O PS prepara-se para apoiar o BE na nova legislação sobre enriquecimento ilícito de pessoas ou políticos no que diz respeito ao sigilo bancário. É interessante verificar que em ano eleitoral, toda e qualquer tentativa de agradar à direita ou à esquerda, o PS se preste a este serviço pouco cívico de democracia.
Mas como o PSD não lhe quer ficar atrás, apresta-se para talvez aprovar o projecto-lei que o PCP também apresentou sobre o sigilo bancário e o enriquecimento ilícito. A febre dos votos e a falta de cultura política que existe nos políticos de Portugal dá nisto: uma corrida desenfreada para tentar apanhar a maior franja possível de indecisos com o espectro político português.
O que mais impressiona nisto é a vontade de haver órgãos de comunicação social que dão relevo ao facto de apenas 1/4 dos portugueses irem votar nas eleições europeias. É notório que as eleições europeias são vistas como umas eleições menores, mas se virmos o empenhos que houve de vários quadrantes para que o Tratado de LIsboa fosse uma realidade, é com Vital Moreira, Paulo Rangel e Nuno Melo que PS, PSD e CDS se apresentam, já que os partidos de esquerda apresentam os mesmos candidatos de há 5 anos atrás, apresentando alguma coerência e continuidade no trabalho iniciado em 2004.
Por isso mesmo, os portugueses não acreditam na política. Não acreditam em pessoas que apregoam vontade de defender os interesses dos cidadãos, como as reformas, as pensões, os direitos de saúde e de educação e depois ao fim de 8 anos estão reformados, vão às instituições privadas de saúde e têm os filhos nos colégios mais caros.
Os portugueses não acreditam em pessoas que dizem que vão melhorar os acessos, os transportes, melhorar a sua vida profissional e aumentar os salários, quando depois essas mesmas pessoas andam de viaturas particulares, têm a sua rua arranjada, e ganham muito mais do que as outras, permitindo-se e dando-se ao luxo de andarem juntos com a corrupção e o compadrio para resolverem assuntos pessoais e favores antigos.
Os portugueses, simplesmente não acreditam nos políticos, porque depois da Revolução de Abril, o que foi prometido e dito, não foi cumprido por aqueles em que os portugueses mais depositaram a esperança.
E por isso, esta "chico-espertice" dos partidos em aproveitarem o ano eleitoral para chegarem a acordos que nunca tiveram nos três anos anteriores, onde disseram cobras e lagartos de tudo e de todos e que não resolveram os problemas dos portugueses, deixando tudo como está.
O vale tudo abriu a caça, e até Outubro é este triste espectáculo que vamos assistir...
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