segunda-feira, 31 de maio de 2010

Guerras do Alecrim e Manjerona

Israel voltou a atacar. E a Europa continuou a assobiar para o lado, mais preocupada com a sua crise económica do que com os verdadeiros direitos dos povos.

E desta vez atacou em águas internacionais, violando uma vez mais tudo o que tem sido feito na Faixa de Gaza, com os respectivos embargos, onde usa e abusa da sua posição dominante e dos amigos internacionais.

Os radicais árabes, como de costume, pedem a Alá que intervenha, de preferência com bombas, mas já sabemos como vai tudo acabar. Com uns quantos ataques suicidas e com o contínuo violar das leis, por parte dos israelitas.

E o que faz a Europa? Assobia para o lado, como sempre...

domingo, 30 de maio de 2010

Um sapo difícil de engolir

O PS decidiu dar o apoio a Manuel Alegre para a Presidência da República. É um bom sinal! Nem Alegre amua, nem o PS necessita de uma guerra interna.

Já a tem. E já a tem, porque houve votos contra. Obviamente que a pluralidade de ideias é o argumento mais fácil, mas mesmo assim, as vozes discordantes continuam lá e isso não é benéfico.

José Sócrates, na sua pose altiva e mentirosa de sempre, diz que a candidatura de Alegre é uma "candidatura que honra o País". O problema é que há cinco anos não honrava e o clã Soares mandou mais alto. Talvez por o velho Mário estar mais velho e caquético, tenha-se conseguido convencer o clã a optar pelo poeta, mas mesmo assim, como em tudo na vida, há-de haver contrapartidas.

Já Manuel Alegre agora não amua como amuava com o seu partidozinho. Já tem o apoio oficial, já tem Sócrates ao lado e por isso, tudo o que envolva o seu PS não pode criticar, façam ou não aquilo que têm feito. Mas acima de tudo, Alegre fica agora com o peso das políticas anti-sociais que os que o apoiam têm feito. E isso é um fardo pesado de carregar.

Também tem a sua piada ver que quer o PS, quer o BE andam agora de mãos dadas. Gostaria de ver Sócrates e Louçã juntinhos e agarrados numa manifestação de campanha, para finalmente vermos quem é que são os paladinos da verdade nesta podre sociedade política portuguesa...

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Nada é por acaso

No mesmo dia em que o Diário Económico diz que Pedro Passos Coelho está próximo da maioria de Governo, caso houvesse eleições, a mesma direita populista que já nos habituou a determinados fretes agendou no Parlamento uma discussão sobre o TGV.

E quem foi o porta-voz dessa agenda? Paulo Portas, o mesmo Ministro de Defesa que comprou dois submarinos que o país ainda nem sequer começou a pagar e que também saíu do Ministério com 65 mil fotocópias que devem ter ajudado a dar um trambolhão em contas de papel e luz ao dito Ministério.

Esse paladino da verdade e da justiça que se lembra sempre dos velhos, dos pobres, dos pensionistas e idosos, mas não dos desempregados. Lembra-se sempre dos ciganos nos seus discursos xenófobos e sem direito à indiferença em altura do voto que lhe poderá dar mais um pouquinho de luzes e acção que gosta tanto, não fosse ele um ex-jornalista.

A esquerda, como lhe chama o Portal Sapo (curiosamente o mesmo portal que faz a gestão do Diário Económico), fez com que o PSD não conseguisse adiar o TGV três anos. O PSD! Essa força bucólica que está baseada agora nas ideias de um D.Sebastião pronto a censurar o Governo, mas também a salvar o país, embarcando de mãos dadas nas políticas que em vez de avançar, retrocedem o país, ano após ano.

E como nada é por acaso, a máquina deixada por Ângelo Correia e seguida pelo seu delfim de ouro está a ser oleada, e bem oleada. O resultado veremos daqui a uns tempos, se bem que não seja nada do que estaremos à espera...

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Aquilo vai correr mal, não vai?

A Selecção de Portugal jogou hoje contra Cabo Verde, em jogo de preparação para o Mundial, que se realiza na África do Sul.

Ponto prévio: Qual o critério de escolher uma selecção fraca como Cabo Verde para ser um adversário da nossa Selecção?
Se o critério foi o de apanhar uma equipa fechada no seu meio-campo, que quisesse explorar o contra-ataque e saber como Portugal reagia, então o resultado foi mau. Porque Portugal não marcou um único golo.

