quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Austeridade (II)

Passos Coelho e o seu bando de acólitos já podem respirar de alívio.
A birra que fizeram, juntamente com o Governo, já deu os seus proveitos e assim, estão abertas as negociações novamente para encerrar esta guerrinha que alimentou televisões, rádios e afins e para darem o tão esperado empurrão do Orçamento de Estado para o próximo ano.

Vemos isto como uma inevitabilidade. O povo português continua a subjugar-se de uma maneira inquieta e perde, ao mesmo tempo, a paciência e a esperança nos políticos deste país. De certa forma, é bem feito. Desde que ao fim do mês, a prestação da casa, do carro, do telemóvel e das condições necessárias (água, luz e gás) estivessem pagas, haveria de restar algo para o resto do mês e caso fosse possível, ia-se ao crédito, de preferência com a Cofidis e com juros a 50%.

Agora, temos todos (segundo o Governo) de apertar o cinto. O mesmo Governo que deixou andar a situação, que a prolongou, na esperança de ver um raio de luz proveniente do Salvador, que não apareceu.

As birras que se fazem neste momento têm um objectivo: Maio. É lá que se vão disputar as eleições legislativas. Sim, será em 2011 e não em 2013. Com o beneplácito de um dos mais incompetentes e inquietos Presidente da República, o PSD abster-se-á no próximo Orçamento de Estado com a missão de, quando Cavaco for Presidente novamente (que o será), mandará Sócrates para a rua num abrir e fechar de olhos.

A Austeridade continuará assim a ser perpetuada nas mãos de PS, PSD e CDS. Os mesmos, que em 36 anos nada aprenderam no que a desenvolver um país diz respeito. Poderão falar em auto-estradas, em novas vias de comunicação, mais TV's por casa, mais carros por casa, aumento do PIB per capita, etc, mas em termos práticos, em que é que Portugal se desenvolveu, sem ser nos Europeus e Mundiais de Futebol?

Hoje, o PSD já falou de mansinho. Já parecia um cordeiro, quando algumas das opções apresentadas por Sócrates e Santos tinham implícitas os favores aos de sempre: os privados. Para a preservação do chamado "Estado Social", corta-se no Estado. Mais um bocado e parecia que estava em Cuba.

Pedem à oposição que dê alternativas para se cortar na despesa pública, mas supostamente o Ministro das Finanças está lá para isso. Pedem ajuda aos outros, mas supostamente são eles (o Governo) que tem sempre razão. Pedem, pedem, mas não dão nada. Só tiram.

E assim a cadeira gira uma vez mais na direcção errada. Na direcção do PSD, que tão maus exemplos tem dado a este país completamente à deriva...

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