto do Livro)
- Congelar as promoções no funcionalismo, pelo menos, durante 5 anos
- Acabar com o chamado "subsídio de férias" (para subsídio, já chegam as férias pagas)
- Pôr um limite legal à despesa do Estado
- Aumentar o IVA em dois por cento
- Regular a banca estrita e rigorosamente
Todo este discurso está cheio de álcool, só pode. Aliás, o balbuciar que Vasco Pulido Valente escorria no Jornal de Sexta-Feira da TVI era a mostra disso. Dá ideias, mas relega o mérito para outro lado, opta pela via populista, mas não concretiza nada. Faz lembrar aqueles avançados de frente para a baliza com o guarda-redes à frente e conseguem acertar no guarda-redes, apesar de terem treinado o lance n vezes durante a semana.
Como o título do artigo fazia alusão à brincadeira, vamos todos acreditar que sim, que era isso mesmo: uma brincadeira!
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