Se o critério foi apenas para ver como os jogadores estavam fisicamente, então o teste correu bem, menos para Tiago.

Mesmo assim, com a classe e o talento que os jogadores portugueses têm, era no mínimo exigido que tivessem ganho a uma selecção composta por Lito, Stopira, Fock e outros que tais, que apesar de terem muita vontade, são muito fraquinhos.

E a julgar por este primeiro exame, as coisas não estão bem. Não há rotinas, os jogadores querem resolver sozinhos aquilo que têm de resolver como equipa e continuamos no mesmo vício de fintar mais um e mais um, sem esboçar um remate à baliza.

Por isso mesmo, e eu que não sendo adepto da Selecção vejo os jogos, isto vai correr mal, não vai?

O Estado Social do Eng. Sócrates

Na entrevista que deu à RTP 1, José Sócrates, para além do dom que tem de se enganar quando é para falar a sério, falou no Estado Social e no que não podia ser cortado: a educação e a saúde.

As perguntas podiam ter sido feitas logo a seguir do seguinte modo:
- Eng. Sócrates, o Estado Social que o senhor fala em matéria de educação também abrange as escolas com menos de 20 alunos que foram fechadas? O Estado Social que o senhor fala em matéria de educação contempla que os alunos não precisam de ir às aulas para passar de ano e assim, manter as estatísticas de acordo com o que quer? O Estado Social que o senhor fala em matéria de educação passa por continuar, ano após ano, a aumentar as propinas do Ensino Superior, para que depois os mesmos alunos licenciados, não tenham o emprego garantido, ao final de 4 anos?

- Eng. Sócrates, o Estado Social que o senhor fala em matéria de saúde passa por continuar a manter as parcerias público-privadas em matéria de gestão hospitalar que dão tanto ou mais prejuízo que os hospitais públicos? O Estado Social que o senhor fala em matéria de saúde passa por manter a política de contenção de custos num sector vital para o país?

Se o sr. Sócrates tiver a amabilidade de responder, agradecia...

terça-feira, 18 de maio de 2010

Expliquem lá outra vez...

O PSD censura o que o Governo anda a fazer, mas abstém-se porque o que não quer agora é uma crise política. E uma crise política provocada por quem e por quê, e atingindo o quê, especialmente? Os mercados financeiros, esses mandões que cada vez mais comandam as vidas das pessoas.

O que é mais desesperante para esta oposição oportunista é isso mesmo. É estarem à espera de um momento de fraqueza deste Governo já de si fraco para darem a estocada final e serem eles a ter os louros de afundar ainda mais um bocadinho Portugal.

A posição do PCP é clara. Quer marcar uma posição. Não se revê de todo nas políticas do PS mais liberal que conheço e com a sua razão própria, apresenta uma moção de censura. O BE, como em tudo, segue o PCP e também vota contra.

Quanto ao CDS, jutna-se ao eleitorado de direita que não quer perder, e abstém-se, a bem do país.

A bem do país, era bom que as medidas que se implementam ou que se avisam, fossem efectivamente efectuadas e não passassem de discurso fácil e populista.

Entretanto, o Presidente da Câmara Municipal do Cartaxo que era suspeito de crimes de Corrupção, Branqueamento de Capitais e, eventualmente, de burla em Concursos Públicos (não sei exactamente como se chamará este crime) foi detido porque detinha uma arma ilegal. Uma arma ilegal! Corromper, meter dinheiro nas Bermudas e ajudar os amigos construtores está bem. Ter uma arma é que não.

O próprio ridículo da notícia coloca quer a PJ, quer a Justiça num verdadeiro saco de gatos...

Foi há 30 anos que partiu

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Um país moderno

É no que se pode pensar quando se olha para Portugal e o povo continua ordeiro, apesar do Plano de Austeridade ir cada vez mais aos bolsos de quem mais trabalha e de quem mais produz para o País.

Mas nós não nos interessamos por isso. O Sol está aí, as temperaturas começam a aumentar e há toda uma costa para aproveitar as ondas e a areia, tostando como lagostas, para depois aparecermos no local de trabalho a dizer que "estava tão bom ontem o tempo".

E é com este tempo que em Mirandela, uma professora não se pode despir e aparecer nas revistas. Tudo porque alguma mãe, certamente consciente de que a moçoila tem um belo corpo (até fez uma operação aos seios e tudo) e com a inveja típica que tão bem nos caracteriza foi colocar a boca no trombone e desatou a criar um caso nacional. Por causa dessa bafia e salazarenta mentalidade que ainda existe, a senhora professora afasta-se do contacto com os alunos, não vá ser prejudicial ou até, quem sabe, uma enviada de Lúcifer com o intuito de levar as criancinhas para a tentação do pecado. O problema foi resolvido como na Bíblia, salomonicamente. A professora deixou de ser professora e vai agora para o arquivo municipal tentar levantar o pó aos livros, mas sem contacto com os petizes. Aposto que o Plano Nacional de Leitura é capaz de ter um valor elevado para as zonas mirandesas...

E como continuamos a ser um país moderno, a visita do Papa provou isso mesmo. Segurança a rodos por causa de um chefe de estado, as TV's a reviverem tempos idos e a promoverem a diversidade de conteúdos. Quer no dia 11, quer no dia 14. Todas as TV's mostravam a mesma imagem, como que a quererem converter-nos a aderir à loucura popular de quem é crente, mas que existem outras pessoas que não o são. De tudo foi dito, que afinal o Papa é simpático, que se ri e que até surpreendeu muita gente. Os juízos de valor antecedidos são outra das nossas vantagens. Porque ficamos sempre com tempo para depois dissertar sobre o que tinha sido dito errado previamente.

Moderno, por moderno, só faltava mesmo o Presidente da República hoje, embutido da sua laicidade, fazer uma declaração ao país sobre a promulgação ou não dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Que sentido de modernidade é este, quando temos Planos de Austeridade e nem uma palavra? Um sentido moderno, agregado ao país que somos... Moderno...

sexta-feira, 14 de maio de 2010

As vozes que se calam...

Saldanha Sanches era uma delas.
Uma daquelas que dizia o que era para dizer e que não tinha medo.
Será recordado por isso: por não ter medo! E por não ter medo, será recordado e deveria ser um exemplo para aqueles que têm medo de falar e de dizer o que têm para dizer.

Por tudo isso, obrigado!

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Não há coincidências

O DN já tinha avisado a semana passada, na sua página da Vespa (link não encontrado) que o Governo iria aproveitar a semana em que o Benfica seria Campeão e a Viagem do Papa para anunciar aumento de impostos.

Hoje, a Comunicação Social em barda, anuncia essa inevitabilidade que o nosso Primeiro-Ministro humildemente tem mostrado em mentir, especialmente em prazos de duas semanas.

Há duas semanas, em pleno Debate da Nação, mais de uma vez, José Sócrates diz que no PEC não havia nenhuma referência a aumento de impostos, sem ser o novo escalão do IRS. Esta semana parece que mudou de opinião, porque fez uma viagem até Bruxelas.

E assim, na quinta-feira, existe um Conselho de Ministros. Quinta-feira, dia 13 de Maio, altura da visita do Papa a Fátima e com as TV's a mostrarem a Capelinha das Aparições, em vez dos reais problemas do país.

É assim que este Governo que se diz socialista, se prepara para aplicar medidas que de social têm muito pouco.

E não há coincidências, quando aproveitam outros momentos de euforia para aplicarem o que de pior há para aplicar, de preferência sempre aos mesmos.

sábado, 8 de maio de 2010

Tony

"Tony era loiro, estúpido e muito tímido, mas arranjou uma namorada num dia de inspiração. Um dia, saíram de carro para um passeio pela Costa da Caparica. Depois de andarem alguns kms, o Tony ganhou coragem e pôs a mão nas pernas dela.
E ela disse: se quiseres, podes ir mais longe...
Animado, Tony foi até Sesimbra...
"

E é assim, usando o Tony que o Governo de Sócrates e dos novos ministros que o acompanham, faz com que se ande um bocadinho mais longe e se comece a dizer uma coisa e a fazer outra.
Independentemente do Tony ter tido as vistas curtas e de outra maneira, ilustra bem a nossa necessidade de vermos o que queremos e para onde vamos.
Em dia de chuva, quase que aposto que as Mecas do Séc.XXI estão cheias de pessoas a olharem para aquilo que poderiam comprar, mas não compram porque não há dinheiro. Preferem o "passeio dos tristes" a um passeio para descobrir a nossa história ou a querer mais cultura.

E assim, o Tony vai aproveitando para espremer o pouco que tem, alicerçado no 4ºPoder que tanto o defende.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Por falar em insultos

Ricardo Rodrigues até nem era muito conhecido nos círculos sociais, sem ser pelo sotaque micaelense que apresenta, sempre que fala na TV ou na AR.

Contudo, ontem ficou bem conhecido porque tirou dois gravadores a dois jornalistas que lhe estavam a fazer uma entrevista. Não estava a gostar do tom e reagiu a quente, segundo as palavras do próprio. E por reagir a quente e ter tirado dois gravadores a jornalistas, reagiu ontem, a frio, na AR, com o apoio inequívoco do líder parlamentar do PS.

O ainda vice-presidente do Grupo Parlamentar do partido do Governo continuou o discurso da ladaínha, do desgraçado que não pode ser incomodado e que tem o direito de roubar o que não lhe pertence. Tudo isto, com o beneplácito do Governo e de quem os rodeia.

Chegámos ao ponto de não-retorno da vergonha. Primeiro-ministro, Ministros, Secretários de Estado, Vice-Presidentes de Grupos Parlamentares. Tudo tem ou teve um caso onde a moral e a ética não jogam para o mesmo lado. E isso é grave, num país que pretende ainda ter algum do pouco respeito que tem de si próprio.

O poder de exercer não é igual ao poder de exigir e aí, esses meninos que foram eleitos para representar a Sociedade têm de saber comportar-se como tal. Senão, o insulto pode virar o bico ao prego...

O insulto resulta

Depois de ontem ter colocado aqui o meu descontentamento com o serviço da Zon, eis que na minha caixa de correio, aparece uma mensagem de twitter assim:
" @danielpires gostariamos de ajudar nas questões que apreentou no seu blog. Envie uma, sff,DM com os seus dados de cliente. Obrigado"

Uma mensagem da Zon Apoio ao Cliente, em que usando as redes sociais, pretende a partir daí resolver os problemas dos clientes. Estranhamente ou não, hoje a net está a 10 Mb de download, ainda não quebrou e a TV está em grande forma.

Foi preciso um insulto para melhorar as coisas? Se calhar sim. O se calhar não virá daqui a uns tempos se se confirmar aquele epíteto de no dia seguinte as coisas estarem bem, mas depois voltam ao normal...

quarta-feira, 5 de maio de 2010

A Publicidade do Momento

Primeiro recebia o Guia da TV Cine em papel e deixei de receber...
Pedi para enviarem via e-mail (uma coisa moderna) e recebo uma merda de uma newsletter...
Estou em casa à 1 da manhã e fico sem net de repente durante a noite toda...
Pago net de 10 MB, mas só consigo ter no máximo 1 MB, por causa da largura de banda...
Quero ver a programação na Box ultra XPTO para o dia seguinte e não consigo...

Se eu podia viver sem a ZON? Podia, mas não era a mesma coisa...

Puta que os pariu...

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Estamos a brincar, claro!

Na crónica ontem publicada no Público, essa figura inanarrável chamada Vasco Pulido Valente assinava a dita com um "brinquem, brinquem..." relativamente à catástrofe que existe em Portugal.
E para isso, deu umas medidas para ajudar a resolver a catástofre. Vamos a elas...

- Reduzir o número de feriados. Quatro chegam: Natal, Ano Novo, Dia de Portugal e Sexta-Feira Santa. Ganhávamos com isso e com a eliminação das "pontes" mais de um mês de trabalho.
Esquecemo-nos, como é óbvio, do 1º Maio, do 25 de Abril, do Domingo de Páscoa e da Implantação da República, só assim de repente, que isso são feriados dos intelectuais de esquerda...
- Fechar empresas públicas: as que são inteiramente substituíveis (por ex. a EPUL e a RTP) e as que perdem dinheiro sem qualquer resultado relevante ou benéfico (a lista é infinita).
Claro que a RTP era substituível! Por quem? Pela SIC e pela TVI, que fazem um serviço público extraordinário com a sua programação? A EPUL? E as empresas que perdem dinheiro, perdem-no porquê?
- Fechar as fundações e pseudofundações que o Governo sustenta, quer directamente quer através das câmaras.
E as outras fundações em que o Governo é influenciado e nota nelas trabalho de valor para a Sociedade? Também são para ser fechadas?
- Vender as propriedades do Estado que não servem um interesse nacional evidente (quartéis, prédios, matas, florestas, por aí fora)
Vender é a palavra de ordem, nem que para isso seja necessário umas matas, uns pinheiros e por aí fora...
- Vender os submarinos e outro armamento inútil ou excessivo
Aliás, Portugal é conhecido por ser um fabricante mundial de armamento, por isso é que o tem em excesso...
- Demolir e vender o autódromo do Estoril, o autódromo do Algarve e meia dúzia de estádios deficitários, sem indemnização a particulares
Para se poder construir outra coisa qualquer e por aí fora, não é?

A loucura continua ao longo do artigo e ainda dá mais medidas:
- Suspender imediatamente os grandes projectos (TGV, Aeroporto e Terceira Travessia do Tejo)
- Não construir um único quilómetro de auto-estrada
- Proibir a contratação de mais funcionários públicos
- Eliminar serviços sem objecto ou mesmo nocivos (por ex. o Instituto do Livro)
- Congelar as promoções no funcionalismo, pelo menos, durante 5 anos
- Acabar com o chamado "subsídio de férias" (para subsídio, já chegam as férias pagas)
- Pôr um limite legal à despesa do Estado
- Aumentar o IVA em dois por cento
- Regular a banca estrita e rigorosamente

Todo este discurso está cheio de álcool, só pode. Aliás, o balbuciar que Vasco Pulido Valente escorria no Jornal de Sexta-Feira da TVI era a mostra disso. Dá ideias, mas relega o mérito para outro lado, opta pela via populista, mas não concretiza nada. Faz lembrar aqueles avançados de frente para a baliza com o guarda-redes à frente e conseguem acertar no guarda-redes, apesar de terem treinado o lance n vezes durante a semana.

Como o título do artigo fazia alusão à brincadeira, vamos todos acreditar que sim, que era isso mesmo: uma brincadeira!

sábado, 1 de maio de 2010

O País das Maravilhas, segundo José Sócrates

- Cunhas 'encaixam' 45% dos jovens no mercado
- Sobreviver ao desemprego
- Meio milhão espera por consulta

O que é isso da liberdade?

Hoje, com o 1º de Maio, acaba uma semana onde a Liberdade foi evocada vezes sem conta, sempre usando o pretexto do 25 de Abril.

Já nasci depois do 25 de Abril, e portanto, não sei como era antes. Oiço as histórias, leio os livros e oiço também as pessoas que viveram nessa época contarem o que passavam, o que era bom e o que era mau, consoante as ideias.

E portanto, cabe-me a mim, 36 anos depois, avaliar o que se passa agora e o que se passa agora, em nada traduz aquilo que as pessoas, supostamente, lutaram para que o país mudasse.

O país evoluiu? Sim! O país melhorou? Sim! Somos melhores do que éramos há 36 anos? Somos! Do ponto de vista dos números, somos melhores em tudo, comparados com 1974. Há mais carros, mais TV's, mais empregos, mais oferta de bens perecíveis, supérfulos. Temos mais cultura do que tínhamos? Sim! Faz de nós mais cultos? Nem por isso!

Somos mais democratas? Depende! Envolvemo-nos com o que nos interessa a nós, colectivamente? Não!

E esse é um dos pontos.

A nossa própria revolução foi sem mortes. Usámos cravos e uma vontade de derrubar um regime que de caduco, já tinha muito. Nem a resistência fascista quis trabalho. Entregou-se e pronto. E o que temos dessa memória? O mesmo conservadorismo, arrogância, hipocrisia e velhaquice típica do tempo do Estado Novo e que nos guiava pela obsessão financeira que deixava as pessoas morrerem à fome.

Hoje em dia, continuamos a ter mais do mesmo: obsessão financeira, ausência de estratégia, preocupação individual das pessoas e pouco mais. Com os brandos costumes tão portugueses.

E a liberdade? Para que serviu? Para falar? Para protestar? Para guerrear?

No Dia da Liberdade, comentei que as pessoas têm liberdade para falar, mas não têm liberdade para ouvir. E esse é um dos problemas. As pessoas não querem e não deixam que as oiçam. E quando alguém pronuncia uma palavra a mais do que é suposto, logo haverá quem pense que fulano tal sabe demais e que tem de ser colocado de parte. Se a liberdade serviu para isto, então que se deixe como está.

A liberdade é muito mais do que isso... Aprendam a viver com ela...